Do Japão ao Brasil, Oliveira enfrenta de viagem longa a fuso horário. E supera tudo com pole na volta a Interlagos após 20 anos

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João Paulo de Oliveira enfrentou uma verdadeira maratona para chegar a Interlagos como convidado de Daniel Serra para a Corrida de Duplas. Deixou momentaneamente o Japão, onde vive há 14 anos, cruzou o mundo numa viagem de mais de 24 horas e desembarcou em São Paulo apenas na última quarta-feira. Ainda atrapalhado com a adaptação ao fuso horário brasileiro, JP acelerou o carro #29 do anfitrião e brilhou, ajudando-o a conquistar a pole-position da etapa inaugural da Stock Car em 2018, na tarde desta sexta-feira (9). Um grande feito para quem não guiava há quase duas décadas em Interlagos.

 

Oliveira bateu grandes concorrentes para alcançar a pole-position: Augusto Farfus, Filipe Albuquerque, Nick Catsburg e Laurens Vanthoor estão sempre nas principais competições de turismo ao redor do mundo, assim como JP, uma das estrelas do consagrado Super GT japonês. Mas no fim das contas, valeu o talento, a parceria com Serra e também a performance do carro da RC Eurofarma, o melhor da última temporada.

 

Quase sem dormir nos dois últimos dias, Oliveira reconheceu. “O fuso horário atrapalhou bastante. Mas o que atrapalhou também foi ter perdido o treino de novatos na quarta-feira porque cheguei atrasado. Seriam quase duas horas a mais no carro. Ou seja, seria meu período de adaptação”, disse em entrevista exclusiva ao GRANDE PRÊMIO após comemorar a pole com Serrinha.

“O fuso horário atrapalhou bastante porque não consegui dormir ontem. Hoje já consegui dormir melhor, porque venho do Japão, e são 12 horas de diferença. É bastante puxado”, avaliou o piloto, que vai voltar ao Japão já na noite de sábado, pouco depois do fim da Corrida de Duplas.

 

“Saindo daqui, tenho de voltar pra sentar no carro para andar lá na terça-feira. O ritmo tá puxado, mas isso é o que eu amo fazer, está no DNA. A gente dá o sangue pela paixão”, disse.

 

Oliveira destacou o entrosamento com Serra e também com a equipe chefiada por Rosinei Campos, o ‘Meinha’. 

 

“O Daniel me passou muita coisa positiva do carro; a equipe foi muito tranquila na hora de trabalhar no carro. Toda a hora que trabalhamos no carro demos um salto positivo. Então as coisas ideais aconteceram. A gente também conseguiu economizar um pouco de pneu na classificação, o que foi essencial — só dei uma volta no Q1, duas voltas no Q2 e uma volta no Q3”, explicou.

 

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Questionado se Serra fez a escolha certa ao optar por um piloto atuante do outro lado do mundo, Oliveira sorriu e mostrou humildade. 

 

“Espero que sim. A gente tá aqui para ajudar a equipe, e para mim é uma experiência muito diferente andar em Interlagos depois de quase 20 anos que não ando aqui, num carro que também não estou habituado. Mas, na Hora H, as coisas se encaixaram”, finalizou um dos poles da Corrida de Duplas.