Ricciardo se põe em ‘universo paralelo’ para acerto de contas com Mônaco. E Vettel e Hamilton têm batalha própria

O circuito de Mônaco tem uma dívida com Daniel Ricciardo e ela começou a ser paga. Líder de todos os treinos e dos três estágios da classificação, o australiano sobrou frente aos rivais. Ninguém teve tamanho domínio neste ano, e agora chegou a vez do traçado se redimir com o #3. Só uma catástrofe tira o triunfo das mãos de Ricciardo neste domingo

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Nada parou Daniel Ricciardo e a Red Bull em Mônaco neste sábado. Tirando todo o proveito de um chassi de entre eixos menor e de todo o refinamento aerodinâmico do RB14 em um lugar que exige do downforce, o australiano foi soberano. Cirúrgico até. O #3 se encontrou no difícil traçado monegasco e ninguém foi mais veloz em nenhum dos três setores da pista – aliás, a última parte, ali no trecho após a chicane do túnel, possivelmente o mais complicado dos 3.337 m do circuito do Principado, Ricciardo foi imbatível, apresentando um misto de velocidade e coragem. No fim, bateu mais uma vez o recorde da pista e nem precisou de uma segunda volta rápida no fim do Q3 para garantir a posição de honra do grid, e a chance de finalmente se acertar com Monte Carlo.

 
Foi apenas a segunda pole-position da carreira desse rapaz que vem em uma temporada tão precisa quanto forte. Até os adversários, Sebastian Vettel e Lewis Hamilton, se renderam ao absoluto australiano, que comandou simplesmente todas as sessões livres, além das três fases da classificação. Foi um domínio nunca visto nesta temporada, marcada por uma intensa e apertada disputa entre Mercedes e Ferrari. A Red Bull sobrou, e essa é a verdade. Ainda, provou que possui um carro equilibrado e que responde bem quando o motor não é a principal arma. E a equipe poderia ter feito ainda mais não fosse o erro (mais um) cometido por Max Verstappen, que anulou qualquer chance de primeira fila com o acidente no fim do terceiro treino.
 
Mas talvez a ausência do holandês, que tem como castigo o amargo serviço de fechar o grid, também esteja no roteiro que fala sobre o acerto de conta de Daniel. A presença de Max é incômoda em qualquer posição, mas na primeira fila de um circuito apertado como o do Principado é ainda mais. Por isso, para Ricciardo, ver o insolente companheiro de equipe bem longe é a melhor notícia depois da pole. E quer saber? Até a Red Bull respira aliviada, apesar das críticas ao jovem devido aos recentes incidentes – a verdade é que Verstappen vem se envolvendo em problemas em todas as provas até aqui, e uma hora a conta chega.
Daniel Ricciardo celebra pole em Mônaco (Foto: Red Bull Content Pool)
Ricciardo cravou a pole com um novo recorde em 1m10s810, graças a uma pilotagem soberba, ajudada pela força do chassi da Red Bull e sua enorme aderência mecânica, mas também devido à grande forma dos pneus hipermacios (de cor rosa), que se mostraram excelentes em classificação. Só que agora resta a pergunta: o quão duráveis serão esses compostos? A resposta só amanhã. Ainda assim, a corrida parece caminhar para um único pit-stop, sendo o último stint dedicado aos pneus ultramacios (os de marcação em roxo). Mônaco não tem um asfalto abrasivo e não causa um desgaste tão significativo dos compostos. Daí o ritmo na primeira parte da prova, e isso sem levar em conta a chance de safety-car, deve determinar a vitória.
 
A única questão é que a Red Bull não andou com os demais pneus levados para Monte Carlo. A equipe teve a escolha mais ousada entre as três ponteiras: foram 11 jogos de hipermacios e apenas 1 de supermacios (vermelhos) e 1 de ultramacios. E para a prova, o australiano não tem mais hipermacios novos, apenas os conjuntos novos dos compostos vermelhos e roxos. Portanto, a tática novamente vai desempenhar um papel decisivo. Ainda assim, os taurinos, que priorizaram a classificação, seguem em certa vantagem – sempre bom ponderar sobre o acaso e o quanto isso vem permeando a atual temporada.
 
