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Idealizador da Seletiva de Kart Petrobras e pai do projeto desde a sua criação, Binho Carcasci já está em seu 18º ano à frente da competição que visa revelar novos talentos do automobilismo brasileiro e dar a chance aos jovens de crescer na profissão. O dirigente também é responsável por manter um dos mais longos acordos de patrocínios em um programa de desenvolvimento do esporte a motor no Brasil e brinca que a maioria dos pilotos que hoje disputa uma vaga na competição sequer havia nascido quando a categoria começou a dar seus primeiros passos.
Nesta entrevista, Carcasci contou um pouco de sua trajetória no esporte e de como o programa mudou a cara do kartismo brasileiro ao longo dos anos. Também fez uma análise da nova premiação da Seletiva, que nos últimos anos premia os vencedores com um programa de orientação. E das mudanças que o evento atravessou nesse tempo, além das conquistas e dos jovens que deram o passo seguinte na carreira.
A Seletiva de Kart Petrobras atinge sua maturidade, em um dos projetos com patrocínio mais duradouro no esporte a motor no Brasil. Qual avaliação você faz do evento até aqui?
O que a Petrobras está fazendo é muito importante, particularmente num momento como este que o Brasil passa. Atualmente, mais do que nunca, este incentivo à base do esporte automobilístico é fundamental para ajudar a revelar novos talentos. E comemorar 18 anos de um evento patrocinado no Brasil é uma honra, um privilégio! No kart então nem se fala. Fico feliz de fazer parte dessa história.
Binho Carcasci é o promotor da Seletiva de Kart Petrobras (Foto: Reprodução)
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Quais as principais mudanças nestes 18 anos da Seletiva de Kart Petrobras?
Foram muitas, desde pequenos ajustes no regulamento para tornar as disputas mais justas até a implantação do programa de orientação, que faz parte da premiação. As mudanças foram ocorrendo nos momentos que sentimos a necessidade, já que o esporte é muito dinâmico e evolui muito rápido. Imagine que a maioria dos pilotos finalistas deste ano nem sequer tinham nascido quando o evento começou em 1999, então temos que estar sempre atentos, pois essa geração pensa diferente daquela.
Quais foram os momentos mais marcantes destes 18 anos de vida da Seletiva?
Muitas coisas bacanas acontecerem nestes anos todos. Comemorar dez anos, por exemplo, foi muito especial, algo parecido com o que estamos vivendo agora, nos 18. Na primeira edição, o Danilo Dirani era um piloto grande, por isso, mais pesado que seus adversários na Graduados, mas conseguiu a vaga pra nossa final e lá, com regulamento que iguala o peso de todos, pode mostrar todo seu talento e ser campeão. Depois fez história como um dos maiores pilotos de kart do Brasil. Recentemente, o Matheus Leist, que este ano foi campeão inglês de F-3, foi um dos pilotos premiados que pode aproveitar nosso programa de orientação. No teste com o F-Renault na Espanha ele foi muito bem, nem tanto pelos tempos conseguidos, mas principalmente porque mostrou grande capacidade de aprendizado e adaptação. Naquele momento ele mudou o rumo que tinha traçado para sua carreira e isso talvez o tenha levado a conquistar este título tão importante agora.
A Seletiva tem como preocupação estar em eventos em várias regiões do país, com o objetivo de fomentar o kartismo no Brasil. Como vê a modalidade hoje no país?
O kart, nestes anos todos, nunca parou de crescer. É fato que esta crise econômica pela qual estamos passando interfere um pouco, particularmente na quantidade de pilotos praticantes, mas olhando no longo prazo ele continua crescendo. E o kart continua sendo a porta de entrada dos pilotos, onde eles podem aprender sem grandes responsabilidades e com tempo, se quiserem seguir carreira, ou mesmo se divertirem com um custo relativamente baixo.
Matheus Leist também fez parte da Seletiva (Foto: Fábio Oliveira / Radical Motors)
Há dois anos, a Seletiva mudou sua premiação, criando um programa de orientação, com várias ações. Como surgiu a ideia desta mudança e como avalia as ações até aqui?
Este é um exemplo de mudança pela necessidade. Percebemos que os pilotos estavam saindo do kart e ingressando no automobilismo cada vez mais novos e, consequentemente, com menos experiência e conhecimento para dar este passo. O que queremos é mostrar para os pilotos, e para os pais deles também, que para correr de carros o piloto tem que conhecer várias disciplinas que no kart não são essenciais, não interferem nos resultados. Por isso, orientamos sobre preparação física, trato com a imprensa, marketing esportivo, damos um treino com carro na Europa, pra eles verem como trabalham os europeus, que tem outra cultura, falam outras línguas, etc. Assim, quando o piloto chegar lá, o choque não é tão grande, que é o que vimos acontecer muito nos últimos anos e que tem frustrado e interrompido precocemente muitas carreiras promissoras. O caso do Leist, citado antes, é um bom exemplo de que estamos no caminho certo com essa premiação.
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