Rosinei Campos exalta ‘combinação perfeita’ com Serra e revela chaves do sucesso: regularidade e equipe unida

Rosinei Campos, o ‘Meinha’, teve a chance de trabalhar com grandes nomes do automobilismo brasileiro e já comemorou muitos títulos na Stock Car, da qual faz parte de forma ininterrupta desde a primeira corrida da história da categoria, em abril de 1979. O preparador e chefe da equipe que leva as suas iniciais agora tem em um dos seus carros o atual campeão e líder da temporada 2018, Daniel Serra. Mas ‘Meinha’ divide bem os méritos entre o piloto e seu time

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Dos 62 anos de vida, Rosinei Campos tem quase 40 — 39, para ser mais exato — de serviços prestados à Stock Car. O preparador, que recebeu o apelido ‘Meinha’ inspirado em um personagem do eterno Chico Anysio, é o único profissional a ter feito parte do grid da principal categoria do automobilismo brasileiro desde a primeira corrida, em 22 de abril de 1979, em Tarumã. Desde então, foram inúmeros títulos ao lado de ícones do esporte a motor nacional como Ingo Hoffmann, Marcos Gracia, Cacá Bueno, Giuliano Losacco, Ricardo Maurício, Max Wilson e, atualmente, vive uma combinação perfeita ao lado de Daniel Serra, atual campeão e líder da temporada 2018 após cinco etapas e nove corridas.

 
O GRANDE PRÊMIO conversou com ‘Meinha’ no fim de semana da etapa de Santa Cruz do Sul, a última antes das férias de dois meses e meio da Stock Car em razão da Copa do Mundo. Rosinei Campos, que é o chefe da equipe que leva as suas iniciais, a RC Eurofarma, baseada em Pinhais, comemora o grande momento nas pistas, que vem desde o ano passado, após dois anos de domínio da Cimed. Desde a chegada de Serra ao time, no começo de 2017, a RC foi a grande protagonista com os títulos de pilotos e de equipes da Stock Car.
 
Neste ano, além da sua própria equipe, que novamente ocupa o topo da tabela da categoria com Serra e também entre os times, a coirmã Hero, que na prática é a RCM, chefiada pelo filho, Marcel Campos. Assim, juntando as duas equipes, já foram nada menos que cinco vitórias em nove corridas realizadas em 2018: duas com Serra, uma com Max Wilson e duas com Lucas Di Grassi, este da Hero/RCM.
 
Para ‘Meinha’, o principal — e o mais difícil — é continuar lutando por vitórias e títulos na Stock Car e dar sequência a uma trajetória bem-sucedida que dura quase quatro décadas no esporte. 
Daniel Serra e Rosinei Campos formam a maior dupla de sucesso no momento na Stock Car (Foto: Duda Bairros/Vicar/Vipcomm)
“São muitos grandes momentos… vários grandes pilotos passaram por nós. Ingo — quando eu trabalhava em outra equipe —, Cacá, Ricardinho, Max, agora o Serra… Não posso ser injusto, foram muitos grandes pilotos. Como o Raul Boesel, no começo; Marcos Gracia, campeão em 1986, enfim… Foram muitos momentos bons, e momentos difíceis também. O automobilismo não é fácil, às vezes é mais tristeza do que alegria”, comentou Campos.
 
“Mas no geral, é uma carreira longa, de bons resultados, e graças a Deus estamos aqui, com um bom momento do Serra, também do Max… a outra equipe [a coirmã Hero] também, com o Lucas Di Grassi andando muito bem. Então estamos sobrevivendo e sendo competitivos”, destacou.
 
Ao ser questionado sobre a satisfação que é ouvir de vários concorrentes, pilotos e chefes de equipe, que tem o melhor carro do grid, ‘Meinha’ falou em satisfação. “Com certeza, dá. E também traz responsabilidade”. Contudo, o preparador, que tem formação técnica em mecânica no Senai, mostra humildade e discorda sobre o patamar de competitividade apregoado pela maioria do grid. “Não vou dizer que temos o melhor carro. Temos uma excelente equipe, valorizamos muito as pessoas que trabalham aqui. A equipe é forte, não é só o ‘Meinha’”.
 
