Tática de Kanaan falha no fim das 500 Milhas de Pocono, e Montoya volta a vencer na Indy. Castroneves é 2º

As 500 Milhas de Pocono pareceram as de Indianápolis no ritmo sem paralisação por bandeira amarela e no feitio de quem não queria liderar a prova para economizar combustível. Ora com Will Power, ora com Tony Kanaan, problemas particulares os tiraram do primeiro lugar no fim e levaram a Juan Pablo Montoya a vitória, sua primeira na volta à Indy. Helio Castroneves beneficiou-se de tudo e ficou em segundo

Juan Pablo Montoya (Foto: Getty Images)

Está de volta? Sim, Juan Pablo Montoya está. À pergunta que o próprio fez ontem após a pole em Pocono, a resposta não foi tão certa de que se sentia 100% confortável e adaptado à Indy. Pois a vitória neste domingo (6) dirime qualquer dúvida. Rápido a corrida toda, é bem verdade que o colombiano teve de contar com a 'ajuda' de Will Power e da equipe e Tony Kanaan para ganhar. Entenda-se por isso mais um ato passível de punição do líder do campeonato e uma estratégia inexplicável de risco da Ganassi que fez o brasileiro parar no fim para reabastecer.

Montoya viu nos retrovisores seu outro companheiro, Helio Castroneves, que não tinha carro para brigar pela vitória, mas que se beneficiou com os problemas alheios também. Em segundo, o brasileiro chegou a 446 pontos e empatou com Power no campeonato, Nos critérios de desempate — número de vitórias —, Power leva a melhor.

Power e Kanaan cruzaram a corrida juntos, em décimo e 11º, respectivamente. E igualmente nervosos com as consequências.

Confira como foram as 500 Milhas de Pocono da Indy neste domingo

 
Montoya perdeu a ponta na largada para o companheiro Power por se preocupar com o ataque de Andretti do lado interno da pista. Marco até chegou a superar o pole, mas logo começou a perder rendimento e cair para quinto, atrás de Muñoz e Kanaan. Ao estilo de Indianápolis, começou a ser formada uma fila única em que o proveito do vácuo se fazia essencial para o consumo mais baixo de combustível. E tal como na corrida de maio, Power foi aos poucos diminuindo o ritmo implorando que alguém lhe ultrapassasse – algo que não aconteceu.
Largada (Foto: Getty Images)
Kanaan deu alguma emoção ao negócio a partir da volta 18, quando resolveu caçar o líder e passou o par de colombianos à frente. Depois, foi Muñoz que se empolgou. 
 
Os pits começaram a ver um movimento na volta 26. Mas todo mundo que foi teve problemas: Sato chegou capengando até o pit da Foyt, onde retiraram a tampa do motor; Hunter-Reay parecia vir para uma parada normal, mas o pneu traseiro do lado esquerdo emperrou a vida toda; Rahal vinha bem, mas seus mecânicos tiveram de prender o apoiador da cabeça do piloto. As trocas em si começaram na volta 31, e não foi com Power, não: Muñoz e Kanaan estrearam as paradas. O líder da prova só entrou na passagem seguinte; Montoya, na 33. A situação não mudou nada. 
 
Tony foi o responsável, novamente, por tentar tirar a fila do marasmo. No giro 48, Kanaan superou Muñoz e, em escala, passou Montoya e Power para chegar à liderança. A tática de Tony foi encomendada pela Ganassi, que queria verificar a condição do carro andando sozinho com o acerto de corrida, azeitando-o para o final da prova. Mais atrás, Briscoe e Castroneves se aproximaram do pelotão frontal. 
Tony Kanaan (Foto: Getty Images)
Sem paralisação, as segundas e terceiras visitas aos pits se deram em bandeira verde, sempre com Kanaan muito antes dos carros da Penske. Que começou a perceber que o rival da Ganassi estava desgarrando muito à frente. Assim, Montoya e Power iniciaram uma caça ao brasileiro para descontar a boa diferença aberta. O máximo a que conseguiram reduzir foi a 1s8 até chegar na quarta parada, à qual Tony deu início na 118. O trabalho melhor da Penske colou Power e Montoya em Kanaan.
 
