Circuito misto com traços de rua, Mid-Ohio complica Penske e dá chances para sucesso da Honda

A sexta-feira de treinos livres em Mid-Ohio teve muito equilíbrio entre Honda e Chevrolet e os japoneses parecem mesmo ter se dado bem com o fato da pista de Lexington ser, apesar de um circuito misto, bem travada

A temporada 2018 da Indy dava uma indicação clara para o GP de Mid-Ohio: a Penske era favorita. Estava claro ao avaliar a tônica do ano até este momento, em três circuitos mistos, três vezes a equipe de Roger Penske deixou claro quem tinha a vantagem, bem como os motores da Chevrolet.

 
A expectativa para a sexta-feira de treinos livres era assistir a um inequívoco dia de domínio da Penske, e a maior dúvida que ficava era quem sairia na frente: Will Power, Josef Newgarden ou Simon Pagenaud – esse, vivendo uma temporada um tanto quanto grotesca, menos cotado. Não foi nada disso que aconteceu.
 
Das dez melhores voltas do dia, uma do TL1 e nove do TL2, apenas duas foram da Penske – a terceira melhor, de Power, e a décima, de Newgarden. Sébastien Bourdais levou a Dale Coyne ao topo do treino livre inicial, enquanto Ryan Hunter-Reay, com a Andretti, sobrou no tempo final do dia.
 
Além de Hunter-Reay, Alexander Rossi e Marco Andretti também mostraram a força da equipe do clã Andretti com tempos dos dez mais velozes do dia. Mais ainda que apenas a Andretti, só Spencer Pigot, da RLL, conseguiu levar um motor Chevrolet às voltas mais rápidas. As outras sete são de motores Honda: além das três da Andretti e uma da Dale Coyne, mais duas da Ganassi e outra da RLL.
 
Para entender o movimento pendular dos resultados práticos em relação aos esperados teóricos, talvez a grande chave esteja no estilo da pista. Embora um circuito fechado misto, Mid-Ohio tem características específicas. É uma pista cheia de curvas travadas e com pouco tempo de retas. O traçado é de misto, mas o formato lembra muito as pistas de rua. 
 
E nas pistas a Penske não tem vantagem. Aliás, totalmente o contrário: são cinco circuitos de rua, cinco vitórias da Honda. Com a Dale Coyne em São Petersburgo, com a Andretti em Long Beach e na segunda corrida de Detroit e com a Ganassi na primeira em Detroit e em Toronto.

Não quer dizer que a Penske não tem chances, longe disso, mas que aquele favoritismo inicialmente imaginado vai ser bem mais difícil de se concretizar.

Ryan Hunter-Reay (Foto: Andretti)

Hunter-Reay ficou bastante satisfeito com o que viu e destacou o fato de a Andretti nem sequer ter testado na pista durante a temporada.

 
"Foi um dia bem produtivo. Fomos nos aproximando mais e mais do acerto de carro que queremos. Não testamos aqui, então, acho que estar no topo dos tempos diz muito sobre essa equipe. Vamos seguir em frente e melhorar ainda mais", falou.
 
Power, mais rápido da Penske, admitiu que a busca por enquanto é por mais maior entendimento dos pneus. A pequena derrota da sexta, afinal, não significa que o fim de semana não oferece chances para a principal equipe da categoria nos últimos anos.
 
"Acho que ainda estamos procurando o ajuste final. O #12 andou bem com os duros e ok com os macios. A diferença entre os dois está imensa aqui. Os macios estão dando problemas de aderência para nós. Falta achar o equilíbrio do carro ainda", comentou.
 
Líder do TL1, Bourdais comemorou o bom começo do dia, mas deixou clara a preocupação com o rendimento da tarde, quando a temperatura subiu. 
 
"Foi um dia de sentimentos mistos para nós. De manhã, muito rápidos e com o acerto ideal. Aí a temperatura subiu e sofremos com o acerto do carro. Ficou ainda pior com os pneus macios e também não consegui andar de cara para o vento em momento nenhum. Vamos entender o que aconteceu", encerrou.
A resenha come solta entre Tony Kanaan, Marco Andretti e Bryan Herta (Foto: Indy)

Os brasileiros não tiveram um grande dia em termos de resultado, mas é certamente Pietro Fittipaldi quem, dos três, está mais feliz. Isso porque o piloto finalmente conseguiu voltar às pistas depois do grave acidente sofrido no WEC. Pietro vibrou com a recuperação relâmpago e quer buscar uma boa posição de grid.

 
“Estou realmente muito feliz de estar de volta. Foi uma longa recuperação: trabalhei intensamente e estive cercado de um excelente grupo de pessoas, como o doutor Trammell e toda equipe da PitFit, que fez um grande programa para que eu pudesse retornar assim tão rápido. Com toda certeza estou pronto para o final de semana. Tivemos duas sessões de treinos livres hoje e, embora tenhamos tido algumas pequenas dificuldades no ajuste, sabemos onde conseguiremos melhorar o carro para amanhã. Precisamos focar na classificação, que é muito importante aqui em Mid-Ohio e impactará em nossas chances de um bom resultado na corrida de domingo”, disse Fittipaldi.
 
Outro que pensa na classificação com algo essencial para uma boa corrida na pista travada é Matheus Leist, que foi 13º no TL1, o melhor resultado do trio. 
 
"Os treinos livres hoje foram de muita luta para tentar encontrar um bom acerto para o carro. Eu acho que nós estamos caminhando para uma boa direção e precisamos seguir trabalhando firme para melhorarmos o carro. Espero fazer um bom classificatório neste sábado, já que é bastante difícil de ultrapassar aqui. Mid-Ohio tem um circuito misto bastante seletivo e mais travado que a maioria das outras pistas mistas da Indy. Aqui, o acerto do carro é bem importante e vamos tentar melhorá-lo amanhã", comentou Leist.
 
Tony Kanaan falou menos que os outros dois, mas mostrou-se decepcionado com o resultado após um bom teste em Lexington.
 
"Nós testamos aqui e achamos que tínhamos evoluído, mas isso não funcionou hoje. Precisamos reagrupar aqui", declarou Tony.
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