Cacá cobra preços populares na Stock Car: “Mais prazeroso ver as arquibancadas lotadas”

A Stock Car teve casa cheia em Londrina, porém não lotou mesmo na principal prova da primeira parte de 2018, a Corrida de Duplas, em Interlagos. Na visão de Cacá Bueno, muito tem a ver com as facilidades que a tecnologia oferece ao fã, como transmissão pela TV a cabo ou celular. Mas também há uma relação direta com o preço dos ingressos

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A preocupação em engajar e fidelizar o maior número de fãs tornou-se foco de trabalho na Stock Car com a chegada de Rodrigo Mathias como novo chefão no lugar de Maurício Slaviero a partir de 2017. A principal iniciativa para chamar o público para se envolver diretamente com as corridas foi o Fan Push, votação por meio da internet que oferece ao fã a chance de entregar um botão de ultrapassagem extra ao seu piloto preferido e influenciar diretamente no resultado das corridas.

 
No entanto, mesmo em praças importantes nesta primeira parte da temporada 2018 da Stock Car, as arquibancadas não estiveram lotadas. Casos, por exemplo, da Corrida de Duplas, realizada num sábado em Interlagos, e das etapas de Curitiba e do Velopark. Londrina, ao contrário, teve um grande público, que lotou as dependências do Autódromo Internacional Ayrton Senna, mas intenso frio ajudou a afugentar muitos dos fãs em Santa Cruz do Sul.
 
O GRANDE PRÊMIO falou com Cacá Bueno, o maior campeão e vencedor em atividade na Stock Car, sobre o tema. O piloto da Cimed entende que muitos fatores contribuem para o fã muitas vezes não ir ao autódromo. Um deles é a tecnologia, com a maior facilidade que o amante do automobilismo tem para assistir às provas pela TV por assinatura ou pela internet, por meio dos celulares. Mas o carioca ressaltou a importância de oferecer preços mais baixos para proporcionar um público maior.
Cacá Bueno ressaltou a importância de a Stock Car oferecer preços mais populares aos fãs (Foto: Denis Ribeiro/Vicar)
“Difícil de entender tudo. Sou de uma época em que as arquibancadas da Stock Car viviam abarrotadas de gente. Tudo bem que era uma época de circuitos que a gente não corre mais hoje, como Rio de Janeiro e Brasília, que eram grandes exemplos de autódromos lotados sempre. Mas o próprio Velopark e até Interlagos, Curitiba nem tanto — lá muitas vezes não tivemos a casa lotada —, mas Velopark e Interlagos eram autódromos sempre mais cheios em termos de público nas arquibancadas”, comentou o piloto do carro #0.
 
Na visão de Cacá, é preciso uma maior divulgação do evento em si para despertar no público, seja o mais aficionado ou o de ocasião, o desejo de assistir de perto a uma etapa da Stock Car. “Olhando de fora, tenho algumas sugestões, não necessariamente críticas. Talvez uma promoção local um pouco mais forte, como divulgação, outdoor, rádio, televisão, promoções locais, mesmo, algo que talvez acontecia um pouco mais forte no passado, promovendo [a Stock Car] na cidade na semana do evento, 15 dias prévios ao evento. E preços melhores”, salientou Bueno, que reforçou sua preocupação com o tema.
A Stock Car teve casa cheia em Londrina durante a quarta etapa de 2018 (Foto: Fernanda Freixosa/Vicar/Vipcomm)
Nas cinco primeiras etapas da temporada, a Vicar, empresa que promove e organiza a Stock Car, definiu o valor de R$ 50 como o mais barato, oferecido a quem assiste às corridas das arquibancadas mais simples — ou das descobertas, como em Interlagos. O ingresso mais barato contempla meia-entrada, mas por outro lado não oferece acesso à visitação nos boxes. Este tem o valor médio de R$ 130.
 
“Acho que o que acaba afastando mais o público é mesmo o preço [dos ingressos]. A gente tem de lembrar que, antigamente, pouca gente tinha acesso a TV a cabo, quase ninguém tinha smartphone, as pessoas não conseguiam acompanhar as corridas por telefone ou pela televisão, elas tinham de estar lá, ‘in loco’. E isso favorecia muito não só a Stock Car, mas qualquer outro evento esportivo. Então, o fato de você ter essa facilidade de assistir a uma competição sem precisar estar lá, isso vai sempre esvaziar as arquibancadas. Mas tem o poder econômico das pessoas hoje em dia. Tem a facilidade de acompanhar em casa versus o custo de acompanhar o evento ‘in loco’”, explicou o carioca.
 
“Antigamente a pessoa tinha eventos esportivos muito mais baratos, que ela conseguia ir, e hoje ela tem a comodidade para assistir em casa e, para ir ao local, é muito mais caro. Isso principalmente na arquibancada, não nos VIPs, não nos camarotes. Esses setores são lotados. Mas quando vejo pouca gente nas arquibancadas, gostaria também de ver preços mais populares para a gente ter praças mais lotadas”, opinou o piloto. Diferente dos espaços populares nas arquibancadas, os setores VIPs da Stock Car são, via de regra, adquiridos por patrocinadores e fornecedores da categoria.
Cacá Bueno deu sugestões para atrair mais público às arquibancadas da Stock Car (Foto: Fernanda Freixosa/Vicar/Vipcomm)
O pentacampeão traçou um paralelo com o futebol brasileiro, que viveu e vive debate semelhante com os preços dos ingressos sobretudo depois da adoção das novas arenas ‘padrão FIFA’. Recentemente, o Flamengo mudou sua política de preços para atrair fãs e, nas primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro, registrou grandes públicos no Maracanã. Cacá citou o que muitos clubes fazem para atrair os fãs que não têm condições de arcar com ingressos mais caros e entende que a Stock Car pode buscar alternativas para atrair mais fãs.
 
“Para a gente fazer uma comparação até um pouco esdrúxula, a gente vê, nos próprios jogos de futebol, que não há um público tão grande ultimamente. Mas times emblemáticos como Corinthians e Flamengo fizeram treinos abertos em troca de 1 kg de alimento e lotaram suas arenas em pleno dia de semana”, afirmou Bueno, torcedor do Fluminense.
 
“Então não digo que o ingresso [na Stock Car] tenha de ser um quilo de alimento, mas preços mais baratos para as arquibancadas: R$ 5, 10, 15, 20… não sei… Não mexendo no evento em si, na parte de camarotes, mas para a galera nas arquibancadas gostaria de ver um preço mais barato porque é muito mais prazeroso você correr com as arquibancadas lotadas”, concluiu Cacá Bueno.
 
A Stock Car retoma a temporada no dia 5 de agosto com a disputa da Corrida do Milhão em Goiânia. O GRANDE PRÊMIO cobre ‘in loco’ a temporada 2018. Siga tudo aqui.
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