Logano aposta em pneus novos, dispara e vence etapa de Richmond da Nascar marcada por final agitado
Joey Logano foi o grande beneficiado pela zona que foi o fim de prova em Richmond. Uma sequência de bandeiras amarelas tirou a vitória das mãos de Brad Keselowski, entregando pra o companheiro de Penske, que acertou a estratégia em cheio
O que parecia uma corrida tranquila em Richmond virou um grande agito. Uma série de bandeiras amarelas na prova deste domingo (30) serviu para embaralhar a ordem e transformar a estratégia em um grande fator. E, nesse quesito, Joey Logano fez a melhor aposta: o #22 insistiu em fazer pit-stops toda hora e, com pneus melhor conservados, engoliu todos aqueles que tentaram se virar com uma parada a menos.
A vitória acabou com a Penske, mas não com o piloto que se imaginava. Brad Keselowski fez uma grande prova do início ao fim, mas foi vítima do acaso proporcionado pelas bandeiras amarelas. O #2 acabou perdendo terreno aos poucos e, quando tentou se recuperar, só conseguiu o segundo lugar.
Joey Logano (Foto: Nascar Media)
Denny Hamlin, outra figurinha carimbada do top-5 ao longo do dia, se contentou com um bom terceiro lugar. Melhor ainda foi o quarto lugar de Ricky Stenhouse Jr.: o #17 foi o melhor dentre os que decidiram não parar e somou ótimos pontos para alguém que sofreu um acidente ainda no começo da corrida. Kevin Harvick, que chegou a sonhar com vitória, fechou o top-5.
Antes do final agitado, um dos pilotos que mais apresentou velocidade foi Matt Kenseth. Mas não serviu para nada: o #20 furou um pneu no fim da prova e terminou apenas em 23º. Só não foi pior do que Dale Earnhardt Jr. que, depois de dois acidentes, foi o 30º. Outro acidentado foi Erik Jones, que bateu na volta 5 e terminou em último.
A próxima etapa da Nascar será em Talladega, já no próximo final de semana.
Saiba como foi a etapa de Richmond da Nascar
Primeiro segmento
Matt Kenseth teve uma largada tranquila e, apesar de uma boa partida de Ryan Blaney, se sustentou em primeiro. O #21 seguiu em segundo, mas recebendo pressão de Martin Truex Jr. Kyle Busch e Kevin Harvick eram os últimos pilotos do top-5 nas primeiras voltas.
O primeiro acidente veio logo na volta 5, quando Erik Jones foi direto contra a mureta de proteção depois de furar um pneu, consequência de um toque com Kasey Kahne. A bandeira amarela foi necessária para recolher o #77, que estava de fora da corrida. Alguns pilotos aproveitaram para fazer pits – dentre eles, Kyle Larson, Dale Earnhardt Jr. e Danica Patrick.
Kenseth voltou a mandar bem na relargada. O #20 disparou enquanto Blaney e Truex seguiam brigando por posição. O #78 não só levou a melhor como também colocou o #21 atrás de Kyle Busch, agora terceiro. Mais um pouco e Ryan também foi ultrapassado por Harvick, caindo para quinto.
Mais atrás, Dale Jr. fazia bom uso dos pneus novos. Depois de relargar da rabeira do grid, o #88 era 11º na volta 30. Se nenhuma bandeira amarela fosse acionada, o veterano tinha tudo para brigar pelo top-5 em seguida.
Quem também ganhava terreno era Brad Keselowski. O #2, que teve uma classificação para lá de mediana, mostrou velocidade ao longo do ciclo de bandeira verde. Em pouco mais de 40 voltas, o campeão de 2012 surgiu em terceiro, atrás apenas de Kenseth e Truex.
Blaney, por sua vez, vivia situação oposta. O #21 seguia sofrendo para encontrar ritmo e perdia posições. Na altura da volta 43, Ryan já estava em 13º.
Brad Keselowski (Foto: Nascar Media)
Para alegria de Blaney, a amarela veio na volta 66. Ricky Stenhouse Jr., que vinha em um ótimo sexto lugar, perdeu controle sozinho e bateu tanto a frente quanto a traseira do carro contra o muro.
