Dakar confirma permanência na América do Sul em 2017 e anuncia disputa de prova secundária na África

No primeiro dia de 2016, a Amaury Sport Organisation anunciou que o Dakar seguirá sendo realizado na América do Sul no ano que vem. A região, que recebe o maior rali do mundo desde 2009, foi o porto seguro encontrado pela empresa que promove e organiza a prova para manter a continuidade do evento em sua essência, marcada por regiões de deserto e muitas dunas, como as do Atacama, similares ao do Saara. Mas a ASO disse que o Dakar, de certa forma, voltará às suas origens ainda neste ano. O Dakar Series, campeonato de provas secundárias que levam a marca da principal prova off-road do planeta, terá uma etapa realizada no Marrocos, mais precisamente no deserto do Saara, entre 21 e 27 de maio.

 

Berço do Dakar ainda no fim da década de 70, a África deixou de receber a prova por conta de uma série de ameaças vindas de organizações terroristas de países como Níger e a Mauritânia, por onde a prova passava com frequência. Foi por tal razão que a prova idealizada por Thierry Sabine foi cancelada em 2008, quando os pilotos já estavam prontos para a largada em Lisboa, Portugal, rumo à África. 

 

A partir do ano seguinte, o Dakar mudou de continente e passou a ser realizado na América do Sul. Desde então, o Chile, com o Atacama, o ‘coração do Dakar’, foi o grande cenário da prova por conta das suas muitas regiões de dunas em meio ao deserto mais árido do mundo. Em 2016, por conta das inundações no país andino e também pelos efeitos do El Niño no Peru, o Dakar vai sair um pouco das suas principais características, mas a expectativa da organização é que tudo volte ao normal na edição do ano que vem.

A etapa do Dakar Series no Marrocos será disputada no fim de maio e será destinada a carros, motos e quadriciclos. Será uma semana de disputa com uma etapa Maratona, na qual os pilotos não podem contar com o auxílio das equipes de apoio. A intenção da ASO é permitir aos mais veteranos uma nova chance de permitir guiar em cenários comuns ao Dakar africano. 

 

Além disso, a empresa quer proporcionar uma oportunidade para pilotos locais e europeus que não têm condições para atravessar o Atlântico e disputar o Dakar sul-americano.

 

“Este rali será a primeira escala para um piloto que deseja disputar o Dakar. Nosso objetivo é permitir aos jovens pilotos de moto se lançarem em uma prova adaptada às suas capacidades, mas que lhes permita encarar as dificuldades reais do rali raid: a navegação e o endurance”, declarou Marc Coma, lendário pentacampeão do Dakar nas motos e atual diretor esportivo da ASO.

“O interessante para os europeus e para os africanos é que, além disso, se trata de uma prova acessível do ponto de vista financeiro. Além disso, é possível se inscrever com uma moto de enduro. Visando o Dakar, esta prova será uma espécie de rali para avaliar o nível técnico e físico dos pilotos. Os que terminarem o Rali de Merzouga poderão enfrentar o Dakar”, afirmou o catalão.

 

Apesar da confirmação de uma etapa do Dakar Series na África, Coma foi claro ao assegurar que a prova principal do off-road mundial não sairá tão cedo da América do Sul: “O Dakar está consolidado aqui, a África não está como antes e ainda faltam muitos lugares para desvendar na América do Sul”, disse Coma, levantando possibilidades de novos destinos para o maior rali do mundo. 

 

“O Dakar está em constante evolução, o que estamos fazendo é buscar uma plataforma para chamar a atenção dos jovens pilotos da Europa”, esclareceu.

 

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