Na Garagem: Fittipaldi escapa no fim para conquistar Indy 500 pela segunda vez

Há 25 anos, Emerson Fittipaldi enfrentou Arie Luyendyk, Nigel Mansell, Mario Andretti e Raul Boesel para escrever seu nome na história de Indianápolis. O brasileiro driblou as adversidades de pois de uma classificação complicada para vencer pela segunda vez na carreira as 500 Milhas

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Emerson Fittipaldi escreveu um dos capítulos mais vitoriosos de sua carreira em Indianápolis no dia 30 de maio de 1993, durante a disputa da 77ª edição das 500 Milhas. Depois de driblar uma classificação problemática e ter de correr com o carro reserva de seu companheiro de Penske, Paul Tracy, o brasileiro exibiu uma pilotagem impecável nas 200 voltas no IMS, mas precisou enfrentar nomes de igual importância para garantir o triunfo – o segundo de sua trajetória no Speedway.
 
Aquele ano ainda marcou a volta do tricampeão Nelson Piquet ao oval mais famoso do mundo, depois do pavoroso acidente sofrido 12 meses antes, além da campanha muito bem-sucedida do inglês Nigel Mansell, que trocara a F1 no fim de 1992, após o título mundial, para defender a Newman/Haas nos EUA – o ‘Leão’ ainda seria coroado campeão naquela épica temporada.
 
A formação do grid de Indianápolis não foi nada fácil para Emerson. Com o carro titular com problemas, o bicampeão da F1 precisou acertar o carro reserva de Tracy para a corrida e foi a bordo dele que largou naquele quente domingo do fim de maio. A pole estava nas mãos de Arie Luyendyk, no carro #10 da Ganassi. Mario Andretti e Raul Boesel cravaram a segunda e a terceira colocações, respectivamente, confirmando o domínio dos chassis Lola naquele ano.
 
O primeiro Penske apareceu na sexta posição, com o sueco Stefan Johansson. Tracy saía em sétimo, à frente de Mansell. Fittipaldi se colocou em nono, enquanto Nelson Piquet largou do 13º posto.

Na largada, Luyendyk escapou na ponta, trazendo consigo Boesel. Andretti caía já para terceiro. Mas o brasileiro logo passou o líder para assumir a ponta na curva 1. Nenhum incidente foi visto nos primeiros instantes da corrida que era disputada diante de um autódromo lotado. 

Mario Andretti, Arie Luyendyk e Raul Boesel durante Indy 500 de 1993 (Foto: Pascal Rondeau/Getty Images)

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Enquanto Boesel virava voltas mais velozes, Andretti superava Luyendyk para se tornar segundo colocado. Isso foi assim até o giro 16, quando Jim Crawford rodou na curva 2, danificando seus pneus. Não houve toque, porém. Mas o erro provocou primeira bandeira amarela da prova. Todo mundo aproveitou para ir aos boxes, inclusive os líderes. Aí a liderança passou para Kevin Cogan, que decidiu seguir na pista.

 
Nos boxes, Raul saiu junto com Scott Goodyear e Mario Andretti. Mais rápido, o paranaense acabou por passar Mario no fim do pit-lane. Os comissários anotaram a infração e puniram Boesel quando a corrida voltou ao ritmo normal na volta 21, com um controverso Stop & Go, uma vez que a direção de prova demorou para explicar a razão da sanção, que acabou sendo por ultrapassar sob bandeira amarela.
 
Na volta 31, Al Unser liderava quando Danny Sullivan bateu feio na curva 3, abandonando a prova. Quem também dizia adeus à disputa era Piquet, mas por conta de um motor estourado. Quando a corrida retornou à bandeira verde no giro 36, Luyendyk tomou a ponta, trazendo junto Andretti. Fittipaldi já aparecia em terceiro. O campeão da F1 em 1978, então, comandou as ações por 15 voltas até a 47ª passagem, quando os ponteiros começaram a pegar tráfego. 
 