Todos foram aos boxes e trocaram quatro pneus, mas as posições não se alteraram. Ou melhor: só se alteraram por causa de punições: Dale Jr., Kyle Busch e Chris Buescher excederam o limite de velocidade e teriam de largar da rabeira da volta do líder.
A relargada manteve Kenseth e Truex em primeiro e segundo com 25 voltas para o fim do segmento. Larson, já dentro do top-10, conseguiu saltar para terceiro depois de uma relargada audaciosa. Harvick e Keselowski fechavam o top-5.
Faltando poucas voltas para o fim, Kenseth se encaminhava para uma vitória tranquila no segmento. O #20 abria e Truex andava para traz, virando alvo de Larson. Depois de uma série de voltas de aproximação, o #42 armou uma ultrapassagem no último instante. Por centímetros, Kyle cruzou a linha de chegada na frente de Martin ao fim do segmento. Harvick e Hamlin ficaram em quarto e quinto.
Largada em Richmond (Foto: Nascar Media)
Segundo segmento
Como de hábito, todos foram aos boxes no fim do segmento. Apesar de um ótimo pit de Larson, Kenseth seguiu em primeiro.
A relargada veio e quem se deu mal foi Truex. O #78 apostou na linha interna, mas viu Harvick tomar o terceiro lugar por fora.
Kenseth não tardou em abrir alguma vantagem, 1s8 para Larson. O #42 não conseguiu um ritmo espetacular e logo começou a ficar para trás: tanto Harvick quanto Keselowski – já na frente de Truex – chegaram e ganharam posições sem grandes dificuldades.
Harvick, agora com a missão de caçar Kenseth, ia ganhando terreno aos poucos. O #4 cortou a diferença de 2s2 para 1s5 em poucas voltas, indicando condições claras de tomar a ponta. Mas até Kevin tinha um problema: Keselowski seguia muito próximo, o que permitiu uma ultrapassagem na volta 145, faltando 55 para o fim.
Denny Hamlin (Foto: Nascar Media)
Como o #2 perdeu tempo para tomar o segundo lugar, a remada para alcançar Kenseth recomeçou do zero. A diferença voltou a subir para a casa de 2s, caindo para 1s3 não muito depois.
Nesse ritmo alucinante, não teve jeito. Foi só Kenseth perder um pouco mais tempo com retardatários que Keselowski enfiou o carro por dentro e tomou a liderança.
Enquanto isso, a corrida perdia mais um carro. AJ Allmendinger, que vinha fazendo uma prova horrível, recolheu para a garagem por conta de um problema mecânico.
Kenseth seguiu perdendo terreno nas últimas voltas do segmento. O #20 estava mais lento do que Harvick, que se aproximava aos pouco. Apesar da tentativa do #4, Matt segurou o segundo posto no segmento vencido por Keselowski. Hamlin, Larson, Newman, McMurray, Bowyer, Ty Dillon e Logano fechavam o top-10, também ganhando pontos extras. Newman e Ty faziam provas particularmente boas.
Terceiro segmento
O pit-stop da abertura do último segmento chacoalhou a ordem dos líderes. Hamlin, com uma parada sensacional, subiu de quarto para primeiro. Harvick pintou em segundo, passando Keselowski, agora terceiro. Enquanto isso, os mecânicos de Jimmie Johnson deixaram um pneu solto no pit-lane, o que jogou o #48 para a rabeira da volta do líder.
A relargada manteve Hamlin e Harvick em primeiro e segundo, enquanto Kenseth dava o troco em Keselowski, retomando o terceiro lugar. Bowyer era o último do top-5.
Kyle Busch (Foto: Nascar Media)
Mais atrás, Dale Jr. perdia muito terreno. O #88 errou sozinho em uma curva, perdeu a trajetória e, apesar de não bater, perdeu cinco posições e pintou em 22º. Muito pouco para alguém que faz um campeonato já bem abaixo da média.
Depois de 18 voltas de bandeira verde, uma nova briga pela liderança se formou. Hamlin não conseguiu escapar e acabou ultrapassado por Harvick, quarto líder do dia.
