Na Garagem: Sexto, Stoner aproveita revés de Rossi no Japão e dá à Ducati 1º título
Casey Stoner não deixou passar a oportunidade e aproveitou um problema de freios com a Yamaha de Valentino Rossi para usar um sexto lugar no GP do Japão e faturar o título de 2007 de forma antecipada. Foi a primeira conquista do australiano e da Ducati
A MOTOGP VIVEU UM DIA histórico em 23 de setembro de 2007. Há dez anos, Casey Stoner garantiu seu lugar no olimpo do Mundial de Motovelocidade ao conquistar o título e dar à Ducati seu primeiro ― e até agora único ― triunfo na classe rainha.
Em Motegi, um fim de semana histórico. Há dez anos, a MotoGP testemunhou sua primeira corrida com flag-to-flag, um sistema que tinha sido testado pela primeira vez em 2005. Na ocasião, a corrida começou com chuva, mas os pilotos tiveram de ir aos boxes em busca das motos reserva devidamente acertadas para pista seca em meados da disputa.
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Nono no grid, Casey fez uma ótima saída e apareceu em quarto ainda na primeira curva, à frente de Rossi. O #46 chegou a cair para a sétima colocação, mas se recompôs rapidamente e colou no australiano, até passar com 12 voltas para o fim.
Com a pista secando, Stoner foi aos boxes dois giros mais tarde, com Rossi fazendo sua parada na volta seguinte, com o #27 já em quinto. O inesperado, entretanto, aconteceu. Restando oito voltas para a bandeirada, o #46 teve de voltar aos boxes da Yamaha por conta de um problema de freios da YZR-M1, o que o derrubou no pelotão.
Loris Capirossi, então, recebeu a bandeirada em primeiro, 10s853 à frente de Randy de Puniet, que conquistou seu primeiro pódio e o melhor resultado da Kawasaki no ano. Toni Elías completou o pódio. Mais de 31s atrás do companheiro de Ducati, Stoner ficou em sexto, mas aquele que foi seu pior resultado no ano serviu para o título, já que Rossi ficou apenas em 13º.
Em seu ano de estreia pela Ducati, o primeiro triunfo, na Turquia, até chegou como surpresa, mas um meio de temporada próximo do impecável foi o que assegurou o título. Na Catalunha, o australiano protagonizou com Rossi uma das melhores disputas da história da categoria. Depois, na sequência entre Laguna Seca, Brno e Misano, o australiano conseguiu três triunfos de ponta a ponta.
Com tal performance, Stoner chegou ao título sendo o único piloto a pontuar em todas as etapas, definindo a conquista ao alcançar 297 pontos, 83 a mais que Rossi.
Naquela ocasião, Stoner, aos 21 anos e 342 dias, se tornou o segundo mais jovem a conquistar o título, atrás apenas de Freddie Spencer. Além disso, foi a primeira vez que uma fábrica europeia conquistou o Mundial desde que a MV Agusta foi campeã com Phil Read em 1974.
“No momento, parece um pouco surreal”, disse Stoner após a conquista. “Estou com dificuldades para achar as palavras, acho que não tem sensação nenhuma que possa se comparar com isso, mas acho que realmente vou assimilar com o passar das horas”, seguiu.
“A corrida começou até que bem, conseguimos chegar na frente bem cedo, e eu tive uma sensação relativamente boa com a moto, estava em uma situação feliz. Mas aí os pneus de chuva começaram a desgastar conforme a pista ia secando, e Valentino e Dani [Pedrosa] passaram”, relatou. “Eu realmente não sabia se entrava ou não, aí meu time colocou ‘box’ no pit-board, então tive um pouco mais de confiança para entrar. Depois que mudei de moto, tinha algo com o amortecedor, a moto não me permitia inclinar nas curvas, então tive de reduzir a velocidade. Aí comecei a encontrar mais ritmo, Valentino teve um problema e conseguimos terminar à frente dele. Acho que era a meta do jogo de hoje”, ponderou.
