Opinião GP: Imbatível, Márquez se junta ao Olimpo da MotoGP e caminha para se tornar bicampeão em casa

Mais jovem campeão da história da MotoGP, Marc Márquez voltou ainda mais forte na temporada 2014 e venceu todas as provas disputas até aqui. Nesse ritmo, o piloto da Honda pode garantir o bicampeonato em Aragão, no norte da Espanha

CADA CORRIDA REPRESENTA UMA nova chance de recorde para Marc Márquez. Depois de se tornar o mais jovem campeão da história da MotoGP, o piloto de Cervera segue tomando para si outras marcas de precocidade, mas também garantindo seu nome em listas que reúnem o ‘crème de la crème’ do motociclismo.

Depois de vencer o GP da Alemanha, aos 21 anos e 146 dias, Marc se tornou o mais jovem a vencer nove corridas seguidas na classe rainha, tomando para si uma marca que estava em poder de Mike Hailwood desde 1964, quando o tetracampeão das 500cc teve uma sequência de 12 triunfos, aos 24 anos. Em toda a história, apenas quatro pilotos venceram oito ou mais corridas em sequência: Hailwood, Giacomo Agostini, John Surtees e Mick Doohan.

Mesmo vencedor único de 2014, Marc Márquez não acabou com a graça da MotoGP (Foto: Gold & Goose/GEPA Pictures)
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As imagens deste domingo de Mundial de Motovelocidade em Sachsenring

Como se não bastasse, o irmão de Álex caminha a passos largos para se tornar o piloto mais importante da Espanha. Com seus 15 triunfos na divisão principal, o piloto de Cervera já bateu o número de vitórias de Álex Criville, o primeiro representante da Espanha a vencer e a conquistar o título da classe rainha.

 
Além disso, das 498 vitórias do país do rei Felipe VI no Mundial de Motovelocidade, Márquez contribuiu com 41, se tornando o quarto mais bem sucedido, atrás de Angel Nieto (90), Jorge Lorenzo (52) e Dani Pedrosa (48). 
 
Com a sequência de triunfos de 2014, Marc não mais precisa vencer e será coroado campeão na festa da FIM (Federação Internacional de Motociclismo) de Valência mesmo que termine todas as demais provas do ano na segunda colocação.
 
No ritmo atual, Marc pode conquistar o título em Aragão, no norte da Espanha, com quatro etapas de antecedência. Se seguir vencendo até a prova no MotorLand, o piloto da Honda chegará aos 350 pontos. Caso Pedrosa, atual segundo colocado no Mundial, seja o segundo em todas as corridas que faltam até lá, o piloto de Sabadell sairá de Alcañiz com 248 pontos, 102 a menos que o companheiro de equipe, e com apenas 100 pontos ainda em disputa.
 
Apesar da incrível sequência, Márquez pode não se tornar, ao menos em 2014, o piloto a faturar o título em menos tempo. Se a conquista for em Aragón, a taça chega com 77,7% da temporada completada. Em 1997, Mick Doohan conquistou o Mundial na 11º das 15 corridas do ano (73,3%) e tem a marca.
Carisma de Marc Márquez também é um apelo extra (Foto: Repsol)
Embora seja o único vencedor de 2014, Márquez não vem tornando a MotoGP chata. Muito pelo contrário. Diretor-executivo da Dorna, promotora do Mundial, Carmelo Ezpeleta avaliou, em uma entrevista ao diário espanhol ‘AS’, que a sequência de Marc não diminui o interesse no campeonato. “Isso não está sendo fácil. Têm pilotos que fazem todo o possível para que ele não ganhe, mas não conseguem”, ressaltou. “Márquez tem um mérito impressionante”.
 
Das nove corridas vencidas até aqui, Marc teve muitos obstáculos pela frente. No Catar, por exemplo, teve um intenso duelo com Valentino Rossi, o que também aconteceu em Mugello, desta vez com Jorge Lorenzo. Em Assen e em Sachsenring, o desafio foi o clima, que forçou os pilotos a seguirem o formato flag-to-flag ou a largarem do pit-lane. Tudo novidade para um piloto com tão pouca experiência na divisão principal.
 
“Na tabela, é bem verdade, Marc não tem rivais em 2014, mas na pista ele sempre dá um jeitinho de duelar com alguém ou se vale de alguma intempérie para exibir o enorme talento que possui, em escorregadas e belas ultrapassagens. E isso por si só já garante um espetáculo de primeira”, avalia Evelyn Guimarães, repórter do GRANDE PRÊMIO.
 
Márquez, no entanto, é movido a desafios e não gosta do método simples: largar na pole, manter a ponta e desaparecer na liderança. Não que ele nunca tenha feito isso. Ele fez em Austin neste ano. Mas deixou a pista dizendo: “Sei que foi uma corrida chata para os fãs. Para mim também”.
 
O jovem catalão é um corredor no sentido mais completo da palavra. Alguém que gosta de desafios e que se prepara para cada um deles. Marc estudou muito bem seus adversários e chega na pista cada vez mais pronto para integrar o Olimpo da MotoGP. E essa história está apenas no começo. 
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