Bourdais se vale de paralisação no fim para ter combustível e conseguir vitória na segunda prova em Detroit

Sébastien Bourdais voltou a vencer na Indy. O francês se deu bem na conturbada segunda corrida em Detroit e segurou Takuma Sato e Graham Rahal para levar a KV ao lugar mais alto do pódio

A corrida 2 de Detroit teve suas peculiaridades neste domingo (31). Enquanto choveu, os pilotos pouco se atrapalharam, mas assim que a pista começou a secar consideravelmente, os enroscos foram consecutivos. Quem se deu bem foi Sébastien Bourdais. Sem precisar economizar combustível com uma série de paralisações, sem se envolver em acidentes e bem na estratégia, o francês venceu a prova. 

Esta foi a segunda vitória de Bourdais na Indy reunificada, já que ganhou também a corrida 1 de Toronto na última temporada. Contando nos tempos em que brilhou e foi tetracampeão na Champ Car, este foi o seu triunfo de número 33.

A briga pelo segundo lugar foi acirrada até o fim. Takuma Sato e Graham Rahal protagonizaram disputas ríspidas, com o japonês levando a melhor. Tristan Vautier brilhou com a nanica Dale Coyne e chegou em quarto, enquanto Marco Andretti, mais uma vez bem de estratégia, foi o quinto.

Conor Daly também teve boa apresentação e fechou em sexto. Acertado duas vezes por Sage Karam, Jack Hawksworth chegou na sétima colocação. Ryan Hunter-Reay ficou em oitavo, Gabby Chaves foi nono e Juan Pablo Montoya, sem combustível, se arrastou para ser décimo.

Tony Kanaan precisou parar já nos últimos minutos para reabastecer e foi 13º.

Castroneves teve prova bastante complicada com problemas de rendimento no início e de estratégia na metade da prova. Estragando de vez o resultado, foi acertado por Will Power quando este foi tocado pelo carro de Tristan Vautier no momento em que restavam seis voltas para o fim da prova, e acabou abandonando.

Sébastien Bourdais venceu a corrida 2 da Indy em Detroit (Foto: AP)

Confira como foi a corrida 2 de Detroit:

A largada para a segunda corrida da rodada dupla do GP de Detroit aconteceu às 16h50 em Brasília. Will Power logo assumiu a ponta em partida limpa dos pilotos, mas os que mais chamaram a atenção foram Josef Newgarden e Carlos Muñoz.

 
O americano rapidamente subiu para a terceira colocação e colou na dupla da Penske, enquanto o colombiano pulou para sétimo na largada e não tomou conhecimento de Graham Rahal para virar sexto. 
 
Sébastien Bourdais aproveitou a pressão de Muñoz em Rahal e seguiu o colombiano para ser sétimo. Lá na frente, Montoya apertava o ritmo e despachava Power para recuperar a liderança.
 
Tentando copiar a estratégia que tanto deu certo para Marco Andretti na corrida de sábado, James Jakes colocou slicks na terceira volta, mas a pista claramente não estava seca o suficiente para que a SPM desse o pulo do gato.
 
Muñoz seguia brilhando e, em cinco voltas, já superava Helio Castroneves para tomar a quinta colocação do brasileiro.
 
Mas o final de semana dos sonhos de Muñoz acabou de forma melancólica: seu motor Honda estourou e sua excelente prova se encerrou na hora.
Grande destaque da classificação até o momento da bandeira vermelha que cancelou as atividades, Sage Karam teve bom início e mostrou categoria para superar Charlie Kimball, Takuma Sato e Luca Filippi na briga pelo 13º lugar.
Sage Karam em grande manobra para assumir o 13º lugar (Foto: Reprodução/Twitter)
Oito voltas e muitos segundos de atraso em relação aos líderes depois de colocar os pneus para pista seca, Jakes finalmente recolocou os compostos para pista molhada.
 
A dupla da Penske abria muito na liderança. Montoya levava 1s9 de vantagem para Power, que tinha excelentes 14s4 para Newgarden. 
 
A chuva seguia dando o ar da sua graça — ainda que de forma moderada —, e os tempos na pista pioravam. A melhor disputa no pelotão da frente era pelo oitavo lugar, com Pagenaud apertando para cima de Andretti.
 
As paradas começaram já na volta 18. Kanaan foi um dos primeiros e, com um trabalho ruim da Ganassi, perdeu posição para Sato nos boxes. Filippi, Jack Hawksworth e Rodolfo González também pararam.
 
O primeiro dos ponteiros nos boxes foi Andretti. A parada do americano também foi bem demorada, já que a equipe mexeu bastante em sua asa dianteira.
 
