Saavedra se indigna com “trabalho de computador” em largada e se diz abençoado por sair ileso de acidente

Tudo que Sebastián Saavedra tem vivido em Indianápolis nas 500 Milhas é consequência do acidente sofrido há duas semanas na largada do GP no misto. Penúltimo no grid da famosa prova, o colombiano falou ao GRANDE PRÊMIO que teve sorte de sair sem nenhum arranhão e criticou a falha que o deixou estacionado no grid

Sebastián Saavedra já viveu o céu e o inferno, nesta ordem, em Indianápolis. Há duas semanas, o colombiano comemorava sob chuva sua primeira pole na Indy no primeiro GP que resolveram fazer no misto do Speedway. Daí veio o dia seguinte, e um problema no motor o trancou na largada, sendo alvo fácil do compatriota Carlos Muñoz e, segundos depois, de Mikhail Aleshin. Desde então, Saavedra sofre as consequências da quase inquisição.

Saavedra tenta virar a página, mas ainda se mostra inconformado com o ocorrido — apesar de ter plena consciência de que poderia acontecer. "A gente fez um trabalho ótimo, e eu fiquei muito chateado. Tem de esquecer e entender que não foi um problema nosso, mas algo que a gente sabia que tinha uma possibilidade muito alta de ocorrer", afirmou o piloto ao GRANDE PRÊMIO no Speedway em um português que ainda cultiva pelo tempo em que viveu em São Paulo.

O terrível acidente da largada envolveu Sebastián Saavedra, Mikhail Aleshin e Carlos Muñoz (Foto: IndyCar)

A falha se manifesta por algo que ainda é novo na categoria. "A gente tem trabalhado com a Chevy – e os demais, com a Honda – fazendo um mapeamento do motor para a largada parada. Isso ainda não é 100% bom, tem muitos problemas, e junto com (Juan Pablo) Montoya, estamos tentando desenvolver isso", disse. "E naquela corrida também tinha o calor e os pneus vermelhos, e tudo somou para gerar aquele acidente."

Saavedra se mostrou favorável ao novo sistema de partida. "Eu cresci na Europa e lá só se larga dessa maneira. É algo fácil para mim, eu fico muito tranquilo com isso", falou. "Agora o que não me deixa tranquilo é computador fazendo o meu trabalho. Quando acontece isso, tira todo o trabalho do piloto, e isso eu não aceito", disparou.

Sebastián Saavedra em Indianápolis (Foto: IndyCar)

A segurança dos carros da Indy acabou sendo testada e aprovada com aquela pancada, a primeira que Saavedra teve com o chassi DW12. "A gente põe a vida nas mãos de quem desenha o carro. Eu sabia que estava em boas mãos, mas nunca se sabe o que vai acontecer", afirmou, logo se dizendo um sortudo quando se deparou com as cenas pela TV.  "A parte frontal do Aleshin ficou muito perto da minha cara, e quando vi o vídeo pela primeira vez, deu medo. Mas olhando o golpe que foi, a 170 mph, eu posso dizer que sou abençoado", completou.

As consequências foram duras. Sebastián só teve o carro pronto na terça-feira seguinte ao acidente, perdendo dois dias de treinos para as 500 Milhas. Com a chave virada para a corrida no oval, a preparação foi falha, e mal deu tempo para os ajustes. "O carro não estava em forma", admitiu, mas sem dar qualquer tom de culpa à equipe. "A KV fez um trabalho de mais de 70 horas para deixá-lo o mais aerodinâmico possível e não teve nenhum minuto para acertá-lo.

A questão era se concentrar mesmo para a corrida, e a gente tem um bom carro. O problema é a gente ainda é 2 ou 3 milhas mais lento que os demais", finalizou o 32º e penúltimo no grid, que se reconforta com um só fato. "O carro não é muito eficiente sozinho na pista, mas no tráfego é excelente. E isso é o mais importante em uma corrida como essa."

 

GRANDE PRÊMIO cobre 'in loco' as 500 Milhas de Indianápolis com os repórteres Victor Martins e Evelyn Guimarães. Para acompanhar o noticiário completo, clique aqui.

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