Marc Márquez e Andrea Dovizioso chegaram a Valência para a decisão em 2017 (Foto: Reprodução)

Márquez mostra ritmo e sai na frente em fim de semana decisivo. Dovizioso mantém calma e fica no objetivo: vencer

A MotoGP enfim chegou à Valência para a decisão da temporada. Nas primeiras atividades do final de semana, Andrea Dovizioso terminou ambas à frente de Marc Márquez, que ainda caiu no segundo ensaio do dia. Apesar do bom desempenho, o italiano reconheceu que ainda existem pontos a melhorar e mostrou tranquilidade, enquanto seu adversário espanhol aproveitou para fazer um jogo psicológico

Grande Prêmio
Juliana Tesser 10/11/2017    16:06    5min    MotoGP

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Andrea Dovizioso chegou à última etapa da temporada, em Valência, com apenas uma missão: vencer. Após ter um ano bastante regular e ver em Phillip Island seu maior revés, o piloto garantiu a vitória na Malásia para chegar vivo na briga pelo título na disputa decisiva de 2017.
 

Nesta sexta-feira (10), primeiro dia de atividades no circuito Ricardo Tormo, o italiano mostrou que está disposto a brigar até o último minuto. Nos dois treinos realizados, terminou à frente de Marc Márquez em ambos. No primeiro, o #04 foi apenas 0s03 mais veloz que o adversário espanhol. No complemento do dia, o #93 caiu – justamente na curva em que Valentino Rossi perdeu o título em 2006, a Doohan.
 
Mas a situação em Valência é até que bastante simples: apenas a vitória interessa para Dovizioso. Com uma desvantagem de 21 pontos para o titular da Honda, o italiano precisa torcer para que o tricampeão termine de 12º para trás para conquistar o tão sonhado título. Com base na constante conscistência de Marc ao longo do campeonato, esse é quase um resultado impossível de imaginar. Como a própria Ducati já reconheeceu.
 
Dovizioso, no entanto, tem plena consciência de sua situação. Naquele que é o fim de semana mais importante de sua carreira, o piloto se mostrou bastante tranquilo e comemorou o bom início de atividades, mas soube reconhecer as fraquezas de sua moto e manter os pés no chão.
Quem vai vencer? (Foto: Divulgação/MotoGP)

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“Estou feliz com a minha posição até agora, eu sei que fizemos um bom trabalho hoje, mas isso não é suficiente. Dani [Pedrosa] e Marc certamente têm um ritmo melhor com os pneus usados do que ninguém. Somos conscientes do que necessitamos para ir rápido. Temos que trabalhar a velocidade, mas sobretudo a fluidez”, comentou.
 

“Não sou rápido no meio da curva, mas é mais devido à minha trajetória. Minha posição de saída não é boa, porque não consigo levantar a moto com rapidez suficiente e acelerar o mais rápido possível. Eu não posso fazer o que eu quero, não é fácil de resolver, mas vamos tentar”, seguiu.
 
Em meio ao turbilhão de emoções, o piloto ainda se mostrou grato por todo apoio que tem recebido. “Estou muito feliz nesta situação e muito relaxado. Eu sinto que muitas pessoas estão me apoiando, isso é ótimo e me deixa muito feliz por estar nesta situação”.
 
Sobre a corrida, Andrea reconheceu que sair da frente do pelotão pode ser fundamental, ainda mais em um circuito difícil de ultrapassar. No entanto, reconheceu que a corrida é longa e tudo pode acontecer.
 
“É sempre bom largar da primeira fila, e neste circuito é muito importante [pela dificuldade de ultrapassagem]. Aqui não é o lugar mais complicado de conseguir a primeira fila, mas a corrida é longa, então o ritmo é sempre muito importante, temos que nos focar nisso”.

Companheiro de Dovizioso, Jorge Lorenzo ponteou o segundo treino da sexta-feira. O espanhol reconheceu que apesar do bom ritmo apresentado pela Ducati, a dupla da Honda se mostrou superior.
 
“Márquez é muito rápido e Pedrosa se dá bem nesta pista. Será difícil conseguir a pole, mas virei com força e confiança. Conheço muito a moto e hoje fui o primeiro em um treino pela segunda vez, mas é uma situação bastante diferente, pois em Silverstone havia colocado pneus macios que ninguém mais calçou. Se nós fizermos um balanço, acredito que as Hondas estão um pouco melhores que as Ducati”.
 
No final de semana, Márquez não pode dar chance ao azar, mas já na sexta-feira sentiu o primeiro revés. No segundo treino livre do dia, nos minutos finais, o #93 acabou caindo no circuito justamente na curva Doohan, mesmo ponto que fez Rossi perder seu título. Se ele ficou preocupado com o acidente? A reação foi clara.
 
“Posso mudar minha mentalidade e me conformar mais, ver que tenho ritmo e baixar minha velocidade, mas não é minha mentalidade, ao menos nos treinos. Dou uma volta, tenho confiança e o que sinto é que devo acelerar mais e ir mais rápido. Esta temporada tem sido assim. Durante o inverno posso pensar e analisar tudo, mas já disse que serei fiel ao meu estilo até o warm-up, e estou sendo. O mais importante é não cair na corrida”, avaliou.
Márquez aproveitou para mexer com o psicológico de Dovizioso (Foto: Repsol)
“Nas corridas pode passar de tudo, como o que se passou com Rossi, mas não quero pensar nisso, só penso no que foi bom, como acabou em 2013, como foi em 2010. Esse pensamento não passa pela minha cabeça no momento”, completou.
 
Com situação bastante confortável, Márquez começou então a brincar com o psicológico de seu adversário. Elegendo ele, Dani Pedrosa e Johann Zarco como pilotos com ótimo ritmo em Valência, aproveitou para cutucar Dovizioso.
 
“Vi que o ritmo de Dani está muito forte, assim como o de Zarco, mas estou concentrado em meu box. Tenho ritmo para vencer a corrida, mas vamos esperar para ver onde está Dovizioso”.
 
“Acredito que Dovizioso vai dormir hoje mais preocupado, ao menos eu estaria se estivesse em seu lugar. Para ele só vale a vitória e no momento existem três pilotos com melhor ritmo que ele”.
 

O GRANDE PRÊMIO cobre a decisão in loco em Valência com a repórter Juliana Tesser. Acompanhe aqui todo o noticiário.

 
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