Power parou na 20ª, enquanto Montoya reabasteceu e trocou os pneus no 21º giro, o mesmo acontecendo com Newgarden, Rahal, Castroneves e Pagenaud.
 
Terminada a primeira rodada de paradas, Montoya manteve-se na liderança, levando 1s6 de frente para Power. Dixon se deu bem com as voltas extras que ficou na pista e, com o ótimo trabalho da Ganassi, voltou na frente de Newgarden. Bourdais seguiu a mesma tática de Dixon e virou quinto, passando Castroneves. Rahal, Filippi, Daly e Pagenaud fechavam o top-10.
 
O ritmo de Dixon era excelente, mas Power começava a apresentar problemas no volante. O australiano se arrastou na pista até chegar aos boxes e, no meio do caminho, caiu para sexto. 
 
A parada do atual campeão foi rápida, a Penske logo detectou o problema e trabalhou bem, mas Power já voltava em 13º.

Completadas 30 voltas, Montoya ditava com tranquilidade o ritmo da corrida. Sua vantagem para Dixon era de 10s9. Newgarden vinha 18s4 atrás do colombiano e já abria 2s3 para Bourdais, o quarto. Castroneves buscava segurar a pressão de Rahal na luta pelo quinto posto.
 
Newgarden não conseguia ter bom ritmo e começava a dar origem a um pelotão de carros. Bourdais, Castroneves, Rahal, Filippi e Daly vinham todos juntos.
 
A chuva cessava e a pista vinha melhorando, assim como a performance de Dixon. O neozelandês tirava quase 1s por volta em relação a Montoya e já aparecia 8s5 atrás do colombiano.
 
Andretti e Jakes abriram as paradas na volta 36 e arriscaram: pneus para pista seca para os dois. 
 
Em processo agudo de “draconização”, Rodolfo González perdeu o controle do carro e bateu na barreira de pneus, encerrando sua participação em Detroit.
 
Os pilotos, então, aproveitaram para fazer a segunda rodada de paradas. Daly, Hunter-Reay e Power optaram por ficar na pista e assumiram as primeiras colocações, enquanto o restante se dividiu entre trocas para slicks e trocas para novos compostos de pneus de chuva.
 
Dixon voltou na frente de pneus de chuva, Bourdais, Montoya – que mexeu bastante na asa dianteira – e Rahal apareceram na sequência com slicks. Newgarden e Castroneves também optaram por compostos para pista molhada.
 
A relargada veio no 41º giro, mas logo a corrida foi paralisada novamente. Coletti e Filippi não se deram bem com os pneus para o seco e bateram em dois pontos distintos da pista.
Com pneus de chuva, Castroneves já começou a abrir caminho logo que a corrida recomeçou na volta 46. O brasileiro passou Newgarden e, com sua manobra, ainda abriu espaço para Rahal tomar o oitavo posto do piloto da CFH.
 
A pista realmente estava secando, e o ritmo de Castroneves logo piorou drasticamente. Rahal e Sato não perderam tempo e tiraram o brasileiro do caminho. 
 
Um pouco na frente, Bourdais e Montoya rapidamente encostaram em Dixon, e o francês não teve trabalho para se livrar do neozelandês. 
 
Montoya demorou um pouco mais e, assim, recebeu forte pressão de Rahal, Sato e Pagenaud. Hunter-Reay e Power foram aos boxes para suas paradas, enquanto Dixon, Castroneves e Newgarden tiveram de desfazer a tática anteriormente escolhida.
 
Newgarden foi para os boxes colocar slicks, mas pouco durou com eles. Perdeu o controle logo que voltou para a pista e bateu com força no muro, abandonando a prova.
 
Até então líder, mas sem combustível, Daly foi para os boxes, abrindo caminho para Bourdais e Montoya puxarem a fila ainda sob bandeiras amarelas. Rahal era terceiro, seguido por Sato, Pagenaud, Kanaan, Tristan Vautier, Kimball, Andretti e Power.
 
A relargada aconteceu na volta 55 e, enquanto Montoya segurava os ataques de Rahal e Sato, Karam, Hawksworth e Coletti se envolviam em um acidente e iam parar na barreira de pneus, paralisando novamente a corrida.
 
O americano da Ganassi, que tão bem havia se saído na batalha das primeiras voltas pelo 13º lugar, exagerou e causou a colisão, tocando na traseira da Foyt de Hawksworth.
 
Pouco mudou nos segundos de bandeira verde. De destaque apenas a relargada de Vautier, que passou Kanaan e subiu para sexto.
Com 13 voltas para o fim, nova relargada. Andretti seguia com problemas e logo perdeu posições para Power, Dixon e Castroneves.
 