Mas Keselowski, claramente com carro para brigar por vitória, colocou suas cartas na mesa. Primeiro o #2 passou Kenseth e, depois de colar nos dois primeiros, encaixou mais ultrapassagens simples para liderar novamente. Brad até tentou abrir sobre Harvick, mas estava difícil.
Restando 148 voltas, a bandeira amarela voltou. Uma toalha havia sido jogada na pista, o que forçou a intervenção. Novo ciclo de pits, o que recolou Hamlin na liderança com Keselowski em segundo.
Hamlin relargou muito bem, enquanto Keselowski dormiu no ponto. O #2 caiu para quarto, abrindo caminho para Harvick e McMurray.
Uma vez mais, Keselowski tinha a missão de recuperar posições. E, uma vez mais, conseguiu. Primeiro McMurray, depois Harvick, e Hamlin de prato principal. O #2 tinha o carro melhor acertado e, com pouco mais de 100 voltas para o fim, era favorito à vitória.
Um ciclo de pits em bandeira verde começou com 85 voltas para o fim. Harvick e Hamlin foram astutos e decidiram ir aos boxes pouco antes de Keselowski. Com pneus novos, os dois ganharam tempo suficiente para ficar na frente do #2 tão logo este parasse.
Keselowski voltou logo atrás de Harvick e Hamlin. Com carro melhor ajustado, o #2 passou ambos depois de uma bela disputa. Ainda não era o líder por um motivo: Newman e Earnhardt retardavam a parada o máximo possível, torcendo para uma amarela salvadora.
A amarela realmente veio. Mas envolvendo um destes dois: Johnson cometeu um erro e, na saída de uma curva, prensou Earnhardt contra o muro. O #88 ficou com um pneu furado e lento, o que exigiu a amarela. Ótimo para Newman, que podia virar o líder real.
Nos boxes, Keselowski se deu bem e passou Newman, agora segundo. Hamlin, Harvick e Kenseth relargariam no top-5.
Como não poderia deixar de ser, Keselowski fez grande relargada e seguiu líder com certa facilidade. Foi aí que Newman, mais lento, virou aliado: o #31 estava segurando Hamlin e outros candidatos à vitória.
Teria funcionado muito bem para Keselowski, não fosse outra amarela: Earnhardt furou um pneu e rodou sozinho com 44 voltas para o fim. Outro ciclo de pits para todos, com Keselowski e Hamlin em primeiro e segundo.
Hamlin relargou bem – tão bem que passou a ser investigado por queimar a largada –, mas Keselowski seguiu em primeiro. Uma vez mais, a bandeira verde foi breve: Kenseth se enroscou na briga por posição e furou um pneu. Depois de encher a pista de borracha, outra amarela foi acionada.
Todos foram aos boxes, menos dois: Keselowski e Logano arriscaram uma aposta em seus pneus mais gastos para formar uma dobradinha da Penske na relargada. Kyle Busch e Hamlin seriam os primeiros com pneus novos, em terceiro e quarto.
A relargada foi uma loucura. Logano e Keselowski custaram tempo um ao outro até que Joey assumiu a liderança pela primeira vez no dia. Kyle Busch, com pneus melhores, passou Keselowski. O #2, que antes esteve tão bem, passou a parecer frágil: Hamlin também veio e passou.
A enésima amarela em sequência foi uma cortesia de Blaney. O #21 foi tocado por Kurt Busch, rodou e foi contra o muro.
Dessa vez, a estratégia virou uma loucura. Larson, Stenhouse, Buescher, Truex, Ragan e Whitt não pararam, apostando nos pneus velhos. Logano poderia ter dificuldades para ganhar posições, mas o #22 atravessou os carros mais lentos como faca na manteiga.
Keselowski perdeu mais tempo neste processo, o que acabou fazendo toda a diferença. O #2 até se aproximou do #22, mas faltou tempo para uma ultrapassagem. Vitória para Logano, a primeiro do ano.
