Rosberg vence fácil na Rússia, amplia fase dourada e iguala Schumacher e Ascari com sétima vitória seguida na F1

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O GP da Rússia nem de longe lembrou o empolgante GP da China, realizado há duas semanas. Pelo contrário, a etapa em Sóchi foi bastante morna durante quase o tempo todo, com um pouco de ação ficando reservada apenas às primeiras voltas. Mas o vencedor foi o mesmo de Xangai. Pela quarta vez seguida na temporada 2016, a sétima consecutiva, Nico Rosberg chegou ao topo do pódio sem surpresas e com extrema facilidade. De ponta a ponta, o alemão manteve a fase dourada e igualou ninguém menos que Michael Schumacher e Alberto Ascari, definitivamente entrando para a história da F1, além de ampliar sua vantagem no Mundial de Pilotos.

Lewis Hamilton cruzou a linha de chegada em segundo. Um resultado muito bom considerando todos os problemas que o britânico enfrentou, sobretudo no sábado. Depois de ter largado em décimo, o tricampeão do mundo tirou proveito de uma série de incidentes na primeira volta — sobretudo entre Sebastian Vettel, acertado duas vezes por Daniil Kvyat — e aliou competência e desempenho do seu Mercedes para reagir e terminar em segundo. Kimi Räikkönen, com uma Ferrari que não consegue lutar contra a Mercedes, mas que é melhor que todo o resto do grid, assegurou o resultado possível ao completar o pódio.

Rosberg chegou a incríveis 100 pontos em quatro corridas, enquanto Hamilton alcançou 57: uma vantagem de 43 em favor do alemão.

Nico Rosberg parte para a vitória neste domingo em Sóchi (Foto: Getty Images)

Valtteri Bottas bem que tentou um lugar no pódio, mas não conseguiu segurar a melhor performance da Ferrari. De qualquer forma, o finlandês assegurou um bom quarto lugar, sendo seguido pelo seu companheiro de Williams, Felipe Massa, que teve uma corrida consistente, mas não chegou a ser ameaçado e tampouco a ameaçar o finlandês. Destaque para Fernando Alonso, que conseguiu garantir o melhor resultado da McLaren até agora no ano ao cruzar a linha de chegada em sexto lugar.

Kevin Magnussen, no melhor resultado para a Renault até agora no ano, foi o sétimo colocado, com Romain Grosjean novamente chegando aos pontos ao fechar em oitavo. Sergio Pérez, na sua corrida 100, e Jenson Button, coroando uma grande jornada da McLaren em Sóchi, fecharam o rol dos dez primeiros.

Felipe Nasr, por sua vez, novamente sofreu com o desempenho da Sauber e ficou muito longe de fazer uma boa corrida em Sóchi. O brasileiro teve muitas dificuldades, passou praticamente a prova toda lutando no fundo do grid e brigando com a Manor de Pascal Wehrlein e terminou seu calvário russo apenas em 16º.

Saiba como foi o GP da Rússia de F1

Rosberg teve uma largada tranquila em Sóchi. Mas muitos não tiveram a mesma sorte… (Foto: Getty Images)

A largada do GP da Rússia foi amplamente favorável a Nico Rosberg. O alemão manteve a ponta com tranquilidade depois de ter largado na pole, sendo seguido por Kimi Räikkönen, que levou a melhor sobre Valtteri Bottas e fez a ultrapassagem. Felipe Massa manteve o quarto lugar. Mas daí para trás, foi uma primeira volta repleta de problemas para muitos pilotos.

Sebastian Vettel foi quem levou a pior e bateu na barreira de pneus depois de ter sido tocado duas vezes por Daniil Kvyat de forma até acintosa, abandonando a corrida antes da primeira volta. Pelo incidente, o russo acabou sendo punido pouco depois com um stop-and-go de 10s. A dupla da Force India, formada por Nico Hülkenberg e Sergio Pérez, que chega ao 100º GP neste fim de semana, se envolveu em problemas, com o mexicano tendo o pneu traseiro direito furado. Rio Haryanto, Daniil Kvyat e Daniel Ricciardo também foram para os boxes, assim como Esteban Gutiérrez.

Vettel bateu na primeira volta do GP da Rússia (Foto: Reprodução)

Assim, foi inevitável o acionamento do safety-car pela direção de prova. Quem acabou se dando bem com tanta confusão foi Lewis Hamilton, que pulou de décimo para quinto lugar na prova. Verstappen aparecia em sexto, seguido por Fernando Alonso e Romain Grosjean. A dupla da Renault completava o top-10, com Kevin Magnussen à frente de Jolyon Palmer, e Felipe Nasr aparecia em 12º.

A relargada foi dada na quarta volta, com Rosberg abrindo nada menos que 3s de vantagem para o resto. Bottas emparelhou com Räikkönen e retomou o segundo lugar na corrida, enquanto Hamilton ultrapassava Massa com facilidade para assumir o quarto lugar e logo ameaçar a posição de Kimi.

