Diretor da Mahindra acredita que novo modo de ataque transformou FE em “jogo de gato e rato”

Vinit Patel, diretor de engenharia da Mahindra, avaliou que o novo formato de corridas da Fórmula E aumentou muito o jogo estratégico da categoria. As corridas, segundo ele, agora são um xadrez em alta velocidade

A Mahindra conseguiu vencer o eP de Marrakech e emplacar a liderança do campeonato de Pilotos e Equipes da Fórmula E após duas corridas. O diretor de engenharia da equipe, Vinit Patel, classificou o novo formato de corridas da categoria como um "jogo de gato e rato".
 
De acordo com Patel, o modo de ataque traz à baila um novo elemento de estratégia que pode separar bastante as decisões de engenheiros e pilotos durante as provas. É, no fim das contas, um novo xadrez em alta velocidade.
 
"O uso de energia nas últimas duas temporadas era algo razoavelmente constante. Agora a gente sabe que em determinados momentos precisa aumentar o consumo – quando você está no modo de ataque ou outros ao seu redor têm a chance de entrarem nele", afirmou ao site inglês 'E-Racing365'.
 
"Dá para fazer isso de diferentes formas. Há muita forma de poupar, como todos sabem, e é possível ignorar tudo isso, mas você vai precisar recuperar a energia de algum outro ponto", seguiu.
Jérôme D'Ambrosio (Foto: Michelin)

Segundo o engenheiro, o jogo estratégico pode se tornar confuso de tal maneira a tirar a atenção das próprias decisões de uma equipe enquanto tenta estudar o que fazem as rivais.

 
"Assim que os pilotos começam a usar o modo de ataque nós monitoramos o tempo que eles perdem e ganham, e aí, sim, decidimos quando usar o nosso. Mas claro que a avaliação se torna uma tarefa maior quando aumenta o número de pilotos ao seu redor que passam a usar o modo de ataque e os que perdem", apontou.
 
"Claramente, se outro piloto perdeu um [acionamento do modo de ataque] e você manteve um, então a vantagem é sua. O plano era tentar manter isso o maior tempo possível. É um jogo de gato e rato, na verdade. Ou um xadrez em alta velocidade", falou.
 
Patel viu a vitória de Jérôme D'Ambrosio como uma demonstração de habilidade, sim, mas também com uma importante pitada de sorte. 
 
"As coisas se abriram, sim, mas as Virgin usaram os dois acionamentos do modo de ataque antes do safety-car, então sabíamos que tínhamos a vantagem imediata. Era um caso de escolher quando usar o nosso, e Jérôme foi parte chave nesse processo, porque não tínhamos a visão do incidente e ele nos mantinha informado sobre a limpeza da pista", falou.
Jérôme D'Ambrosio (Foto: Mahindra)

"Isso nos levou a analisar o ritmo de carros durante o safety-car, entender o ritmo que vinha pela frente na corrida e saber quando tínhamos de acionar", comentou. 

 
"Demos sorte, na verdade [com o modo de ataque], porque tínhamos pouco tempo de 225 kw de potência quando o safety-car entrou. Isso deixou que abríssemos um pouco para Robin [Frijns]. Ele provavelmente guiou melhor na última volta da corrida e quase nos alcançou nas duas curvas finais, mas Jérôme foi brilhante e venceu com méritos", encerrou. 
 
A FE volta neste fim de semana, com o eP de Santiago.
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