Por que a Stake F1 teve de mudar seu nome para o GP dos Países Baixos

Após a pausa de verão, e em uma fase em que o campeonato está ao rubro, os pilotos voltaram à pista no Grande Prêmio dos Países Baixos do passado dia 25 de agosto. Porém, não sem a já habitual polêmica. Nos dias anteriores à realização da prova, houve um pedido que incendiou a todo o ambiente em torno da corrida.

As autoridades neerlandesas pediram à Sauber, que, por compromissos publicitários, utiliza habitualmente a designação oficial Stake F1 Team Sauber, para se apresentar com um outro nome. Tudo para evitar, precisamente, a referência à Stake.


O Rigor Neerlandês

Apesar de os Países Baixos permitirem não só a existência legal de sites de apostas esportivas, cassinos e jogo online, mas também a publicidade geral a este tipo de empresas, a verdade é que a Stake não se encontra legalizada no país e isso faz com que a publicidade feita pela Sauber durante a corrida seja considerada ilegal e, consequentemente, proibida no país.

A avaliação da Kansspelautoriteit, a autoridade responsável pela supervisão e regulação do jogo nos Países Baixos, apontou claramente nesse sentido e referiu em específico a vulnerabilidade dos grupos etários mais jovens, grande parte dos fãs de Fórmula 1, à influência das equipes e da publicidade exibida durante o GP dos Países Baixos, em Zandvoort.

O pedido da entidade, feito apenas uns dias antes da prova, foi no sentido de solicitar à equipe suíça que modifique sua designação oficial ou que simplesmente omita a marca Stake de seu nome “Stake F1 Team Sauber”. A Stake.com é uma empresa de apostas criptográficas que também oferece vários bônus e drops aos seus utilizadores online registados um pouco por todo o mundo. A solicitação surge apesar de a empresa de apostas ter decretado o bloqueio geográfico e a impossibilidade de acesso ao site dos jogadores neerlandeses.

Relembramos que esta não é a primeira vez que as equipes de Fórmula 1 têm problemas com seus patrocínios no circuito de Zandvoort. Na temporada anterior, um grupo de ONG ligadas à área da saúde pediu à McLaren que tapasse os logótipos da Velo, um de seus patrocinadores e uma marca de snus, uma espécie de tabaco em pó. A McLaren defendeu sua empresa parceira, porém, optou mesmo por tapar os logotipos referentes à Velo.


A Reação da Sauber e a Solução

A primeira reação da Sauber foi, porém, de desafio. Não concordando com a deliberação da Kansspelautoriteit, a empresa se manifestou contra a decisão, argumentando que sua parceria se encontra perfeitamente dentro da legalidade e anunciando ainda a intenção de continuar usando sua designação oficial completa.

Nos Países Baixos e dentro da comunidade de torcedores da Fórmula 1, as opiniões se dividiram e abriram caminho para debates esquentados sobre a liberdade de expressão, o eventual rigor excessivo por parte das autoridades neerlandesas e sobre a natureza e as questões éticas relacionadas com os patrocínios das equipas de F1.

Entretanto, e apesar da postura de enfrentamento da esquadra helvética, foi ganhando força a ideia de, à semelhança de outros GP desta temporada, a equipe mudar seu nome de Stake F1 Team Sauber para Kick F1 Team Sauber. O bom senso imperou e a esquadra desistiu de um potencial braço de ferro de consequências imprevisíveis para a equipa, para o resultado da corrida, para o campeonato e para o próprio esporte.

A Kick é uma plataforma de stream que é propriedade da Stake.com, pelo que a utilização desta designação oficial resolve dois problemas de uma só vez: a Sauber continua fazendo publicidade ao grupo empresarial da Stake e as autoridades dos Países Baixos veem seu pedido satisfeito na totalidade.

De referir que o Grande Prêmio dos Países Baixos foi ganho por Lando Norris, com Max Verstappen, que corria em casa, em segundo, e Charles Leclerc a fechar o pódio. Na classificação do mundial, tudo na mesma. Verstappen segue na frente com 303 pontos, seguido de Lando Norris com 241, e de Charles Leclerc na perseguição com 217.

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