Daí em diante, Campos passou a ressaltar o conjunto de profissionais que compõem a RC, destacando também a capacidade das concorrentes. “É uma equipe consolidada com o Marcel [Campos, engenheiro], o Polenta [Jocelmo Barcik, diretor-técnico] e muitos outros profissionais que se empenham, se dedicam, e aí o bom resultado vem. Mas há muitos carros bons: os da Cimed, a Full Time, com o Rubinho, a Shell, todas têm excelentes carros”.
 
 
Mas afinal, qual é o segredo do sucesso de Serra?
 
Uma das características mais marcantes da campanha de Daniel Serra, tanto no ano passado como neste ano, é a regularidade. O paulista vive o auge da carreira e combina o grande momento na Stock Car com o triunfo histórico nas 24 Horas de Le Mans em 2017. Depois de ter corrido exatos dez anos com a Red Bull, o filho de Chico Serra caiu como uma luva na estrutura da equipe de Rosinei Campos e despontou como dono do melhor conjunto: o piloto de melhor performance, com a maior regularidade e também com o carro mais eficiente.
 
No ano passado, em 22 corridas disputadas, Daniel ficou sem pontos em apenas quatro. E agora, passadas nove corridas antes das férias da Stock Car, o piloto do carro #29 pontuou em todas elas, marcando nada menos que 152 pontos, ou 43 de vantagem para o vice-líder, Marcos Gomes. Uma bela gordura que lhe garante a liderança do campeonato mesmo se Marquinhos vencer a Corrida do Milhão, em 5 de agosto, e Serra não pontuar.
Rosinei Campos é dono de vários títulos na Stock Car como chefe de equipe e preparador (Foto: Duda Bairros/Vicar/Vipcomm)
Na visão de ‘Meinha’, é justamente a regularidade uma das chaves do sucesso, com Serrinha conseguindo maximizar ao máximo os resultados mesmo quando não consegue lutar pela vitória. Foi assim, por exemplo, em Londrina, onde subiu ao pódio nas duas corridas da rodada dupla, sempre na terceira colocação.
 
“Às vezes o esporte tem as suas variáveis, muitas combinações, de modo que você tem de estar na hora certa e no lugar certo para conseguir marcar os pontos. Às vezes acontece de você não estar muito bem nas corridas, mas com um bom trabalho de pit-stop, por exemplo, e aí você consegue sair com uma boa pontuação”, salientou.
 
“E é o que o Daniel tem conseguido fazer, ele vem acumulando muitos pontos. Veja, nosso objetivo é sempre ganhar. Mas quando não dá para ganhar, aí é buscar fazer a melhor combinação de resultados e alcançar uma boa pontuação no fim de semana”, explicou Rosinei.
 
De fala mansa, Campos foi questionado pelo GP se a combinação entre a equipe e Daniel Serra foi perfeita. E o preparador concordou.
Atual campeão, Daniel Serra é o líder da temporada 2018 da Stock Car (Foto: Duda Bairros/Vicar/Vipcomm)
“Foi. Teve momentos difíceis, também, não foram só de excelentes resultados. Mas ele marcou pontos em todas as corridas, não zerou em nenhuma. E isso é muito importante. Se você zerar num fim de semana, onde vários pilotos marcam acima de 30 pontos, fica muito difícil. E a gente conseguiu manter esse ritmo do ano passado. Mesmo quando não foi muito bom, ainda assim a gente terminou as corridas”, explicou.
 
“Para isso, é preciso ter um carro confiável. E a gente conseguiu fazer um carro confiável. Tudo isso é muito importante, ter um carro rápido e também competitivo”, disse ‘Meinha’.
 
Contudo, Meinha frisa antes de encerrar que todo o êxito vem sendo possível graças à união e ao espírito de equipe. Como todo bom líder, Rosinei sabe que o sucesso só existe como resultado de um esforço em conjunto de todos.
 
“O resultado depende muito do piloto e depende muito da equipe. A gente treina muito pit-stop. São muitos momentos críticos, cruciais, que às vezes um erro pode colocar tudo a perder. Então é preciso exaltar o trabalho da equipe, dos mecânicos… são pessoas que se dedicam ao máximo no carro. A gente tem conseguido isso, e eles vêm fazendo um trabalho de excelência. Então precisamos valorizar muito, muito isso, que é importante no resultado final”, finalizou Rosinei Campos, verdadeira lenda viva da Stock Car desde sempre.
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