Bia vê presença de Jordá na FIA como longe do ideal: “A Europa é cabeça fechada para mulher no automobilismo”

Bia Figueiredo não vê Carmen Jordá como o nome certo para a Comissão de Mulheres da FIA. Para a pilota da Stock Car, uma mulher com melhores resultados contra homens poderia ajudar mais na questão feminina dentro da entidade máxima do esporte a motor

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Desde que Carmen Jordá foi nomeada pela FIA para a Comissão de Mulheres da entidade, no começo deste mês de dezembro, diversas pilotas se colocaram contra a indicação da espanhola. Jordá é conhecida por pensamentos polêmicos, já tendo afirmado que mulheres não conseguem alcançar o mesmo nível de qualidade dos homens no automobilismo.

Nomes femininos fortes no esporte a motor pelo mundo afirmaram que a escolha se trata de um erro, como Pipa Mann, Tatiana Calderón e Jamie Chadwick.  No Brasil, o nome mais conceituado para comentar o assunto é o de Bia Figueiredo. E foi isso que ela fez em conversa com o GRANDE PRÊMIO, durante sua participação nas 500 Milhas de Kart da Granja Viana – competição na qual sua equipe acabou desclassificada após a famosa briga ente Tuka Rocha, da mesma Sambaíba que Bia, e Rodrigo Dantas, da MDG Matrix de Felipe Massa.

Bia Figueiredo não vê Carmen Jordá como um bom nome na Comissão (Foto: Fernanda Freixosa/Vicar)

A linha de raciocínio de Bia é parecida com as das pilotas citadas: o ideal era que a indicação fosse de um nome com melhores resultados no automobilismo. Jordá, em três temporadas na F3, nunca conseguiu colocar seu carro no grid e, no máximo, foi pilota de testes da Lotus na F1. Além disso, que alguém que acredite que mulheres competem de igual para igual com homens é que deveria ganhar o posto.

"Eu já ouvi falar que ela tem essa opinião, que é diferente da minha, até porque competi com homens a vida inteira. Talvez tenha dificuldades por ser mulher no automobilismo. Mas cara, ganhei corrida de Indy Lights, ganhei corrida de Fórmula Renault, então acho que tem uma possibilidade, tem que se dedicar de verdade. Então provavelmente não seja a pessoa mais aconselhada", disse a brasileira.

Para Bia, o fato da FIA se focar na Europa, com a sede em Genebra (Suíça), faz com que a entidade feche seus olhos para o restante do mundo e acaba realizando escolhas como a de Jordá.

"Há algumas pilotas que competiram muito bem. A FIA acaba se envolvendo muito na Europa, ela não abre muito espaço para pilotas sul-americanas, norte-americanas (Bia cita Danica Patrick neste momento), e isso acaba limitando. A Europa é um continente um pouquinho mais cabeça fechada para essa parte de mulher no automobilismo", opinou.

Bia Figueiredo na Stock Car (Foto: Fernanda Freixosa/Vicar)

Um nome que dá esperança para a brasileira, porém, é o de Michèle Mouton, presidente da Comissão de Mulheres desde 2011. A francesa é vencedora de quatro etapas do Mundial de Rali. 

"É uma pessoa extremamente, muito alinhada com esse pensamento (de que as mulheres podem competir com os homens), campeã de etapa do Mundial de Rali. Então não tem problema. Acho que se de alguma forma a FIA está abrindo espaço para a mulher é importante. E a gente vai colocando as pessoas adequadas lá dentro", completou.

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