Por internacionalização, Corrida de Duplas estabelece regras que barram pilotos que correram na própria Stock Car

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Faltam menos de dois meses para o início da temporada 2018 da Stock Car. Mas a Vicar, empresa que promove e organiza a principal categoria do automobilismo brasileiro, já determinou o conjunto de regras para a prova que vai abrir o campeonato no próximo 10 de março, um sábado, em Interlagos. A Corrida de Duplas, que volta a ser disputada após dois anos, tem sua programação definida e também traz restrições que, no fim das contas, barram pilotos que correram na própria Stock Car entre 2011 e 2017. Um dos objetivos é fazer com que os pilotos que terminaram a temporada passada entre os 15 primeiros busquem convidados oriundos de categorias internacionais.

 

Segundo o regulamento divulgado às equipes, peça a qual o GRANDE PRÊMIO teve acesso, cada piloto oficial, ou seja, quem está inscrito para a temporada 2018 da Stock Car, tem pela frente determinações específicas quanto ao seu convidado. A Vicar compreende que pilotos que participaram de uma temporada completa da Stock Car ou do Brasileiro de Turismo — que neste ano volta a se chamar Stock Light — após 2010 ou que disputaram mais de seis provas da categoria principal ou de acesso entre 2011 e 2017 estão inelegíveis.

 

Contudo, os pilotos oficiais que terminaram a temporada passada da Stock Car abaixo do rol dos 15 primeiros estão liberados para, excepcionalmente, contar com convidados que correram entre 2011 e 2017 no Brasileiro de Turismo. Porém, estão barrados de terem como convidados pilotos da Stock Car que atuaram neste período.

O regulamento ‘força’ os pilotos ditos oficiais a buscarem convidados internacionais. Alguns, por exemplo, já se mexeram. É o caso de Cacá Bueno, que graças à Cimed, garantiu como convidado ninguém menos que Felipe Massa, que vai fazer sua primeira corrida oficial depois de se aposentar em definitivo da F1. Outro piloto, também do rol dos 15 primeiros, que já tem convidado anunciado é Valdeno Brito, que vai correr ao lado do holandês Jeroen Bleekemolen.

 

Assim, dentre a lista dos 15 primeiros colocados do ano passado, 13 ainda estão com os convidados ‘pendentes’: Daniel Serra, Thiago Camilo, Max Wilson, Átila Abreu, Rubens Barrichello, Felipe Fraga, Marcos Gomes, Ricardo Maurício, Gabriel Casagrande, Ricardo Zonta, Júlio Campos, Diego Nunes e Vitor Genz.

 

No caso de Átila e Zonta, por exemplo, é sabido que a Shell Racing conta com pilotos no antigo Brasileiro de Turismo, atual Stock Light: Gaetano di Mauro e Vitor Baptista. Contudo, o regulamento específico para a Corrida de Duplas impede que os jovens corram ao lado dos titulares da Stock Car, forçando a TMG/Shell Racing a buscar nomes oriundos do automobilismo internacional.

 

Quando se traz à tona o grid da última Corrida de Duplas, em 2016, parcerias como a de Marcos Gomes e Antonio Pizzonia — a dupla vencedora daquela prova —, Cacá Bueno e Rodrigo Sperafico, Ricardo Maurício e Guilherme Salas, Denis Navarro e Felipe Maluhy, Guga Lima e Tuka Rocha e Max Wilson e Vitor Meira, por exemplo, seriam barradas pelo regulamento.

A regra diz que “preferencialmente o piloto deve ter participado dos campeonatos de relevância internacional nos últimos cinco anos” e lista categorias como a F1, DTM, WTCC, Mundial de Endurance, Indy, SportsCar, Nascar, BTCC, Blancpain GT Series, Super GT Japonesa, Super Formula, V8 Supercars, Fórmula E, WRC, MotoGP, Super TC2000 e Turismo Carretera, as últimas da Argentina.

 

Em relação às datas, pilotos de três categorias em específico não conseguiriam participar da Corrida de Duplas: os da Indy, Nascar e WRC, justamente por conflito de datas.

 

Contudo, o mesmo regulamento apresenta uma ressalva, que pode servir de brecha para as equipes e pilotos oficiais. “Equipes que tenham interesse em ‘pilotos convidados’, que não se enquadram nas diretrizes apresentadas acima, deverão consultar a Vicar. A mesma poderá aprovar caso entenda que será benéfico para a categoria”.

 

 

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Treinos começam na quarta-feira, 7 de março

 

A data-limite para que a comunicação dos pilotos convidados pelas equipes/pilotos oficiais é de até 30 dias antes do evento. A Corrida de Duplas, embora seja disputada na prática no dia 10 de março, tem o início do seu cronograma previsto para 7, uma quarta-feira, quando começam os treinos, que servem como pré-temporada. Será um dia bastante movimentado em Interlagos, com dois treinos livres para pilotos novatos pela manhã, com duração de 60 minutos cada. No mesmo dia, acontecem outros dois treinos livres, sem especificação de pilotos, cada um com duas horas, sendo uma para cada grupo de competidores.

 

Na quinta-feira, a programação compreende um treino livre oficial exclusivo para pilotos convidados sem experiência na Stock Car. A duração é de 50 minutos para cada um dos grupos. Os convidados, desta vez sem distinção de experiência ou não na categoria, vão ter outro treino livre, novamente com 50 minutos para cada grupo. O terceiro treino livre, mais curto, de 35 minutos para cada grupo, não compreende restrições quanto aos pilotos.

 

Já na sexta-feira acontecem dois treinos livres e a sessão classificatória, esta ainda sem horário definido. A pole-position vai ser feita como já aconteceu em 2016, quando Ricardo Maurício e Guilherme Salas faturaram a posição de honra do grid em Curitiba: média dos tempos dos dois pilotos, oficial e convidado.

A abertura da temporada 2018 da Stock Car vai contar com 60 minutos de duração e vai ter largada prevista para 13h30 (horário de Brasília). No regulamento específico para a prova, há a obrigatoriedade de cumprir um pit-stop, com mudança de pilotos, reabastecimento e troca dos quatro pneus. A Stock Car vai disponibilizar quatro jogos novos de pneus slicks já na especificação de 2018 construída pela Pirelli.

 

A pontuação vai ser distribuída de acordo com o que determina a regra da Stock Car para a segunda corrida de uma rodada dupla. Assim, a vitória vale 20 pontos, o segundo lugar 18, o terceiro 16, o quarto 14, o quinto 12, o sexto 10, o sétimo vale oito, o oitavo vale sete, e assim até chegar à 14ª colocação, que vale um ponto. É uma pontuação bem diferente e muito maior em relação à última Corrida de Duplas realizada, que distribuiu apenas seis tentos ao piloto oficial vencedor em Curitiba.