Honrado em “usar as cores do chefe Senna”, Cacá Bueno revela que ideia mexeu com emocional de Galvão

Cacá Bueno vai ter a singular chance de disputar uma etapa da Stock Car com a pintura de um carro que marcou época na F1. O maior campeão em atividade da categoria vai homenagear Ayrton Senna e correr com o layout inspirado na Lotus-Camel que remete à sua primeira vitória no GP de Mônaco, há 30 anos. Uma homenagem que emocionou Galvão Bueno, um dos grandes amigos do tricampeão mundial

 

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Há quase 30 anos, em 31 de maio de 1987, Ayrton Senna iniciava seu reinado no icônico GP de Mônaco de F1 e conquistava a primeira de seis vitórias no Principado. Seu carro à época era o Lotus-Honda 99T com o histórico patrocínio da Camel. Três décadas depois, o início da dinastia Senna nas ruas do Principado certamente vai ser lembrado ao redor do mundo e também na Stock Car. Neste fim de semana da etapa de Santa Cruz do Sul, no interior do Rio Grande do Sul, Cacá Bueno, pentacampeão da categoria e filho de um dos maiores amigos de Senna, vai correr com a pintura do seu carro inspirada na Lotus-Camel de Senna em 1987. Motivo de orgulho e honra para Cacá, que vê sua responsabilidade ainda maior, e também de muita emoção para Galvão Bueno.

 
Numa ação conjunta entre a Cimed Racing, equipe bicampeã da Stock Car e novo time de Cacá Bueno, e o Instituto Ayrton Senna, a homenagem foi definida da seguinte forma: o tradicional layout do ‘foguete verde’ do carioca de 40 anos foi substituído nesta etapa pela pintura inspirada na Lotus-Camel de Senna em 1987, com Cacá usando também uma réplica do macacão de Ayrton à época, bem como um capacete com traços que remetem ao tricampeão mundial de F1. Ao fim da jornada em Santa Cruz do Sul, o macacão vai ser leiloado e terá os recursos revertidos em prol do Instituto.
 
Em entrevista exclusiva ao GRANDE PRÊMIO pouco depois da apresentação oficial do layout e da homenagem a Ayrton Senna em Santa Cruz do Sul, Cacá não escondeu a alegria por ter sido o escolhido para levar o nome do icônico piloto e as cores que remetem a uma época histórica para o automobilismo brasileiro em seu carro durante o fim de semana.

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Cacá Bueno vai levar a homenagem a Ayrton Senna pelos 30 anos da primeira vitória em Mônaco (Foto: Fernanda Freixosa/Vicar)

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“Primeiro eu me sinto honrado por ter sido escolhido. Na verdade, é uma de tantas homenagens entre essas duas ou três semanas deste período de 30 anos da vitória do Senna em Mônaco. A gente sabe que vai ter outras homenagens, mesmo em Mônaco, onde vão acontecer outras coisas. Mas ter sido escolhido para fazer parte disso tudo é uma honra, como piloto e como fã”, comentou o pentacampeão da Stock Car, que exaltou o homem, o mito e o ídolo Ayrton Senna.

 
“Acho que essa homenagem é, basicamente, um sinal de agradecimento e respeito por tudo o que o Senna representou não só para o nosso esporte, mas para todos os esportes e para o Brasil em si. Mesmo no exterior, ele ainda é hoje ídolo de muitos pilotos, não só no Brasil, então é uma questão de respeito, de homenagem, de reconhecimento da história, de resgate desta memória, de modo que fazer tudo isso é uma alegria e uma honra para mim”, comemorou.
 
Em que pese toda a sua experiência e o fato de ser o maior campeão em atividade na Stock Car, Cacá sabe que carregar as cores e o nome de Senna é uma missão espinhosa e bastante difícil.
 
“Usar as cores do chefe não é fácil [risos]. Obviamente que aumenta a responsabilidade, acho que a galera vai estar de olho… Quem entendeu a homenagem vai estar de olho; quem não gosta vai dar um jeito de não gostar também, então está tudo em casa. A questão era mesmo mexer com a paixão do torcedor e resgatar essa memória e poder fazer alguma coisa em prol do Instituto”, comentou.
Cacá se mostrou honrado e revelou que emocionou o pai, Galvão Bueno (Foto: Duda Bairros/Vicar)

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“No fundo, no fundo, o que a gente mais busca é que a gente nunca esqueça o legado que o Senna deixou e o que ele representou para a gente, e poder devolver isso para o Instituto de alguma maneira. Não só o macacão, como também outros elementos vão ser leiloados em prol do Instituto para poder ajudar um pouco as crianças deste Brasil. A gente é apenas uma pequena parcela que fica honrada em fazer parte e que, sem dúvida nenhuma, a galera vai estar de olho, para falar bem ou para falar mal. Então a responsabilidade aumenta um pouco”, acrescentou Cacá.

 
O pentacampeão da Stock Car não se furtou a falar sobre o pai, Galvão Bueno, um dos grandes amigos de Ayrton Senna. Cacá revelou que Galvão se emocionou quando soube que o filho, que chegou a conhecer o tricampeão quando era criança, ganhou a grande chance de homenageá-lo com as cores e o layout de um carro que fez história na F1.
 
“Quando me perguntam, sempre falo que eu não era amigo do Senna. Meu pai, sim, era um grande amigo dele. Eu era muito novo, era aquele menino que olhava o Senna como um tio, eu o chamava de tio. Tenho até um quadro em casa que ele me fez uma dedicatória como sobrinho. Então eu era distante, um menino… No jantar dos adultos, minha mãe me mandava para o quarto quando o papo começava a ficar sério. Então eu era moleque”, recordou Cacá.
Cacá Bueno em Santa Cruz do Sul (Foto: Duda Bairros/Vicar)

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“Quando ele começou na F1, eu tinha oito anos. Era um outro nível e, talvez até pela proximidade, fui tomar a dimensão do que era o ídolo e da pessoa Senna bem mais tarde, depois de grande, depois até mesmo do falecimento dele. A gente está feliz por fazer parte disso tudo, e tenho certeza que meu pai mais feliz ainda, emocionado. Contei para ele, e ele adorou! Fazia muito tempo que ele não fazia nada sobre a Stock Car, ele fez uma chamada para o SporTV sobre esse assunto”, acrescentou Cacá, que sabe o quanto a sua homenagem traz a Galvão lembranças de uma amizade sincera e inesquecível.

 
“Acho que mexi um pouco com o emocional dele, e tomara que consiga mexer com o emocional de muita gente. Não precisa nem torcer para mim. Mas que seja bom relembrar e ver um carro tão simbólico para a gente nas pistas. Não representar. Quem sou eu para falar que estou representando a família Senna ou o próprio Senna? Mas que, com essa lembrança, a gente possa recordar as corridas dele em Mônaco e na F1”, finalizou o pentacampeão
 
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