Prefeito diz que corrida da Indy no Anhembi tinha baixo custo-benefício: “Não se mostrou a melhor opção”

Prefeito Fernando Haddad disse que a corrida da Indy no circuito do Anhembi “não era viável do ponto de vista econômico-financeiro” para a cidade de São Paulo. Presidente da SPTuris falou que cidade tem “sonhos ambiciosos” com a MotoGP

Disputada pela última vez em 2013, no primeiro ano da gestão petista na Prefeitura de São Paulo, a São Paulo Indy 300 não era um evento de bom custo-benefício para a cidade. Quem disse foi o prefeito paulistano, Fernando Haddad, em entrevista coletiva no Autódromo de Interlagos na quinta-feira (16).

Haddad, que no evento destacou a importância que a F1 tem para o turismo da cidade, falou que os investimentos feitos para abrigar a etapa brasileira da Indy só poderiam continuar se o formato do evento fosse repensado.

Fernando Haddad entrega o troféu de vencedor a James Hinchcliffe na prova de 2013 (Foto: Rodrigo Berton/Grande Prêmio)

“Foi feita uma análise de custo-benefício do quanto a cidade investia para receber o evento e qual o retorno que nós tínhamos. E, na verdade, não se mostrou a melhor opção manter o evento no formato em que ele foi concebido, utilizando as pistas da marginal, o sambódromo e os custos da ordem de R$ 35 milhões para a prefeitura. Foi feito um balanço sobre isso e nós entendíamos que, naquele formato, teria que ser repensado para ser acolhido por São Paulo. Não se mostrou o mais viável do ponto de vista econômico-financeiro”, disse.

A corrida, nos anos em que foi disputada, também foi bastante criticada na cidade por causar transtornos no trânsito e bloquear vias importantes como a Marginal do Rio Tietê e a Avenida Olavo Fontoura, na Zona Norte.

Depois de ficar fora do calendário da Indy na temporada 2014, o Brasil vai voltar a receber uma prova da categoria no dia 8 de março de 2015, em Brasília — isso, se a primeira etapa das reformas no autódromo Nelson Piquet for concluída a tempo.

O Grupo Bandeirantes, que promove a corrida, prometeu colocar no evento em Brasília pelo menos R$ 62 milhões, quantia semelhante àquela que era investida em São Paulo. Na época do cancelamento da prova do Anhembi, a emissora também havia decidido, após auditoria interna, recolher os investimentos por julgar que poderia obter melhores resultados em outras áreas.

Contudo, a não-realização da São Paulo Indy 300 motivou inclusive uma ação judicial da Indy contra a Band por quebra de contrato. O acordo entre as partes garantia que a corrida acontecesse entre 2010 e 2019, mas apenas quatro edições foram organizadas. A ação só foi deixada de lado com a decisão de correr em Brasília em 2015.

Se a prefeitura não julgava que a permanência da Indy no Anhembi era fundamental, acredita que é fundamental manter a F1 em São Paulo. A reforma que está acontecendo no Autódromo de Interlagos custa R$ 160 milhões e é feita com verba do Ministério do Turismo. De acordo com a gestão municipal, o GP do Brasil de F1 movimenta R$ 260 milhões na economia da capital paulista na semana da corrida.

E a cidade tem como "sonho ambicioso", agora, receber a MotoGP, de acordo com o presidente da SPTuris, Wilson Poit. "A gente está sendo procurado por diversas outras organizações. Não temos nada. Vamos anunciar no momento certo. Mas, como disse, Interlagos tem sonhos ambiciosos e nós estamos conversando, inclusive com o pessoal de MotoGP", afirmou.

O Mundial de Motovelocidade chegou a anunciar o retorno do Brasil ao calendário com uma corrida em Brasília, mas como as reformas às quais o evento estava condicionado não aconteceram, a prova teve de ser cancelada. Goiânia pleiteou abrigar o GP e chegou a se dizer bastante próxima disso, contudo, um acordo não foi alcançado até o momento.

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