Nascar 2017, Richmond, corrida, final:
| 1 | 22 | JOEY LOGANO | EUA | PENSKE FORD | 400 voltas | |
| 2 | 2 | BRAD KESELOWSKI | EUA | PENSKE FORD | +0.775 | |
| 3 | 11 | DENNY HAMLIN | EUA | JOE GIBBS TOYOTA | +2.495 | |
| 4 | 17 | RICKY STENHOUSE JR. | EUA | ROUSH FENWAY FORD | +6.437 | |
| 5 | 4 | KEVIN HARVICK | EUA | STEWART-HAAS FORD | +6.502 | |
| 6 | 1 | JAMIE McMURRAY | EUA | GANASSI CHEVROLET | +6.785 | |
| 7 | 31 | RYAN NEWMAN | EUA | RICHARD CHILDRESS CHEVROLET | +7.954 | |
| 8 | 41 | KURT BUSCH | EUA | STEWART-HAAS FORD | +8.086 | |
| 9 | 43 | ARIC ALMIROLA | EUA | RICHARD PETTY FORD | +8.580 | |
| 10 | 78 | MARTIN TRUEX JR. | EUA | FURNITURE ROW TOYOTA | +10.290 | |
| 11 | 48 | JIMMIE JOHNSON | EUA | HENDRICK CHEVROLET | +10.570 | |
| 12 | 19 | DANIEL SUÁREZ | MEX | JOE GIBBS TOYOTA | +10.903 | |
| 13 | 6 | TREVOR BAYNE | EUA | ROUSH FENWAY FORD | +11.074 | |
| 14 | 42 | KYLE LARSON | EUA | GANASSI CHEVROLET | +11.673 | |
| 15 | 14 | CLINT BOWYER | EUA | STEWART-HAAS FORD | +11.886 | |
| 16 | 18 | KYLE BUSCH | EUA | JOE GIBBS TOYOTA | +12.041 | |
| 17 | 37 | CHRIS BUESCHER | EUA | JTG DAUGHERTY CHEVROLET | +12.336 | |
| 18 | 10 | DANICA PATRICK | EUA | STEWART-HAAS FORD | +12.531 | |
| 19 | 38 | DAVID RAGAN | EUA | FRONT ROW FORD | +12.729 | |
| 20 | 3 | AUSTIN DILLON | EUA | RICHARD CHILDRESS CHEVROLET | +13.196 | |
| 21 | 34 | LANDON CASSILL | EUA | FRONT ROW FORD | +13.428 | |
| 22 | 5 | KASEY KAHNE | EUA | HENDRICK CHEVROLET | +13.810 | |
| 23 | 20 | MATT KENSETH | EUA | JOE GIBBS TOYOTA | +13.858 | |
| 24 | 24 | CHASE ELLIOTT | EUA | HENDRICK CHEVROLET | +14.011 | |
| 25 | 27 | PAUL MENARD | EUA | RICHARD CHILDRESS CHEVROLET | +14.152 | |
| 26 | 13 | TY DILLON | EUA | GERMAIN CHEVROLET | +15.207 | |
| 27 | 72 | COLE WHITT | EUA | TRISTAR FORD | +16.015 | |
| 28 | 32 | MATT DIBENEDETTO | EUA | GO F A S FORD | +16.731 | |
| 29 | 95 | MICHAEL McDOWELL | EUA | LEAVINE CHEVROLET | +1 volta | |
| 30 | 88 | DALE EARNHARDT JR. | EUA | HENDRICK CHEVROLET | +2 voltas | |
| 31 | 23 | GRAY GAULDING | EUA | BK TOYOTA | +2 voltas | |
| 32 | 83 | COREY LAJOIE | EUA | BK TOYOTA | +4 voltas | |
| 33 | 15 | REED SORENSON | EUA | PREMIUM TOYOTA | +5 voltas | |
| 34 | 51 | TIMMY HILL | EUA | RICK WARE RACING CHEVROLET | +7 voltas | |
| 35 | 33 | JEFFREY EARNHARDT | EUA | CIRCLE SPORT CHEVROLET | +8 voltas | |
| 36 | 21 | RYAN BLANEY | EUA | WOOD BROTHERS FORD | +22 voltas | NC |
| 37 | 47 | AJ ALLMENDINGER | EUA | JTG DAUGHERTY CHEVROLET | +67 voltas | |
| 38 | 77 | ERIK JONES | EUA | FURNITURE ROW TOYOTA | +396 voltas | NC |
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