Papareli quer retornar aos EUA em 2016 de olho na ‘acessível’ Indy por objetivo de “viver do automobilismo”

Em 2015, Vinícius Papareli foi campeão da F-Lites nos Estados Unidos e conquistou, no Brasil, o título da Seletiva de Kart Petrobras. Para o próximo ano, o piloto revelou a preferência por um retorno à América do Norte e o início de uma trajetória rumo à Indy

A F1 não deixa de ser um sonho, mas não mais do que um sonho distante para o novo campeão da Seletiva de Kart Petrobras, o paulista Vinícius Papareli, de 17 anos. O sonho ‘acessível’ é chegar à Indy, e é atrás desta possibilidade que o piloto quer correr.

 
Papareli, em sua terceira participação na Seletiva, conquistou o título em uma acirrada disputa na tarde de quarta-feira (4) no Kartódromo Granja Viana. Quatro pilotos largaram na corrida final dependendo apenas de si para saírem campeões. Mas o piloto, que, por sorteio, correu com o número 1, cresceu na hora certa e venceu a pré-final e a final para assegurar o maior prêmio do kart no Brasil.
 
O campeão da Seletiva leva para casa um kart de R$ 64 mil e entra para o programa de orientação do torneio, que inclui um teste de F-Renault na Europa, o curso Mitsubishi Racing Experience, com Ingo Hoffmann, e um treino em um simulador de F1, entre outras atividades. No ano passado, quando foi vice, Papareli não conseguiu participar do programa por correr, na mesma época, na MRF Formula, na Índia. Neste ano, se deu uma segunda chance para aproveitar o prêmio.
Papareli participou da Seletiva pela terceira vez e foi campeão após o vice de 2014 (Foto: Fabio Oliveira/Radical Motors)
Se, por um lado, Papareli parece ter a cabeça feita com relação ao que quer fazer em 2016, por outro, também se diz aberto para aproveitar as oportunidades que surgirem. O objetivo principal, na verdade, é poder viver fazendo o que gosta.
 
“A cabeça dos pilotos, hoje, mudou muito. O piloto de hoje em dia quer viver de automobilismo. Não quer só a F1. Antigamente, o cara queria andar de F1 e, se não desse, parava de andar de tudo. Agora, o objetivo é diferente. A gente quer viver de automobilismo, fazendo o que gosta. É como se fosse o nosso trabalho mesmo. É isso. Eu gostaria de trabalhar no automobilismo, esse é o porquê de tudo isso”, diz Papareli ao GRANDE PRÊMIO.
 
“Também tenho o sonho de ir para a F1, mas é muito distante, muito dinheiro envolvido. Optei pelos Estados Unidos por esse motivo”, fala.
 
Depois de ser vice na Seletiva de 2014, Papareli foi iniciar a transição para os monopostos na Ásia e, neste ano, competiu na F-Lites, um dos vários campeonatos de base que há nos Estados Unidos. Neste, foi campeão de maneira antecipada.
Vinícius Papareli comemora o título na Seletiva de Kart Petrobras (Foto: Fabio Oliveira/Radical Motors)
O bom começo nos carros, além de ter sido animador para as perspectivas para o futuro, também contribuiu para que Papareli chegasse mais forte à Seletiva deste ano. “Evoluí muito. No carro, você tem uma noção maior de espaço, a sensação é diferente… Tudo ajuda. Quanto mais experiência, mais ajuda. Então esse ano foi muito bom para mim. Acabei sendo campeão da F-Lites e agora da Seletiva”, afirma.
 
Na Granja Viana, ele se saiu bem nas tomadas de tempos, porém não conseguiu vencer nenhuma das duas baterias eliminatórias das quais participou. Nas finais, aí, sim, viu a bandeirada em primeiro. “Manter a calma é o segredo da Seletiva. Se você mantiver a calma até o final, pode ganhar. Pode ir para a repescagem e continuar tendo chance. É só você não desistir e ir até o fim. Esse é o segredo da Seletiva Petrobras”, comenta.
 
Os planos para 2016
 
“Eu gostaria de ficar nos Estados Unidos. Nada certo, mas onde tiver oportunidade, eu vou. Só estou esperando para fechar alguma coisa”, avisa Papareli.
 
Os prêmios que são entregues nas mais variadas categorias norte-americanas o atraem. “Lá tem um incentivo grande. A Seletiva Petrobras, aqui no Brasil, é sensacional. É uma coisa igual o que eles fazem lá. É bom por causa disso, lá tem esses incentivos. Prêmios por vitória, corrida, campeonato. É só por isso que eu tenho preferência. Mas, para onde tiver oportunidade, eu vou”, explica.
Vinícius Papareli em ação na Granja Viana (Foto: Fabio Oliveira/Radical Motors)
Seguindo esse caminho pretendido, o fim da escada desemboca na Indy. “É o sonho no momento. Muito competitiva, muito rápida. Gosto da velocidade, tem adrenalina, disputada o ano inteiro. As corridas são diferentes, sempre tem um cara diferente ganhando, os campeões”, diz o piloto, que tem como piloto favorito o neozelandês Scott Dixon: “O que aquele cara faz com o consumo de combustível dele é sensacional. Ele consegue economizar muito. Gosto muito disso. Ganha nas estratégias. E essa última, neste ano, que ele foi campeão em cima do Montoya, achei sensacional também”.
 
Se a chegada ao grid pode estar a alguns anos de distância, outro plano para 2016 é ao menos ver a categoria de perto pela primeira vez. Ele tentou ir a Indianápolis, mas perdeu o voo e só pôde acompanhar as 500 Milhas pela TV. “ia do Colorado para Indianápolis com escala no Texas. Cheguei no aeroporto e o horário do avião era outro, a companhia errou, então acabei perdendo Indianápolis”, lamenta.
 
Mas, por enquanto, é o momento de comemorar. “Não tenho explicação para o sentimento que tenho agora. Quero só aproveitar esse título e o prêmio, ir lá para a Europa e curtir.”
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