Pilotos reclamam de demora para bandeira vermelha em classificação chuvosa no Velopark: “Extremamente perigoso”

A chuva que atingiu o Velopark no sábado (21) causou controvérsia no treino classificatório da Stock Car. A bandeira vermelha foi acionada, mas, de acordo com pilotos como Lucas Di Grassi, Gabriel Casagrande e Max Wilson, de forma tardia. Isso porque, ao invés de paralisar a classificação quando o segundo grupo de pilotos já encarava um toró na pista, a direção de prova aguardou pelo fim do Q1.

 

A decisão significa que todos os pilotos do segundo grupo – dentre eles, Di Grassi, Casagrande e Wilson – foram eliminados já no Q1. Isso porque os pilotos do primeiro grupo pegaram pista menos molhada. Aos olhos de Lucas e Gabriel, foi uma decisão que causou injustiça na definição do grid.

 

“Sem dúvida [foi muito perigoso]. Não tinha condição de andar. Chamei no rádio na primeira volta, não dava para acelerar tudo na reta”, reclamou Di Grassi, entrevistado exclusivamente pelo GRANDE PRÊMIO.

“Antes era a mesma chuva que tá agora [na bandeira vermelha do Q2]. Não autorizaram agora, mas autorizaram no nosso grupo. Acabou com o nosso fim de semana, todo mundo que estava naquele grupo praticamente não tem mais condições de disputar a prova, e por causa de um erro de avaliação. É isso que a gente não quer. Além de ser extremamente perigoso, a performance em si foi completamente prejudicada em uma situação que não precisávamos. Acho um absurdo”, disparou. 

 

“É impraticável do jeito que está”, avaliou Casagrande, também entrevistado pelo GRANDE PRÊMIO. “A chuva está mais fraca agora do que o Grupo 2 e a direção de prova liberou [o Grupo 2], então fica meio incoerente. Eu até concordo que a gente foi prejudicado por causa do céu, caiu água quando a gente estava na pista. Agora, eles trancarem agora enquanto todo mundo estava correndo risco [antes], aí eu acho errado. Tem que ter a mesma condição. Se é para correr perigo, todo mundo tem que correr perigo. Não era para ter liberado o Grupo 2. A direção de prova disse que o diretor foi até a pista, eu não vi, e disse que estava ok”, concluiu.

“Eu acho que em uma competição, no esporte que for, todos precisam de uma situação igual para competir", refletiu Wilson, perguntado pelo 'SporTV', "O que a gente viu agora foi uma prova de que o regulamento tem uma falha muito grande e que já existe há muitos anos e que infelizmente só vem à tona quando acontece uma coisa dessas. 50% dos pilotos se classificaram com uma pista muito mais lenta e teve um prejuízo muito grande. Isso é uma pena porque prejudica o trabalho, o investimento. Ver isso indo ladeira abaixo por regulamento mal feito é triste", encerrou.

Os três pilotos são apenas algumas dos que foram à torre de controle do Velopark para debater a decisão com a direção de prova.