No meio das negociações com retardatários, o dono do carro #10 assumiu a primeira colocação. Mais atrás, Mansell ultrapassou Emerson e começou a imprimir um ritmo forte, se aproximando de seu companheiro de equipe Mario Andretti. Ambos protagonizaram uma bela briga até que o inglês tomou a segunda colocação na curva 1. Andretti foi aos boxes na volta seguinte, enquanto o Nigel foi para cima do líder para roubar o primeiro posto. A ultrapassagem aconteceu na curva 2, o que colocou o britânico na ponta pela primeira vez. No entanto, Nigel foi aos boxes e não ficou com o crédito da liderança. 
O 'Leão' Nigel Mansell esteve perto de vencer em sua primeira Indy 500, em 1993 (Foto:Pascal Rondeau/Getty Images)
Só que a ponta da corrida passou por diversas mãos enquanto todo mundo fazia os pit-stops com bandeira verde. Mas, aí, após todas as paradas, Mansell voltou de fato à ponta. A corrida viu, então, uma bandeira amarela na volta 89, por conta de detritos. Novamente, os pits ficaram movimentados. Nessa, Nigel errou a posição de sua equipe, que teve de resgatá-lo. Resultado: o britânico perdeu a liderança e voltou apenas em sexto. 
 

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A bandeira verde surgiu, então, no girou 94, mas durou pouco. Um toque entre Scott Brayton e Paul Tracy na curva 3 chamou a amarela de novo.
 
Depois de alguns giros em ritmo normal, Jeff Andretti e Roberto Guerrero bateram também na curva 3. A bandeira amarela levou muita gente aos boxes. Andretti, que liderava, entrou nos pits ainda fechados e tomou uma punição. Quando a prova viu a bandeira verde de novo, Al Unser estava na frente. Aí, a próxima amarela acontece na volta 169, depois de Robby Gordon surgiu parado por conta de uma quebra da caixa de câmbio.
 
Novamente, todo mundo aproveitou o ritmo mais lento para ir aos boxes. No retorno, Mansell apareceu na ponta, seguido por Emerson e Luyendyk.
 
E assim foi até a passagem de número 182, quando Lyn St. James provocou uma nova bandeira amarela, depois de parar o carro na curva 4. A relargada aconteceu dois giros depois, e Fittipaldi, em segundo, se aproveitou da inexperiência de Mansell para logo tomar a ponta. Arie fez o mesmo e também superou o 'Leão'. A partir daí, Emerson foi se afastando do pelotão até uma nova amarela surgiu, na volta 192. E foi causada por Mansell.
 
O britânico vinha tentando recuperar o segundo posto, quando exagerou na curva 2, esfregando os pneus no muro. Apesar dos pequenos danos na suspensão, o piloto seguiu na prova. A bandeira verde foi acionada pela última vez a cinco voltas do fim, e aí ninguém mais ameaçou Fittipaldi, que imprimiu um ritmo muito veloz a bordo do Penske #4. 
Emerson celebra após vencer 77ª edição da Indy 500, em 1993 (Foto: IndyCar)
O brasileiro cruzou a linha de chegada do IMS com 2s8 de vantagem para Luyendyk. Mansell terminou em terceiro e se tornou ainda o primeiro estreante a terminar a Indy 500 desde 1970. O destemido inglês comandou a corrida por 34 voltas. Raul Boesel, que também figurou na liderança da prova e precisou driblar adversidades ao longo da prova, terminou em quarto.
 
Emerson, por sua vez, foi ao Victory Lane pela segunda vez na carreira, celebrando o triunfo com a Penske. Mas uma polêmica marcou a festa: ao invés de beber o tradicional leite dos vencedores, o brasileiro decidiu tomar suco de laranja, em um ato promocional de seus negócios no Brasil. A atitude ganhou críticas do público e da imprensa norte-americana, mas o piloto se manteve firme. Eventualmente, acabou bebendo o leite mais tarde.
 
De qualquer maneira, Fittipaldi escreveu seu nome na história de Indianápolis com um triunfo brilhante em uma prova em que não estava entre os favoritos. Emerson ainda disputaria mais três temporadas antes do adeus às pistas nos EUA.
 
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