Bourdais ia cheio de ação para cima de Montoya, enquanto Rahal e Sato brigavam de forma ríspida pelo terceiro posto, com o japonês ganhando a posição por ordem da direção de prova. Pagenaud vinha atrás, ciente de que poderia se aproveitar de um enrosco entre os dois.
 
Foi aí que Kimball protagonizou uma manobra inacreditável. O piloto do #83 não olhou para o lado, acertou o companheiro de Ganassi Dixon em cheio e acabou com a prova do terceiro colocado no campeonato. Nova amarela. Por bloqueio irregular e por contato evitável, Daly e Karam foram jogados para o fim do pelotão.

A relargada veio e, novamente, os pilotos se enroscaram. Power tocou em Vautier, Castroneves acertou de lado Kimball e Karam, acredite, repetiu a batida na traseira de Hawksworth, provocando outra paralisação.

Restando seis giros para o fim, uma relargada que seria trágica para as Penske. Montoya foi péssimo na retomada e perdeu posições para Sato e Rahal; Power também saiu de forma catastrófica e foi para o fim do grid. Mas a coisa piorou quando o australiano foi fechado por Vautier, perdeu o controle e acertou Castroneves. Ou seja, a Penske perdeu lugares com Montoya e abandonou com Power e Castroneves.

Montoya reclamou muito da ação de Sato, alegando que o japonês teria iniciado a manobra de ultrapassagem ainda sob bandeira amarela.
 
Como só faltavam seis voltas, a direção de prova optou por interromper a corrida com bandeira vermelha, trazendo todos para os pits.
Os pilotos voltaram para a pista, e a direção de prova resolveu que, daquele momento até o fim, seriam 5min30s de corrida. Bourdais, Sato, Rahal, Montoya, Kanaan, Pagenaud, Vautier, Andretti, Karam e Daly vinham na frente.
 
Antes mesmo da verde, Pagenaud e Kanaan tiveram de ir para os boxes. Na frente, Sato apertava Bourdais atrás da dianteira.
 
Montoya claramente precisava poupar combustível e segurava Vautier e Andretti, perdeu totalmente o contato com o top-3.
 
O colombiano foi ficando, ficando e terminou a prova na décima colocação, parando seu carro metros após a linha final.
 
Bourdais conseguiu disparar para vencer, enquanto Sato levava a melhor na dura disputa com Rahal. Vautier conseguiu um quarto lugar inacreditável para a Dale Coyne, enquanto Andretti fechou em quinto dando clara sensação de que teria brigado pelo pódio se mais três voltas a prova tivesse.

Indy, GP de Detroit, corrida 2, classificação final:

1 11 SÉBASTIEN BOURDAIS FRA KV CHEVROLET 68 voltas  
2 14 TAKUMA SATO JAP FOYT HONDA +1.764  
3 15 GRAHAM RAHAL EUA RLL HONDA +2.339  
4 19 TRISTAN VAUTIER FRA DALE COYNE HONDA +9.741  
5 27 MARCO ANDRETTI EUA ANDRETTI HONDA +9.985  
6 5 CONOR DALY EUA SCHMIDT PETERSON HONDA +10.564  
7 41 JACK HAWKSWORTH ING FOYT HONDA +11.361  
8 28 RYAN HUNTER-REAY EUA ANDRETTI HONDA +12.056  
9 98 GABBY CHAVES COL BRYAN HERTA HONDA +13.991  
10 2 JUAN PABLO MONTOYA COL PENSKE CHEVROLET +14.030  
11 83 CHARLIE KIMBALL EUA GANASSI CHEVROLET +14.282  
12 8 SAGE KARAM EUA GANASSI CHEVROLET +25.248  
13 10 TONY KANAAN BRA GANASSI CHEVROLET +26.530  
14 22 SIMON PAGENAUD FRA PENSKE CHEVROLET +27.118  
15 7 JAMES JAKES ING SCHMIDT PETERSON HONDA +1 volta  
16 4 STEFANO COLETTI MCO KV CHEVROLET +1 volta  
17 20 LUCA FILIPPI ITA CFH CHEVROLET +2 voltas  
18 1 WILL POWER AUS PENSKE CHEVROLET +4 voltas NC
19 3 HELIO CASTRONEVES BRA PENSKE CHEVROLET +4 voltas NC
20 9 SCOTT DIXON NZL GANASSI CHEVROLET +10 voltas NC
21 67 JOSEF NEWGARDEN EUA CFH CHEVROLET +19 voltas NC
22 18 RODOLFO GONZÁLEZ VEN DALE COYNE HONDA +33 voltas NC
23 26 CARLOS MUÑOZ COL ANDRETTI HONDA +63 voltas NC

Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Indy direto no seu celular!Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra, Escanteio SP e Teleguiado.