E se Daniel parece viver em seu próprio universo, a briga mesmo deve se focar entre os dois rivais diretos pelo título. Vettel levou vantagem sob Hamilton na classificação e larga na primeira fila. Lewis sai em terceiro, ainda tendo muita dificuldade em acertar o último setor do circuito monegasco. Só que, mesmo neste cenário, é interessante ver que a Mercedes conseguiu dar um passo adiante com relação ao desempenho em pistas de baixa velocidade. Tanto é assim que a distância entre Lewis e Seb ficou em 0s2, muito diferença de 2017, quando Hamilton sequer entrou na briga pela pole e ficou apenas em sétimo. O ritmo de corrida também é similar, com uma ligeira vantagem ferrarista. Mas a esquadra alemã andou mais com os ultramacios – e até com os supermacios – que a adversária. E esse pode ser o triunfo dos prateados
Tudo uma questão de borracha (Foto: Xavi Bonilla/Grande Prêmio)

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De fato, Hamilton ainda possui um jogo novo de supermacio e um de hipermacio para a corrida. Certamente a Mercedes leva em conta a chance de um safety-car – ou que mais que um. Já o ferrarista não tem mais conjunto novo dos compostos rosas, somente um de supermacio e um de ultra, o que pode tornar a coisa ainda mais instigante. 

 
A meta de Vettel, claro, é usar tudo que puder para tirar alguns pontos de Hamilton. O inglês, apesar da desvantagem no grid, é quem realmente saiu ganhando, porque tem a chance de minimizar qualquer prejuízo, tendo pouco a perder. Os escudeiros surgem logo atrás, então é possível dizer que os dois postulantes ao campeonato estão seguros. 
 
E o pelotão intermediário?
 
Esteban Ocon é o melhor do resto em Mônaco. Com uma Force India claramente oscilante em 2018, o veloz francês compensou no braço em uma oista exigente. E larga em um forte sexto posto, apenas tentando aproveitar qualquer vacilo de quem vem à frente. Sergio Pérez também conseguiu tirar tudo do carro rosa, que nem sempre responde aos anseios da dupla, que agora têm uma grande chance de fazer um resultado mais perto daquilo que mostrou ao longo de 2017.
 
Fernando Alonso derrotou a Renault de Carlos Sainz e pôs a McLaren em sétimo. É a segunda vez consecutiva que o espanhol vai ao Q3 nesta temporada. É claro que a habilidade do bicampeão pesou, porque o MCL33, mesmo com as atualizações, ainda deixa a desejar. E isso ficou claro no 12º lugar de Stoffel Vandoorne. Pierre Gasly salvou a Toro Rosso uma vez mais e entrou também na fase final da decisão das posições de largada.
Esteban Ocon foi o melhor do grupo intermediário (Foto: Force India)
As surpresas da classificação foram Sergey Sirotkin e a Haas. O russo surpreendeu positivamente. Chegou a figurar em oitavo e larga de 13º. Claramente guiou mais do que a Williams poderia render – ao contrário da Mercedes, o carro inglês continua com seus perrengues em circuitos de baixa velocidade. E o desempenho de Sirotkin também chama atenção para a pouca performance de Lance Stroll, que foi limado no Q1.
 
Agora o destaque negativo ficou mesmo por conta da Haas. A equipe não se achou em nenhum momento. Romain Grosjean ainda conseguiu ir ao Q2, mas sai da penúltima fila por conta da punição pelo acidente na Espanha. Já Kevin Magnussen ficou pelo caminho na primeira fase da classificação e vai sair da 19ª colocação. Muito pouco para quem vinha constantemente nos pontos.

A largada do GP do Mônaco de F1 está marcada para as 10h10 (de Brasília) neste domingo. O GRANDE PRÊMIO acompanha tudo AO VIVO e em TEMPO REAL.

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