Na Garagem: heptacampeão da Nascar, Earnhardt morre na volta final em Daytona

Há 15 anos, durante a volta final das 500 Milhas de Daytona, um acidente aparentemente “comum” tirou a vida do maior campeão da divisão principal da Nascar, Dale Earnhardt, aos 49 anos

15 anos se passaram desde que a Nascar perdeu, na pista, seu maior piloto: Dale Earnhardt. Em 18 de fevereiro de 2001, um acidente na última volta das 500 Milhas de Daytona matou o sete vezes campeão da categoria norte-americana. O episódio se tornou um marco na busca pela segurança nos ovais dos EUA.
 
Dale Sr. estava em terceiro lugar e brigando pela posição com Sterling Marlin e Ken Schrader a poucos metros da linha de chegada.
 
Ele corria pela Richard Childress, a equipe que o formara na categoria e que o levara a tantas glórias, mas também tinha sua própria escuderia. E logo à frente, dois carros de sua propriedade brigavam pela vitória: o de Michael Waltrip, que buscava seu primeiro triunfo na carreira, e o de Dale Earnhardt Jr., seu filho.
Dale Earnhardt a bordo do lendário #3 (Foto: Getty Images)
Waltrip venceria, para o deleite de seu irmão na transmissão da TV, que comentava sua primeira corrida da Nascar na Fox. Porém, segundos antes, a tragédia aconteceu.
 
Um leve toque de Marlin em Earnhardt jogou o heptacampeão para a parte de cima da pista e em direção ao muro — ainda de concreto — a mais de 250 km/h. Schrader não teve como desviar e acertou lateralmente a ‘porta do passageiro’, empurrando Dale por centenas de metros.
 
 
Mais ninguém atingiu os dois carros, o que não fez do acidente plasticamente espetacular, sequer fez com que ele parecesse tão grave. O problema foi o que aconteceu dentro do cockpit.
 
Ao bater contra o concreto, a desaceleração foi cruel para Earnhardt. Isso inclusive é destacado por Darrell Waltrip na transmissão da TV norte-americana: o acidente não parecia grave, mas o impacto é brutal para quem está dentro do cockpit.
 
Schrader desceu do carro e foi o primeiro a chegar até Earnhardt, imediatamente percebendo a gravidade e gesticulando para os paramédicos.
 
Earnhardt foi lançado para a frente e para trás dentro do cockpit e sofreu uma fratura na base do crânio, além de uma lesão no peito. O piloto chegou a ser removido para o hospital, mas, na prática, a morte foi instantânea, e o anúncio saiu duas horas mais tarde.
O acidente fatal de Dale Earnhardt em Daytona – ainda acertado por Ken Schrader (Foto: NY Daily News)
Por sua importância para a Nascar e as corridas de stock car dos Estados Unidos, a morte foi comparada à de Ayrton Senna, sete anos antes. E, assim como foi com Senna, a segurança melhorou muito depois disso.
 
Nos 12 meses anteriores, outros três pilotos haviam morrido em provas da Nascar, um em cada uma das principais séries da categoria: Adam Petty, neto do outro heptacampeão, Richard Petty, em New Hampshire na Busch Series, a então ‘segunda divisão’; Kenny Irwin, também em New Hampshire, na divisão principal; e Tony Roper, na Truck Series no Texas.
 
As investigações da morte de Earnhardt constataram que o cinto de segurança se rompeu, porém não ficou claro em que exato momento isso aconteceu. Também se falou que o cinto estava um pouco mais frouxo a pedido do próprio Dale. De uma forma ou de outra, um estudo independente realizado semanas depois pelo médico Barry Myers concluiu que a morte se deu pelo inadequado movimento feito pela cabeça e pelo pescoço do piloto, isentando o cinto de segurança.
 
A investigação da própria Nascar, cujo resultado foi divulgado no mesmo dia, enumerou uma série de fatores culminando na morte, incluindo o rompimento do cinto de segurança e a batida lateral de Schrader, fez uma ressalva: não era possível determinar se um equipamento para segurar a cabeça e o pescoço salvaria Earnhardt.
 
As medidas para a melhoria da segurança, no entanto, foram imediatas. O uso do HANS se tornou cada vez mais popular entre os pilotos nas corridas seguintes, ainda que só tenha se tornado obrigatório depois que Blaise Alexander morreu em uma prova da Arca em Lowe. As estruturas de impacto foram melhoradas nos carros, e os ovais ganharam o softwall, muros projetados para absorver o impacto.
 
Nenhum outro piloto morreu em provas da divisão principal da Nascar desde então.
Dale Earnhardt Sr (Foto: Getty Images)

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