Na sétima volta, Hamilton ultrapassou Räikkönen na entrada da curva 6 e partiu para buscar o segundo lugar de Bottas. Para evitar uma aproximação maior de Lewis, Rosberg tratava de acelerar e anotava a então melhor volta da prova, com 1min41s884. Lá atrás, Nasr se arrastava na pista e tinha um ritmo muito ruim, a ponto de lutar — e perder — a disputa com Pascal Wehrlein, da Manor, pelo 14º lugar.

Com 15 voltas, Rosberg já tinha 11s de frente para Bottas, enquanto Hamilton, em terceiro, não conseguia se aproximar o suficiente do finlandês da Williams para ensaiar uma ultrapassagem. Naquele estágio, a corrida se mostrou bastante enfadonha e sem muitas emoções. O circuito de Sóchi, embora rápido, nunca foi muito favorável às ultrapassagens, e isso tornava a vida dos pilotos mais difícil.

Hamilton assumiu o segundo lugar depois de Bottas fazer sua parada na volta 17. Mas Lewis realizou seu pit-stop, colocando pneus macios, no giro seguinte. No retorno à pista, o tricampeão acelerou do jeito que deu, mas acabou sendo superado pelo finlandês. Räikkönen havia assumido o segundo posto, seguido por Massa, Verstappen e Alonso, com Bottas momentaneamente em sexto.

Lewis Hamilton buscou reação durante GP da Rússia (Foto: Getty Images)

Massa fez sua parada na volta 19, ao mesmo tempo em que Hamilton finalmente, e na base da raça, ultrapassou Bottas na entrada da curva 2, depois de contar com a ajuda da asa móvel para ganhar a posição do piloto da Williams, que começava a perder rendimento.

O pit-stop de Rosberg foi tranquilo e eficiente: 2s5 de trabalho para a Mercedes, que liberou o líder do campeonato para voltar à pista sem problemas na volta 22. Na volta seguinte, Verstappen era quem entrava nos boxes, e aí as posições voltaram à realidade: Rosberg bem à frente de Hamilton, pouco mais de 12s, com Räikkönen em terceiro após ganhar a posição de Bottas, enquanto Massa vinha em quinto.

Nasr, em 16º, seguia se arrastando na pista e novamente era atacado pela Manor de Wehrlein e também pela Red Bull de Kvyat. Estava claro que o brasileiro não conseguia encontrar um bom ritmo do carro e também não fazia boa corrida, visto que seu companheiro de Sauber, Marcus Ericsson, ocupava o oitavo lugar na volta 29 depois de ter largado em último. Para piorar, o brasileiro acabou sendo punido pela direção de prova por cortar caminho na curva 2, tendo um stop-and-go de 5s.

Enquanto isso, Hamilton anotava a então melhor volta da corrida ao registrar 1min40s648, numa tentativa de se aproximar de Rosberg. Mas, de qualquer forma, e considerando todas as circunstâncias, o segundo lugar estava de muito bom tamanho para o tricampeão. Mas a diferença para Rosberg começava a cair de forma drástica, com muitas voltas do alemão mais lentas em relação a Lewis. Na volta 34, a vantagem de Nico era de 8s6.

Mas sem tráfego na pista, Rosberg respondeu com uma boa volta e tratou de sustentar uma dianteira confortável para Hamilton. Ao mesmo tempo, Verstappen abandonava com problemas no motor depois de ter feito uma corrida bastante destacada. Assim, Alonso pulava para sexto lugar, seguido por Magnussen, Grosjean, Pérez e Carlos Sainz completando o rol dos dez primeiros.

Na fase final da corrida, Rosberg melhorou seu desempenho de tal forma que, para espantar qualquer dúvida sobre a performance do carro da Mercedes, cravou a melhor volta e recorde de Sóchi: 1min39s963. Por outro lado, Hamilton tinha problemas na pressão de água do #44, mas a falha acabou sendo solucionada minutos depois.

Enquanto Vladimir Putin chegava ao circuito para participar da cerimônia de premiação, Massa entrava nos boxes para fazer uma parada extra e colocar pneus supermacios. Mas o piloto não chegou a perder a quinta posição para Alonso, enquanto Jenson Button conseguia fazer a ultrapassagem sobre Carlos Sainz para faturar o décimo lugar.

E lá na frente, Rosberg caminhava firme para consolidar o domínio na Rússia, com direito a novo recorde da pista na penúltima volta: 1min39s094. Sem dificuldades, Nico completou as 53 voltas na frente e sacramentou a vitória em Sóchi, a quarta seguida da temporada e a sétima consecutiva, ampliando a fase dourada vivida desde o GP do México do ano passado.

Ainda que o Mundial seja longo, o fato é que, cada vez mais, Nico Rosberg se coloca como grande favorito ao título do Mundial de F1 em 2016.

F1 2016, GP da Rússia, corrida, final: