Farfus coloca zona de pontuação como meta para 2ª metade de 2012 e espera “vencer logo” no DTM
Em ano de adaptação ao DTM, o brasileiro Augusto Farfus subiu ao pódio uma vez nas primeiras cinco corridas, resultado que foi, de certa forma, surpreendente. Agora que ele e a BMW possuem uma experiência maior na categoria, a expectativa para as provas que restam é estar sempre no grupo dos dez primeiros colocados. Em entrevista exclusiva ao Grande Prêmio, o piloto comentou o andamento da temporada de 2012 do DTM
Uma segunda metade forte, sempre entre os dez primeiros colocados. É com essa expectativa que Augusto Farfus Jr., piloto da BMW no DTM, entrará na pista neste fim-de-semana, em Nürburgring, para a sexta das dez etapas do campeonato de 2012.
Estreante no certame, Farfus começou o ano surpreendendo. Logo em sua segunda prova, subiu ao pódio, em Lausitz, quando largou na primeira fila e cruzou a linha de chegada na terceira posição. Desde então, o curitibano pontuou uma vez, somente, mas frequentemente figurou entre os mais rápidos da categoria e esteve sempre a frente de seu companheiro de equipe, o britânico Andy Priaulx.
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Em entrevista concedida ao Grande Prêmio antes do reinício da temporada do DTM, o piloto reforçou o discurso cauteloso que vem adotando desde o início do ano, porém, demonstrando certo otimismo com relação ao que está por vir. Além de almejar pontuar com frequência maior do que fez até aqui – “Eu me adaptei ao carro e quero estar sempre entre os dez primeiros”, diz – ele acredita que vencer no DTM é uma questão de tempo. O brasileiro pontuou em duas das primeiras cinco provas, e sonhou com um grande resultado em Norisring, que encerrou a primeira metade do campeonato, quando assegurou o terceiro lugar no grid de largada, mas foi frustrado por um acidente na primeira curva do circuito urbano montado na cidade de Nuremberg.
Ainda sem dominar “o tal do alemão”, Farfus garante estar se esforçando e contou que toma aulas particulares para se tornar fluente no idioma que reina no paddock do DTM. Também se esforça para buscar os bons resultados. Para ele, o desempenho apresentado neste primeiro semestre foi positivo: “Sempre estive na briga pelas primeiras posições, mas muitas vezes não conseguimos converter a nossa performance em pontos para o campeonato”.
Competindo por uma montadora que está de volta à categoria após 20 anos, Farfus admite que, na Bavária, os bons resultados conquistados logo de cara surpreenderam: “Ninguém esperava uma BMW tão forte assim, nem mesmo nós”. A etapa em que Farfus subiu ao pódio marcou a primeira vitória da marca neste retorno, conquistada pelo canadense Bruno Spengler.
Mas é claro que isso não aconteceu gratuitamente. “Sabíamos que o nosso trabalho durante um ano foi duro, e isso sempre nos encheu de confiança. Sabíamos que estaríamos muito próximos de Audi e Mercedes. Mas sempre estivemos cientes de que, infelizmente, experiência não pode ser comprada, e isso as nossas rivais têm muito mais do que nós”, avalia o curitibano.
A tarefa de se adaptar ao DTM é, para a RBM, equipe de Farfus e Priaulx, um pouco mais complicada. Isso porque todo o conjunto foi trazido do WTCC, onde representavam a BMW até o ano de 2009. “Estamos aprendendo o novo campeonato todos juntos, eu e a equipe”, comenta. “Com certeza temos muitos pontos para melhorar para o futuro, mas conheço o potencial da equipe e sei que vamos vencer provas logo, logo!”
Dentro da equipe, era de Priaulx quem se esperava os melhores resultados, visto que ele é tricampeão do WTCC. As dificuldades do companheiro, porém, foram justificadas por Farfus: “Para se ter um fim de semana positivo, é fundamental achar o acerto ideal o mais cedo possível, para poder chegar competitivo à classificação. Ele é um grande campeão e logo vai estar na frente novamente”.
É esta questão do acerto do carro que Farfus colocou como ponto-chave para o pódio de Lausitz. “Esperávamos por um bom resultado, mas não achava que um pódio logo no início da temporada seria possível”, analisa o brasileiro, que elegeu a etapa de Hockenheim, a de estreia, como a mais complicada. “Fomos para Hockenheim sem saber a performance real do nosso carro, mas logo na tomada de tempos vimos que tínhamos um carro competitivo e que logo os bons resultados chegariam”. Na ocasião, Farfus namorou com a zona de pontuação, mas após uma falha de comunicação entre ele a equipe acabou só em 15º. “Fomos para Lausitz muito focados e decididos a dar a volta por cima”, relembra o piloto.
“Em um ano de aprendizado, onde a cada prova aprendemos mais”, Farfus está, portanto, confiando em crescer no DTM neste segundo semestre. A experiência das primeiras provas e os erros cometidos fazem parte da adaptação dele, da RBM e da BMW à categoria em que, segundo o próprio, “tudo tem que estar 100% para chegar na frente”.
Farfus é o nono colocado na classificação do campeonato, com 16 pontos somados. Dentre os seis pilotos da BMW, ele é o terceiro, atrás somente de Martin Tomczk, atual campeão da categoria, e Bruno Spengler. Ambos se consolidaram, nos últimos anos, como dois dos principais nomes do DTM. Priaulx está na 12ª posição, com 14 pontos.
A partir deste domingo (19), em Nürburg, terá início a fase de caça a Gary Paffett, britânico da Mercedes que lidera a classificação com 95 pontos, 26 a mais que os conquistados pelo vice-líder, Jamie Green, que também ostenta a estrela de três pontas em seu carro. O melhor piloto da Audi é Mattias Ekström, que ocupa a quinta posição. Paffett venceu duas vezes e conquistou quatro pódios em 2012.
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