"Perto do fim, tudo passava pela minha cabeça, então só tentei ficar focado no trabalho que tinha em mãos, queria levar para casa pelo meu time. A coisa toda é arrebatadora, porque nós realmente não esperávamos conquistar o título hoje”, reconheceu. “Têm muitas pessoas que quero agradecer: meus pais, que sempre estiveram lá para mim, que me apoiaram ao longo da minha carreira; a minha esposa Adriana, que esteve lá nesta temporada e nas últimas; e todos os que me ajudaram ao longo do caminho ― a Ducati, toda minha equipe, os pneus Bridgestone. Um enorme obrigado a todos que tiveram qualquer relação com a minha carreira. Nós finalmente conseguimos”, concluiu.
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Rossi lamentou o revés de Motegi, mas parabenizou Stoner pela sua primeira conquista na carreira.
“É uma grande pena para nós o desfecho deste fim de semana, porque, no seco, éramos mais rápidos do que Stoner e poderíamos ter uma boa chance. O primeiro problema de hoje foi o clima nesta manhã, mas, de fato, conseguimos encontrar um bom acerto para a moto e estávamos bem esperançosos quando a corrida começou”, contou Rossi. “Tive uma largada ruim, mas, com a pista secando, tinha o ritmo mais rápido e pude recuperar 5s em relação aos líderes. Depois que passei [Marco] Melandri, fui para os boxes para a mudança e talvez tenha sido uma volta tarde demais, mas a nossa estratégia estava mais ou menos ok, porque consegui voltar para a pista apenas com Loris à minha frente. Nós tínhamos um pneu dianteiro intermediário, slick, o que é normal nessas situações, mas a moto estava quase impossível de guiar e senti que tinha alguma coisa seriamente errada. Eu voltei, mas meus mecânicos viram que não tinha nada de errado, então eu saí imediatamente, mas já era tarde demais. A corrida estava acabada e o campeonato já era”, relatou.
"Lamento muito pelos meus fãs e por todo meu time. Parabéns ao Loris, mas especialmente ao Casey por ser tornar campeão”, concluiu.
Então diretor-executivo da Ducati Motor Holding, Gabriele Del Torchio celebrou a conquista de Stoner e lembrou o empenho da casa de Bolonha na conquista.
“Este sucesso, além de ser de grande valor estratégico, é a melhor demonstração da excelência da Ducati, é um triunfo da inteligência italiana, do talento, da competência e do calor que é um dos ativos mais importantes do país”, disse Del Torchio. “É uma conquista importante e memorável, 34 anos depois de o Mundial de Motovelocidade ter sido vencido por uma fábrica italiana pela última vez. É um sonho que se torna realidade”, frisou.
“Nós estamos falando de uma grande conquista alcançada graças ao comprometimento, à bravura e ao trabalho de equipe de Casey, aliados ao trabalho de nossos projetistas, técnicos, engenheiros, integrantes, patrocinadores e todos na fábrica. Eles todos trabalharam com uma grande paixão e muita habilidade para obter este campeonato, um sucesso enfatizado hoje pela vitória de Loris, a quem dizemos um enorme obrigado pelo grande trabalho que fez nos últimos cinco anos”, falou. “A alegria e o orgulho de experimentar este resultado histórico de campeonato recompensa todos os nossos esforços e só podem nos encorajar a metas ainda mais importantes e memoráveis, tanto na área esportiva quanto na comercial”, completou.
Diretor-executivo da Ducati Corse, Claudio Domenicali afirmou que a conquista de Stoner é também um motivo de orgulho para a Itália.
“É um sonho que se torna realidade. Uma sensação fantástica, realmente fantástica. Não tenho palavras o bastante para agradecer os rapazes que contribuíram para esta incrível conquista, que mostra que a Itália é uma nação cuja paixão e talento podem ser bem sucedidas em um campo de tecnologia enormemente avançada”, falou Domenicali. “É certamente uma boa razão de orgulho para os italianos ― orgulho pelo talento dos nossos engenheiros e pela qualidade das nossas universidades. É também um sinal que permite à Itália olhar para o futuro e para a globalização com um olhar um pouco mais otimista”, encerrou.
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