Conta-giro: Aquisição de Pagenaud permite que Penske sonhe em repetir sucesso obtido na temporada 1994

Simon Pagenaud foi confirmado como novo reforço da Penske para a temporada 2015. Pela primeira vez na história, a equipe vai contar com quatro carros no grid. Além disto, Pagenaud se junta a Juan Pablo Montoya, Will Power e Helio Castroneves, formando uma potencial maior equipe da história

Simon Pagenaud definiu seu futuro. Nesta segunda-feira (29), o francês foi anunciado como novo reforço da Penske que, pela primeira vez, vai alinhar quatro carros no grid da Indy. Com 30 anos, o gaulês se junta ao campeão da temporada 2014, Will Power, a Juan Pablo Montoya e a Helio Castroneves, formando um quarteto que tem tudo para ser um dos melhores de todos os tempos na categoria.
 
Como já foi dito, em 2015, pela primeira vez na história, a Penske vai contar com o quarto carro. Desta forma, a comparação com Ganassi e Andretti – outras duas chamadas grandes equipes – passa a ser mais justa, com as três tendo quatro pilotos cada. Caso a equipe de Roger Penske mantenha o nível das atuações de 2014, é muito possível que o time tenha um amplo domínio dentro da categoria.
 
Quando se pensa nos melhores times de todos os tempos na Indy, a Penske de 1994 é sempre lembrada. E não é à toa: o trio formado por Emerson Fittipaldi, Al Unser Jr. e Paul Tracy dominou completamente a temporada, fazendo 1-2-3 na classificação final. 
 
Além da espantosa tabela final, com Unser Jr. fazendo 225 pontos, Fittipaldi alcançando 178 e Tracy indo a 152, impressionou o fato de a equipe ter deixado de vencer apenas quatro etapas de 16 que foram disputadas.
 
O sucesso do time em 1994 já era esperado, e a Penske apenas fez cumprir as expectativas. O brasileiro vinha de um vice-campeonato e já tinha em seu currículo o campeonato de 1989 e dois títulos na F1, em 1972 e 1974. Unser Jr. era outro que já havia garantido o título, em 1990. Tracy era o menos badalado dos três, mas mostrava-se promissor e vinha de um terceiro lugar na temporada de 1993.
 
Além disto, o caminho estava aberto para o trio, já que Nigel Mansell, campeão em 1993 pela Newman/Haas, não defendeu a coroa.
Emerson Fittipaldi formou trio dos sonhos com Paul Tracy e Al Unser Jr. na Penske (Foto: IMS)
Outro esquadrão que fez história foi o da Andretti em 2004 e 2005. O quarteto em questão contava com Tony Kanaan, campeão em 2004; Dan Wheldon, que garantiu o título de 2005, Dario Franchitti, que encerrou o último campeonato na quarta colocação, e Bryan Herta, que foi o oitavo, vencendo uma prova em Michigan no mesmo ano.
 
Diferentemente da Penske em 94, tamanho sucesso da Andretti nas duas temporadas não era tão esperado. Em 2003 a equipe teve participação discretíssima, assim como seus pilotos. Como únicos destaques no campeonato que sucedeu a consagração da Andretti, o time teve o triunfo de Kanaan em Phoenix e a vitória de Herta em Kansas.
 
Dentro do grupo também não havia nenhum nome tarimbado. Herta era o mais experiente, mas não causava grandes esperanças, visto que seus resultados sempre foram modestos. Kanaan tinha como principal conquista nos Estados Unidos um título da Lights, no longínquo ano de 1997. Na mesma Lights, Wheldon ganhou destaque, sendo vice-campeão em 2001. Franchitti era quem mais havia se aproximado da coroa, em 1999, quando perdeu para Montoya no número de vitórias.
Franchitti e Kanaan lado a lado durante o GP de Fontana de 2004 (Foto: Getty Images)
O time de 2015 da Penske tem tudo para ter uma trajetória muito semelhante ao da equipe em 1994. Quatro pilotos consagrados e respeitados, com grandes chances de dominarem a categoria.
 
Power dispensa apresentações. Disparado o melhor nos circuitos mistos e de rua, o australiano cresceu muito nos ovais e, finalmente, sagrou-se campeão da Indy em 2014. Castroneves é outro nome de respeito no grid. Quatro vezes vice-campeão, o brasileiro venceu as 500 Milhas de Indianápolis em três ocasiões: 2001, 2002 e 2009. Após longo período de afastamento, Montoya, campeão de 1999, voltou com tudo em 2014. O colombiano garantiu a quarta posição na classificação final e conseguiu vencer no oval de Pocono. Novato no time, Pagenaud não ficou para trás. Pela Schmidt, equipe sabidamente mais fraca, o francês concluiu o ano na quinta colocação. O gaulês venceu a corrida 2 em Houston e a prova mista em Indianápolis.
 
As concorrentes da Penske também não dão mostras de que podem acompanhar o ritmo do time. A Ganassi, se por um lado conta com os campeões Scott Dixon e Tony Kanaan, que provaram em 2014 que ainda podem ser competitivos, tem em seu plantel os contestadíssimos Ryan Briscoe e Charlie Kimball. 
 
Na Andretti, a situação é parecida, com o agravante do carro ter mostrado mais fragilidade que os rivais em 2014. Campeão da categoria em 2012, Ryan Hunter-Reay deve incomodar os líderes mais uma vez, assim como o promissor Carlos Muñoz, que venceu o prêmio de calouro do ano. Enquanto isto, Marco Andretti segue da mesma forma que quando surgiu na categoria: muito veloz, mas bastante atrapalhado, muitas vezes exagerando na agressividade. James Hinchcliffe é outro que não empolga. Apesar de ser bastante querido por boa parte do público, o canadense continua discreto na classificação geral, tendo como melhores resultados o oitavo lugar em 2012 e 2013. 
 
Com quatro dos cinco melhores colocados no último campeonato na equipe e um carro que sobrou na comparação com os rivais, a Penske 2015 vem com pinta de avassaladora. A Ganassi de Kanaan e Scott Dixon e a Andretti de Ryan Hunter-Reay sabem que começam a temporada defasadas.

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