Brigando para encerrar domínio da KTM, Honda transfere tecnologia da MotoGP para CRF 450 Rally do Dakar

Brigando para encerrar o domínio da KTM no Rali Dakar, a Honda levou tecnologia da RC213V da MotoGP para a CRF 450 Rally. Joan Barreda e Laia Sanz destacaram desejo da marca nipônica de inovar

Desde 2005, falar da disputa entre as motos no Rali Dakar é sinônimo de falar da KTM. Com Marc Coma e Cyril Despres, a montadora austríaca conquistou o título nove vezes consecutivas — entre 2005 e 2014 (o rali não aconteceu em 2008) — e, exceto pela disputa interna entre o espanhol e o francês, não teve maiores desafios na competição.
 
Depois de 24 anos de ausência, entretanto, a Honda decidiu voltar à maior prova off-road do mundo em 2013 e, desde então, trabalha para encontrar um caminho para superar a 450 Rally Factory da KTM. Para a edição 2015 da disputa, a casa da asa dourada decidiu reforçar a CRF 450 Rally, que estreou no rali do ano passado, incorporando na moto sua mais alta tecnologia.
Joan Barreda avaliou que é necessário correr alguns riscos para fazer a diferença (Foto: Honda)
Stop & Go: Jean Azevedo

Para evoluir a CRF 450 Rally, a Honda aproveitou a tecnologia da RC213V, a vitoriosa moto da marca na MotoGP, e usou a eletrônica das motos de Marc Márquez e Dani Pedrosa para melhorar o equipamento que deu a Joan Barreda, Laia Sanz, Paulo Gonçalves, Hélder Rodrigues e Jeremías Israel.
 
Antes de iniciar sua participação no Dakar, Barreda falou com o GRANDE PRÊMIO sobre a nova moto e mostrou certo temor por ter uma moto com tanta tecnologia em uma prova em condições tão extremas, mas ressaltou que faz parte da mentalidade da Honda assumir riscos em busca de sua melhor tecnologia.
 
“A resposta é que é uma questão da Honda. É a mentalidade da Honda é de serem os melhores”, começou o espanhol. “Está claro que, até agora, por exemplo, por parte da KTM, está funcionando muito bem. É uma mecânica prática”, continuou. 
 
“Mas a Honda quer ir mais adiante. Já tem isso, já sabe que isto está bom e é prático, mas quer ir mais além, quer desenvolver novas tecnologias, e isso tem um grau de risco, mas eles o assumem. Então essa é um pouco a mentalidade da Honda”, frisou. “Nós vamos levar muitas novidades, muitas coisas da moto da MotoGP, muitos sistemas eletrônicos que esperamos que, especialmente no futuro, nos beneficiem e, inclusive, podendo estar um passo à frente dos demais”, ponderou. 
Laia Sanz já teve a oportunidade de testar uma moto da MotoGP (Foto: Honda)
“Mas, sim, para poder fazer a diferença, às vezes você tem de assumir alguns riscos e essa é a mentalidade da Honda”, completou. 
 
Companheira de Barreda na HRC, Sanz também comemorou a chegada da nova tecnologia e assegurou que a Honda não colocaria na moto um recurso que ainda não tivesse sido suficientemente testado.
 
“Eu acho que é bom. No final, as marcas têm que inovar e testar coisas novas, e a Honda sempre que trouxe coisas novas, é porque elas funcionam bem, então tenho certeza de que se não fosse bom, não levaríamos”, garantiu.
 
Piloto do South America Rally Team, uma equipe satélite da HRC, Jean Azevedo não  terá a mesma tecnologia na moto, uma vez que conta com uma versão anterior da CRF 450 Rally.
 
 “A Honda tem dois times, o HRC e a HSA. O HRC é o time principal, é onde têm as motos com toda essa tecnologia. O HSA está usando as motos em uma versão anterior”, explicou Jean. “A minha moto, por exemplo, ela tem quase nada de eletrônica. Esse desenvolvimento está sendo nas motos da HRC”, seguiu. 
 
“Com certeza isso aí dá mais desempenho, mas é um desenvolvimento. Eu estou em uma configuração mais antiga. Vamos ver qual vai ser o resultado”, concluiu.
 
Questionado pelo GP se já teve a oportunidade de testar a RC213V, Barreda disse que não, mas garantiu que não recusaria a chance de pilotar a MotoGP. “Por que não? É totalmente diferente, mas seria uma experiência bonita”.
 
Ao contrário de Barreda, Sanz já teve a chance de testar o protótipo nipônico e, em entrevista à REVISTA WARM UP, definiu a experiência como “brutal”. 
 
“Só nos deixaram dar duas voltas e a moto do Pedrosa ficou um pouco pequena (risos)”, contou Laia. “Foi uma experiência muito curiosa. Eu teria gostado de provar bem a moto, testar por um tempo, mas foram duas voltas e, apesar disso, fiquei encantada. Foi incrível, pois, uma experiência assim, tenho certeza que não terei outra vez na minha vida”, concluiu. 

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A licitação para reforma do autódromo de Brasília, palco da etapa de abertura da Indy no próximo dia 8 de março, foi revogada. A informação foi publicada nesta segunda-feira (12) no Diário Oficial do Distrito Federal.
 
De acordo com o Tribunal de Contas do Distrito Federal, “várias irregularidades” foram constatadas na análise do projeto, dentre elas, sobrepreço de quase R$ 35 milhões, duplicidade de serviços e “falhas graves no projeto básico de engenharia”.

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Satisfeita com o rendimento da escuderia na temporada 2014, na qual Felipe Massa e Valtteri Bottas garantiram o terceiro lugar no Mundial de Construtores, Claire disse que o dinheiro é importante, mas não decisivo. Segundo ela, é possível alcançar títulos menos contando com um orçamento menor.

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