Mesmo com contrato em vigor, Brasil só volta a negociar presença no calendário da Indy no mínimo daqui dois anos

Embora ainda não tenha sido divulgado, o calendário da temporada 2016 da Indy não indica prova no Brasil. E não se trata de uma ausência momentânea, tampouco algo que possa ser revertido no curto prazo. O contrato em vigor da categoria com o Brasil dura até 2019 e não foi honrado nos últimos dois anos.

 

O Diário Motorsport apurou que o cancelamento da prova em Brasília que aconteceria em março deste ano esfriou as relações entre as partes envolvidas em tamanho grau que, hoje, o momento é de “esperar a poeira baixar” e pensar numa retomada de ações “em dois ou três anos”.

ENTENDA O CASO

 

Em 29 de janeiro, de surpresa, o Grupo Bandeirantes anunciou que a Terracap, Agência Imobiliária do Governo de Brasília, cancelou de forma unilateral da prova da Indy que abriria a temporada 2015 na Capital Federal. 

 

A defesa da Terracap era um documento do Ministério Público, citando 23 razões para a corrida não acontecer, indicando que o contrato entre Band e Terracap era "lesivo aos cofres públicos", "contrário aos interesses coletivos" e "maculado de diversas irregularidades", entre outas coisas.

 

A multa de mais de R$ 70 milhões por quebra de contrato deveria ser paga pelo Governo do DF, mas como irregularidades como o Termo de Compromisso firmado entre o Grupo Bandeirantes e o ex-governador Agnelo Queiroz (PT-DF) com data desconhecida e sem assinatura de testemunha e publicação no Diário Oficial do Distrito Federal, o MPDF entende que o estado se livra da multa.

 

Agnelo saiu do Governo deixando para trás uma dívida exorbitante e situações de emergência na saúde e segurança pública.

 

Após o cancelamento, a Indy chegou a procurar guarita em Goiás, testando a possibilidade de que o autódromo mais próximo ao de Brasília recebesse a corrida, mas logo foi descartada. A etapa brasileira foi mesmo cancelada.

 

Em comunicado, a Band afirmou que a medida partiu do atual governador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), que havia concordado em manter o evento, e não recebeu qualquer aviso prévio. E garantiu que irá procurar medidas para ressarcir prejuízos.

Colaborou Gabriel Curty, de São Paulo