Sexta-feira de treinos livres indica que apenas chuva pode tirar vitória de Hamilton no GP da Áustria

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Minutos depois da ‘briga de trânsito’ no explosivo GP do Azerbaijão, Lewis Hamilton bradou contra a postura de Sebastian Vettel e, em tom de vendetta, disse que tudo o que deseja é bater o rival nas 12 corridas que restam até o fim da temporada. Ultramotivado e com ‘sangue nos olhos’, o tricampeão começou mesmo com tudo o fim de semana do GP da Áustria e cumprindo seu discurso à risca: mostrou que tem carro e ritmo de sobra para derrotar Vettel no Red Bull Ring. Lewis quebrou o recorde da pista — que já era dele próprio — pela manhã e também no treino da tarde sem fazer tanta força, indicando que há muito mais por vir na sequência do fim de semana. 

 

Ao piloto da Ferrari, resta apenas torcer pela chuva para tentar equilibrar as forças e tentar uma vitória que, por enquanto, parece bem improvável no domingo. A possibilidade de corrida com pista molhada é de 50%, informa o site especializado ‘Weather Channel’.

 

Um ponto importante a salientar no rescaldo desta sexta-feira é o quanto Hamilton melhorou com os ultramacios. Os pneus roxos foram o grande calcanhar de Aquiles do britânico, que sofreu em corridas na Rússia e em Mônaco, mas a grande performance em Spielberg indica que os problemas ficaram no passado. Fruto de horas de intenso trabalho para descobrir os problemas que refletem hoje na diferença de 14 pontos de Vettel para Lewis na classificação do Mundial de Pilotos. Hamilton e Valtteri Bottas conseguiram andar bem tanto em ritmo de classificação como em simulação de corrida com os ultramacios. Uma preocupação a mais para a Ferrari. 

O clima na Mercedes, aliás, é de leveza, como retratou Hamilton pouco após o treino. “Foi uma boa sexta-feira, sem grandes dores de cabeça até agora. Tivemos de trocar uma vela de ignição durante o segundo treino, mas os caras fizeram um baita trabalho para deixar o carro pronto e ainda conseguimos completar nossa programação. O mais importante é que o carro parece fantasticamente rápido aqui. Já há um bom equilíbrio, e isso se percebe na pista. Este carro é muito mais rápido na comparação com o que nós corremos no ano passado. É complicado, mas bem mais empolgante para encaixar uma volta. A equipe está bem humorada, e todos nós estamos prontos para mais uma empolgante luta contra a Ferrari neste fim de semana”. 

Bottas também aprovou o desempenho do W08 EQ Power+ em Spielberg e destacou que as atualizações desenvolvidas pela Mercedes se mostraram efetivas. “Um começo sólido de fim de semana. Há uma boa impressão dentro da equipe de que o carro é claramente rápido. Foi muito bom ver que as atualizações em que a equipe trabalhou tão duro para corresponder neste fim de semana funcionaram desde a saída dos boxes. Aerodinamicamente, demos outro passo em frente em relação a Baku, o que é encorajador", comemorou.

Os italianos, aliás, focaram nas simulações com os pneus supermacios e macios. Talvez para tentar um pulo do gato contra uma Mercedes que parece soberana na Áustria. Mas o momento é bem mais favorável à equipe prateada, que encontrou o caminho das pedras com seus dois pilotos. Bottas foi bem e só não andou à frente de Vettel por conta de toda a capacidade do alemão. Kimi Räikkönen nem de longe conseguiu acompanhar o ritmo de Seb e foi discreto mais uma vez.

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“Espero que a gente possa ser mais competitivo amanhã. Domingo tem sido sempre melhor. Parece bem apertado, e é uma pista curta. Mas os Mercedes são os favoritos. Eles parecem bem rápidos sempre que saíam à pista. Mas o ritmo de classificação em Baku foi uma exceção", resumiu Vettel, citando a diferença de mais de 1s para os carros da Mercedes no treino classificatório no Azerbaijão. Räikkönen, apagado na sexta-feira, só teve a lamentar: “Não consegui fazer uma boa volta. Há algum trabalho a fazer para amanhã”, disse.

 

A Red Bull, dentro do que é possível, teve outro bom rendimento, embora ainda um tanto atrás da Mercedes e de Vettel. Correndo em casa, Max Verstappen e Daniel Ricciardo não devem fazer feio no fim de semana. Uma evolução significativa se considerar que o time não foi tão competitivo nos últimos anos.

Ricciardo crê que é possível até andar no mesmo ritmo da Ferrari ao longo do fim de semana. “Parece que estamos próximos. Numa situação normal, a Mercedes está à frente em classificação, mas, com alguma sorte, podemos estar juntos com a Ferrari. Parece que agora estamos entre Seb e Kimi”, afirmou. Verstappen endossou o discurso do colega, embora não tenha fechado o dia tão feliz. "Não estou de todo contente com o equilíbrio que tivemos hoje, mas não estamos tão longe de Ferrari e Mercedes, de modo que vai ser interessante amanhã".

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A pontuar, também, o bom trabalho feito pela McLaren nos dois treinos livres. Mesmo com pouco tempo de pista no período da tarde por conta de uma troca do assoalho, Fernando Alonso marcou o oitavo tempo após 26 voltas, enquanto Stoffel Vandoorne foi o 12º. 

 

E a grande decepção foi a Williams, que ainda não se achou: faltou equilíbrio ao FW40 para Massa e Lance Stroll em meio aos muitos trechos de alta de Spielberg. Ainda tem tempo para reagir, claro, mas é um cenário preocupante para a sequência do fim de semana na pista da última pole-position da história da equipe, lograda por Massa há três anos. O brasileiro marcou apenas o 14º tempo do dia. “Pra ser sincero, o carro não estava bom. Não tivemos uma grande sexta-feira. Sofremos com o equilíbrio”, disse o veterano, que reclamou da altura das zebras da pista austríaca. "Danifiquei o carro nas zebras hoje. Elas não estão lá para danificar o carro", comentou.