“Dominado pela emoção”, Barrichello atinge “ápice no meio do povo” de Goiânia após suspeita de AVC

Rubens Barrichello sobreviveu a uma suspeita de AVC no começo de 2018. Desde então, afirma que está mudado e que tem tentado aproveitar a vida ao máximo. Então em um dia no qual consegue sua primeira vitória após esta situação, e ainda celebrar com o filho e com a torcida, ele se deu ao direito de considerar o último domingo (5) o "ápice"

Rubens Barrichello conquistou uma vitória "diferente e arriscada" no último domingo (5), na Corrida do Milhão da Stock Car. E teve a chance de voltar aos braços da torcida, que lotou as arquibancadas de Goiânia e pôde acompanhar de perto o pódio, colocado no meio do público.

Depois da celebração, Barrichello recebeu o GRANDE PRÊMIO nos boxes da Full Time para uma entrevista exclusiva. E, nela, surpreendeu ao contar que considerou sua primeira vitória na Stock Car em 2018 o "ápice" nas pistas. Mas por quê?

"Porque uma coisa essencial: foi o Fan Push que me faz ganhar", explicou. "Então o público teve participação direta aqui, e eu só tenho a agradecer. Acho que depois de tantos anos torcendo por mim na F1, é um ápice para mim estar aqui. Vão falar ‘Ah, mas o pódio da F1’. Cara, não tem pódio mais legal que esse aqui, subir no meio do povo, e eles gritando meu nome, e leite que tinha no pódio. Foi mágico."

Sobre o pódio no povo, seguiu: "Teve um pouco de F1, teve um pouco de Indy, teve um pouco de tudo ali e teve essencialmente o que eu queria, que era meu filho do meu lado", lembrou, citando a presença do filho Fernando, que 'sambou' com ele no topo do #111 ainda na pista, celebrando a vitória.

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Ele também lembrou da suspeita de AVC pela qual passou no começo de 2018. E assumiu que se vê de forma diferente desde então.

"É indescritível. Eu sou uma pessoa super emotiva, sou uma pessoa que sou dominado pela emoção, não tenho vergonha dela. E quando eu acordei hoje, um atleta de alto nível tem muitas coisas mentais que passam pela cabeça dele. E na verdade o cara que derruba o atleta é ele mesmo. Então eu passei muito, muito tempo da minha vida me preocupando com uma coisa alheia, com o foco desviado, algo que não valia a pena", falou Barrichello.

"Então com o passar do tempo eu fui ficando mais forte. Você vai vendo os comentários da F1 (lembrando essa época): ‘cara, o Rubinho está diferente’. Então a minha luta foi sempre contra mim mesmo, mas numa luta boa, construtiva. O que aconteceu em janeiro me fez falar para mim mesmo que além do que eu estava fazendo eu precisava curtir um pouco mais."

"O tempo passa, de vez em quando a gente perde amigo, a gente perde familiar, a gente não sabe as razões, a gente se pergunta, e de repente quase fui", respondeu de forma emotiva o piloto.

Rubens Barrichello celebra a vitória na Corrida do Milhão (Foto: Fernanda Freixosa/Vicar)

Sobre a Corrida do Milhão, Barrichello não se furtou a analisá-la também pelo lado sentimental, não só do preparo para estar no volante.

"Hoje de manhã (domingo), quando eu acordei, eu sabia que ia me divertir. Mas era uma prova de oval que a gente não sabe muito o que ela seria, teria riscos, estratégias, tomaria uma volta. Então tinha que estar sempre no bolo da frente para poder duelar. Mas quando eu acordei hoje de manhã, primeiro acordei agradecendo pela oportunidade, como tenho feito muito ultimamente. Mas eu queria ter a oportunidade de subir no carro com o Fefo, como subi com o Dudu", contou.

"Então meu foco ficou nisso. O Mau-Mau (Maurício Ferreira, chefe da Full Time) falava assim: ‘a gente vai ter que arriscar, pode ser que tenha safety-car’. Cara, meu nome do meio é arriscar. Eu faço isso minha vida inteira. Então ‘vambora, vambora. Só me fala que tô dentro’. O meu carro era muito bom. Muito bom. Você não ganha se não tem carro tão bom, e a estratégia foi perfeita", finalizou o #111.

Barrichello foi a 115 pontos com a vitória, em quinto no campeonato. Daniel Serra é o líder, com 165.

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