Maiúsculo na Áustria, Dovizioso quebra sequência de Márquez e recoloca fogo na temporada 2017 da MotoGP

Uma vitória de Marc Márquez no Red Bull Ring consolidaria o espanhol como principal candidato ao título, mas o triunfo maiúsculo de Andrea Dovizioso ratificou a teoria de que a disputa vai seguir até Valência

Marc Márquez vinha caminhando em passos largos para se consolidar como principal candidato ao título da MotoGP, mas Andrea Dovizioso tratou de cortar as asinhas do espanhol. Com uma atuação grandiosa, o #4 quebrou a sequência de vitórias do piloto da Honda e colocou mais uma colherzinha de pimenta no tempero do Mundial.
 
É bem verdade que um triunfo da Ducati no Red Bull Ring não chega a surpreender, afinal, a expectativa era esta desde o desembarque em território austríaco. Entretanto, o crescimento da Honda colocou a Desmosedici contra as cordas, precisando de um golpe para lá de especial para virar a disputa. E a corrida deste ano não terminou com uma disputa definida pelos árbitros do confronto, mas sim com um nocaute de Dovizioso.
 
Igualmente bem preparados, Dovizioso e Márquez travaram um combate duríssimo que teve seu derradeiro lance na curva final. A dupla abriu a última volta separada por apenas 0s094, mas sem que Marc tivesse chance atacar na curva um. A primeira ensaiada do #93 veio na três, mas a aceleração da RC213V não ajudou no combate. Nas esquerdas seis e sete, Márquez recuperou terreno, mas não o bastante para se colocar à frente. Dovi, então, trancou a porta na nove, deixando o rival da Honda com uma única cartada: um derradeiro ataque na Red Bull Mobile.
 
O #93, então, tentou uma agressiva manobra por dentro na curva final, mas chegou rápido demais para manter a trajetória e cruzou na frente de Andrea, que retomou a linha passando bem rente à moto do adversário para receber a bandeirada com 0s176 de margem. 
Márquez e Dovizioso na Áustria (Foto: Ducati)

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Além de quebrar a sequência de Márquez e colocar Dovizioso na lista de cinco pilotos que superaram a marca de 3 mil pontos no Mundial de Motovelocidade, a corrida deste domingo também mantém a disputa pelo título apertada, já que impediu o espanhol de ampliar muito mais sua margem. Mas, mais do que isso, recoloca luz na evolução da Ducati, que conseguiu bater a poderosa Honda em um confronto direto.

 
“Ganhar na última curva é uma coisa que não acontecia comigo faz tempo”, disse Dovizioso. “Quando você tem Márquez atrás, você sabe que ele vai tentar. Têm curvas em que não dá para ultrapassar, mas ele tenta. Não achei que ele fosse tentar, mas na penúltima curva ouvi que ele abria o acelerador antes que eu, então eu soube. Não freei, ele escapou e quase tocamos”, relatou.
 
Embora Márquez tenha se colocado como homem a ser batido no sábado, Dovizioso garante que não perdeu a fé no potencial da Ducati.
 
“Seguimos acreditando no que estávamos fazendo”, garantiu. “A equipe está fazendo um grande trabalho. Foi um fim de semana muito complicado, mas a nova carenagem e o trabalho da equipe foram importantes. Estou muito agradecido”, declarou.
 
Questionado sobre a inesperada decisão de correr com o pneu traseiro macio, Dovizioso avaliou que os compostos fornecidos pela Michelin são estranhos.
 
“Os pneus são estranhos”, resumiu. “Os Michelin não são duros, macios e médios, mas uma mescla de coisas que você tem de entender. Neste fim de semana, fomos os que melhor interpretamos, porque fomos os únicos que vimos que a classificação tinha de ser feita com o pneu médio e a corrida com o macio”, avaliou. 
 
Mundial? Que Mundial?
 
Desde que introduziu sua versão 2.0, Márquez evitou brindar com o mundo com uma de suas espirituosas atuações. Nesta versão turbinada, o piloto de Cervera pensa no campeonato e evita riscos excessivos. 
 
Embora esse seja um modelo mais seguro e já tenha lhe rendido muitos frutos, é fato que a versão original é mais divertida. Vez ou outra, quando Márquez aparece em versão ‘in natura’, a torcida vai ao delírio. 
 
“Eu tinha de tentar, ou não dormiria em paz”, admitiu Marc.
 
Líder do campeonato, o piloto da Honda admitiu que não pensou na classificação, apenas tentou sua cartada final.
 
“Tinha que tentar. Não estava pensando no Mundial na última curva”, reconheceu. “Foi uma pena, porque eu quase consegui ultrapassar do jeito que queria, mas estava muito apertado”, afirmou.
 
“Na última volta, não pensava nem um pouco no Mundial, mas acho que este resultado é bom. Do jeito que as coisas estão, não se pode pensar no Mundial”, ponderou. “Demos um grande passo hoje e no fim de semana em geral. Melhoramos bastante no verão e no teste de Brno. O importante que já são várias corridas em que não saímos do pódio”, defendeu. 
 