A corrida seguiu insossa e assim até a quinta troca de pneus e reabastecimento. Mais uma vez, Kanaan parou antes dos demais. Os pilotos da Penske aproveitaram para dar voltas rápidas com pouco combustível e voltaram à frente do brasileiro, com relativa vantagem – os 1s8 que Tony tinha outrora. Aí, como em Indianápolis, passando dos 3/4 de prova, surgiu a primeira amarela: Graham Rahal rodou na curva 2 muito rápido, deu giros e mais giros, raspou o muro e ficou ali parado. 
 
A Ganassi aproveitou para chamar Kanaan para os pits, algo que a Penske não fez – e nem os demais ponteiros, diga-se. A tentativa de risco era fazer com que o piloto não parasse mais até o fim da prova, obrigando-o a andar mais lento para economizar o precioso combustível.

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A relargada na 164 pôs Montoya em total ataque sobre Power. Ficou a volta inteira emparelhado, não conseguiu ultrapassagem, tentou de novo na 165 e, em nova tentativa, perdeu parte da lateral esquerda do bico ao raspá-la na traseira do carro do companheiro. Ainda assim, conseguiu superá-lo. Muñoz aproveitou e tomou o segundo posto. Castroneves, que vinha longe na prova e ganhou sobrevida com o incidente de Rahal, também foi no embalo. Refeito do toque, Power recuperou a posição em cima de Helio, importantíssima na luta pelo título. E aí os dois começaram uma briga intensa, que viu o australiano em uma manobra agressiva de bloqueio à passagem do companheiro. A direção de prova aplicou um drive-through sobre Power – o quinto nas últimas provas.
 
Na 184, Muñoz fez sua última parada, uma volta antes de Castroneves e três antes de Montoya. Juan Pablo voltou com larga vantagem sobre o brasileiro. Com uma tática igual a de Kanaan, Newgarden assumiu a ponta momentaneamente, mas parou faltando sete para o encerramento. Aí Tony pegou a ponta. Todo o trabalho foi em vão quando, na 197, o sinal de alarme da reserva de etanol apareceu no volante do brasileiro, levando-o ao splash & go. Foi assim que Montoya herdou a primeira colocação e venceu pela primeira vez em seu retorno à Indy.

Aliás, a última vitória de Montoya em monopostos foi no GP do Brasil de 2005, quando corria pela Williams na F1. E se está de volta com essa conquista nas 500 Milhas de Pocono, é bom que Power e Castroneves se cuidem com o mais novo postulante à taça desta temporada.

Juan Pablo Montoya (Foto: Getty Images)

Indy, 500 Milhas de Pocono, final:

1 2 JUAN PABLO MONTOYA COL PENSKE CHEVROLET 2:28:13.179 200 voltas
2 6 HELIO CASTRONEVES BRA PENSKE CHEVROLET +2.340  
3 34 CARLOS MUÑOZ COL ANDRETTI HONDA +2.965  
4 8 RYAN BRISCOE AUS GANASSI CHEVROLET +3.843  
5 9 SCOTT DIXON NZL GANASSI CHEVROLET +4.693  
6 77 SIMON PAGENAUD FRA SCHMIDT PETERSON HONDA +6.010  
7 7 MIKHAIL ALESHIN RUS SCHMIDT HONDA +8.365  
8 67 JOSEF NEWGARDEN EUA FISHER HARTMAN HONDA +8.950  
9 25 MARCO ANDRETTI EUA ANDRETTI HONDA +9.447  
10 12 WILL POWER AUS PENSKE CHEVROLET +17.230  
11 10 TONY KANAAN BRA GANASSI CHEVROLET +22.070  
12 27 JAMES HINCHCLIFFE CAN ANDRETTI HONDA +1 volta  
13 20 ED CARPENTER EUA CARPENTER CHEVROLET +1 volta  
14 19 JUSTIN WILSON ING DALE COYNE HONDA +1 volta  
15 17 SEBASTIÁN SAAVEDRA COL KV CHEVROLET +1 volta  
16 11 SÉBASTIEN BOURDAIS FRA KV CHEVROLET +1 volta  
17 83 CHARLIE KIMBALL EUA GANASSI CHEVROLET +2 voltas  
18 28 RYAN HUNTER-REAY EUA ANDRETTI HONDA +19 voltas  
19 15 GRAHAM RAHAL EUA RLL HONDA +43 voltas NC
20 18 CARLOS HUERTAS COL DALE COYNE HONDA +111 voltas NC
21 14 TAKUMA SATO JAP FOYT HONDA +175 voltas NC
22 98 JACK HAWKSWORTH ING BRYAN HERTA HONDA +200 voltas NL

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