Winterbottom fala que Stock Car é mais fácil de pilotar que V8 australiano, mas lamenta público: “Merecia 100 mil”

Os dois australianos que visitaram a rodada dupla da Stock Car disseram que a Stock Car tem um carro com dirigibilidade melhor que a V8 australiana, que prioriza a potência. Dean Canto elogiou estrutura da RC: “Aqui é muito melhor”

Experientes no automobilismo australiano, Mark Winterbottom e Dean Canto ficaram surpresos com o que encontraram na Stock Car na abertura do campeonato, em Interlagos, em 23 de março. Os dois vieram ao Brasil para formar duplas com Sergio Jimenez e Max Wilson a primeira etapa da temporada 2014 e saíram da pista paulistana com uma boa impressão.

Ambos estão há mais de uma década competindo na V8 Supercars, um campeonato que é considerado um dos melhores do planeta entre as classes de turismo. A categoria conta com o envolvimento de montadoras, grids cheios e arquibancadas lotadas. Dono de 23 vitórias na V8, Winterbottom terminou em quarto na participação especial que fez na Stock Car.

Mark Winterbottom correu com Sergio Jimenez em Interlagos (Foto: Jose Mario Dias/RF1)

O australiano destacou a boa dirigibilidade do carro da categoria, indo na contramão do que muitos pilotos dizem. No geral, o carro utilizado na categoria brasileira desde 2009 é considerado manhoso e de difícil adaptação. Só que Winterbottom está acostumado com um modelo bem bruto na Austrália.

“Os carros são realmente legais de pilotar”, declarou ao GRANDE PRÊMIO. “Na Austrália, o motor é muito forte e o carro não é tão fácil. Quando você tem muita potência e nada de aderência, depende mais da saída das curvas. Quando tem muita aderência, depende da entrada. São dois estilos bem diferentes”, falou.

Winterbottom, que demonstra ser um cara tranquilo, também falou que os pilotos da Stock Car são mais amigáveis do que os australianos. “Lá, não são tão amigáveis assim uns com os outros”, comparou.

Mas o convidado de Jimenez ficou desapontado com uma coisa: o público. As arquibancadas não estavam lotadas, embora estivessem bem cheias em comparação com a etapa que abriu a temporada 2013. Ele defende que, com os pilotos de alto nível do grid e em uma prova especial, “a única coisa que faltou foi vender todos os ingressos e ter 100 mil pessoas assistindo, pois esse evento merece. Todo o resto é legal, muito bom. Mas é preciso ter mais gente”.

100 mil é um número acima da capacidade do Autódromo José Carlos Pace, que pode receber pouco mais de 70 mil no GP do Brasil de F1, quando são montadas arquibancadas temporárias.

Dean Canto dividiu o carro #65 da RC com Max Wilson (Foto: Rodrigo Berton/Grande Prêmio)

Companheiro de Max Wilson na RC, Canto repetiu o discurso de Winterbottom ao falar dos carros e destacou principalmente a estrutura do time que foi campeão de pilotos e equipes em 2013. “O carro tem uma dirigibilidade melhor, eu diria. Eu estou na V8 na Austrália há 15 anos, então é bom encontrar alguma coisa diferente e mais construída para corridas’, falou o piloto, que descreveu o cockpit do Stock como “claustrofóbico”.

“É bastante fechado. A posição de dirigir é bem diferente e o banco fica muito mais atrás do que no nosso carro”, relatou ao GRANDE PRÊMIO.

Canto ainda falou que a Stock Car é “impressionante”. Ele apontou para as divisões internas do box da RC, com espaços para engenheiros, pilotos e convidados e afirmou: “Aqui é muito melhor. Não fazemos isso na Austrália. Assim que vim para a pista com Max eu fiquei impressionado.”

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