Depois de se queixar bastante da aceleração da RC213V, Márquez encontrou seu caminho não só com as atualizações realizadas pela Honda, mas também em seu estilo de pilotagem.
 
“Fizemos muitas mudanças na moto, mas também no meu estilo de pilotagem”, comentou. “Agora nós temos um teste importante em Misano para preparar a corrida e depois Silverstone”, completou.
 
Mineirinho
 
Aos poucos, Dani Pedrosa vem escalando a classificação da MotoGP. Costumeiramente descartado pela torcida, o espanhol voltou a mostrar uma boa atuação, mas ficou de fora da briga pela vitória ao ver seus pneus excessivamente desgastados nos giros finais.
 
“Esta manhã, nós fizemos uma pequena mudança e isso foi parte do êxito. Fazer um pódio depois de passar pelo Q1 e recuperar é fantástico”, falou Dani. “Não estive cômodo durante todo o fim de semana. Márquez e Dovizioso se atrapalharam um pouco e isso me caiu bem para estar mais próximo”, reconheceu.
 
“Acho que a estratégia de manter a calma no início foi boa. Eu perdi um pouco de contato e poupei combustível para o final. Tentei acompanhar o ritmo e os alcancei quando eles se enroscaram, mas os pneus patinavam e quando eles se reorganizaram, eu fiquei”, relatou. “Me surpreende que a Ducati tenha podido vencer com o pneu traseiro macio, porque acabou o meu duro”, comentou.
Dani Pedrosa (Foto: Repsol)
Beberrona
 
Jorge Lorenzo fez uma ótima largada e chegou a liderar os primeiros giros em Spielberg, mas acabou ficando pelo caminho para receber a bandeirada apenas na quarta colocação. Após a prova, o espanhol contou que teve problemas com o consumo da Desmosedici e também com o desgaste do pneu traseiro macio.
 
“Nós tivemos dois problemas”, falou. “Desde a terceira volta, comecei a sofrer com o consumo de combustível e tive de mudar o mapa de potência para um que tornava a moto mais lenta. Ainda assim, no final só me restaram 60 ml de gasolina. Além disso, o lado direito do pneu traseiro desgastou muito”, continuou.
 
Mesmo assim, Lorenzo encontrou motivos para celebrar, já que entende que teve uma performance melhor do que aquela que lhe rendeu um pódio em Jerez de La Frontera.
 
“Em Jerez eu terminei a corrida em terceiro, é verdade, mas mais longe do primeiro. Foi a melhor corrida do ano em termos de rendimento. Não em resultado, mas estamos cada vez mais próximos da vitória”, ponderou. “Nunca saberemos o que nos faltou para lutar pela vitória. Talvez o pneu duro atrás ou o macio na frente teriam sido melhor, mas nunca saberemos”, admitiu.
 
E aí, gente?
 
Maverick Viñales começou o ano como favorito, mas a temporada 2017 da Yamaha tem visto uma série de tropeços. Depois de um fim de semana onde o espanhol parecia mais animadinho, a performance deste domingo não passou de discreta, com o #25 terminando apenas na sexta colocação, pouco mais de 1s5 à frente de Valentino Rossi, que escorregou para sétimo após um erro.
 
Agora terceiro na classificação do Mundial, Viñales não economizou nas queixas e cobrou evolução da Yamaha, especialmente diante do crescimento de Honda e Ducati.
 
“Desde a largada não tínhamos muita aderência. Não sei se com os outros pneus iríamos melhor. Não somos capazes de fazer um bom trabalho com os pneus. Nunca havia derrapado tanto com a moto como nesta corrida”, comentou. “É algo estranho, principalmente porque [Johann] Zarco foi bem e nós não. Não acredito que seja problema das borrachas. Está claro que fazemos algo errado”, insistiu. 
 
“Também me pergunto: ‘como não podemos bater as Tech3?’. Nós terminamos a 7s da vitória. Desse modo não podemos brigar pelo título”, disparou.
 
Rossi reforçou a cobrança de Viñales e pediu providências dos engenheiros do time, já que a M1 vem tendo dificuldades em muitas das pistas.
 
“Gastamos demais o pneu traseiro. A Honda e a Ducati são capazes de serem rápidas em degradar o pneu traseiro, então temos de buscar melhorar mecânicas para solucionar essa questão”, apontou. “Mecanicamente, as demais degradam menos o pneu traseiro”, frisou.
 
“Isso aconteceu muitas vezes já neste ano”, lembrou. “Acho que devemos melhorar eletrônica e mecanicamente, e isso devem solucionar no Japão”, cobrou.
 
Também, Rossi avaliou que o resultado na Áustria não é fruto de um erro de acerto ou da escolha de pneus. 
 
“Se tivéssemos que disputar outra corrida agora, não saberia o que mudar”, completou.

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