Audi dá show em Hockenheim e transforma pódio em camarote para comemorar título de marcas do DTM. Ekström vence

A etapa de Hockenheim que encerrou a temporada 2014 do DTM neste domingo (19) viu uma apresentação de gala da Audi. Depois de dominar a classificação e garantir as três primeiras posições do grid, a montadora de Ingolstadt foi capaz de manter tal forma na corrida e fechar para si o último pódio do ano. Mais do que isso, o resultado garantiu o título de marcas para a Audi após duas conquistas consecutivas da BMW.

A disputa na pista foi marcada pelas estratégias diferentes adotadas pela Audi para tentar se posicionar bem nas mais diversas condições e não perder a corrida devido a alguma intervenção inesperada do safety-car. E, desta forma, o esquadrão das quatro argolas se mostrou preparado para ambas as situações: Jamie Green venceria se não fosse a entrada do carro de segurança nas voltas finais, que permitiu que o sueco Mattias Ekström ficasse com o primeiro lugar.

Pódio todo da Audi no encerramento da temporada do DTM: uma festa particular (Foto: Audi)

Green, que assumira a liderança após saltar de quinto para primeiro nas duas primeiras curvas, ditou um ritmo forte na parte inicial da prova com os pneus macios e disparou na ponta. A segunda metade foi marcada pela perseguição de Ekström e Mike Rockenfeller.

Quando o alemão e o sueco estavam a pouco mais de 4s do inglês, veio a ajuda que os salvou: o safety-car provocado por Daniel Juncadella. Ali, a diferença sumiu, e nas poucas voltas que sobraram em bandeira verde após a relargada, os pneus duros não ajudaram Green a segurar a ponta.

Ainda assim, o britânico, que perdeu a chance de vencer pela primeira vez desde que se mudou da Mercedes para a Audi em 2013, salvou o pódio e garantiu que a festa de sua montadora seria particular no pódio em Hockenheim. 21 pontos atrás antes do início da última prova, a marca virou o jogo e impediu a terceira conquista seguida da BMW no campeonato de construtores.

O brasileiro Augusto Farfus permaneceu na luta pelo pódio durante mais da metade da prova, mas a estratégia de usar os pneus macios no começo não vingou e ele acabou perdendo terreno, foi tocado por Robert Wickens e sequer pontuou: foi apenas 17º, o último dos que cruzaram a linha de chegada.

Green assume a ponta e é seguido de perto por Wehrlein, Farfus, Molina e Scheider (Foto: DTM)

Confira como foi a etapa de Hockenheim do DTM:

A história da largada do DTM em Hockenheim pode ser dividida em duas partes — ou duas curvas. Nas duas, Jamie Green se dá muito bem. Pole-position, Miguel Molina largou bem e se manteve em primeiro lugar na curva 1, rápida à direita. Green largou muito bem da quinta posição e já foi brigar com Mattias Ekström pela segunda colocação.

Na curva 2, Molina jogou tudo que fizera antes fora ao travar as rodas na primeira freada forte da pista e espalhar. Abriu caminho para Green assumir a ponta e ser seguido por Ekström, Pascal Wehrlein e Augusto Farfus.

Ainda tinha mais para acontecer nos três primeiros minutos de corrida: Ekström, quando perdeu uma posição, perdeu várias. Wehrlein, Farfus, Molina, Timo Scheider, Bruno Spengler… De repente, já estava em sétimo.

Passada a confusão natural das primeiras voltas, uma longa fila de cinco carros passou a disputar a vitória. Apenas 1s970 separavam Green de Scheider, o quinto colocado, na quinta volta. Todos eles usavam pneus macios. Do jeito que as coisas andavam, a BMW precisaria reagir para tirar o título de marcas da Audi.

Foi só a partir da décima volta que Green começou a abrir na dianteira. Quando foi capaz de desgarrar da fila de perseguidores, colocou mais de 5s entre ele e Wehrlein, que continuou brigando com Farfus e Scheider, agora à frente de Molina. Na volta 18, o bicampeão também ganhou a posição do brasileiro.

Aberta a janela de pit-stops, na volta 14, o primeiro a parar foi Bruno Spengler, mudando dos pneus macios para os duros. Molina foi fazer o mesmo na 18, e Farfus, na 19. Green foi na 20ª.

A vez de Wehrlein ser atacado por Scheider chegou nas paradas de box, quando a Audi foi mais eficiente que a Mercedes, mas em que Pascal foi liberado de maneira considerada perigosa pelos comissários. Os dois carros rasgaram o pit-lane lado a lado até o jovem da estrela de três pontas sair na frente, tudo para ser punido com um drive-through e deixar a luta pela vitória.

Lance polêmico entre Wehrlein e Scheider (Foto: Reprodução)

Completada a rodada de paradas, estabeleceu-se a ordem: Green, Scheider, Farfus, Molina, Spengler e Daniel Juncadella. O primeiro em uma tática diferente era Ekström, que calçou os pneus macios para a segunda perna da corrida. Mike Rockenfeller estava na cola dele, também com os macios. Eles rapidamente despacharam Juncadella e Spengler. Mais algumas voltas e também passaram por Molina e Farfus.

Na volta 33, deixaram Scheider para trás, e a partir dali iniciou uma determinada caça a Green, que tinha 9s de vantagem na dianteira. Quando a vantagem estava na casa de 3s, despencou de vez, cortesia de terceiros: Daniel Juncadella bateu na entrada do Estádio e foi preciso colocar o safety-car na pista para fazer o resgate da Mercedes. A fila se formou com Green, Ekström, Rockenfeller, Scheider, Wittmann, Di Resta, Farfus, Molina, Wehrlein e Tomczyk.

Ó, mundo injusto. Green, o piloto da corrida, nem teve chance de se defender. Bravamente, segurou Paul di Resta e terminou no pódio. Ekström faturou a vitória e o campeão do ano passado, Rockenfeller, fechou em segundo lugar.

Estava armado o cenário para uma festa exclusiva da Audi no pódio para comemorar o quarto título de marcas de sua história no DTM e evitar a varrida da BMW, que já havia assegurado as taças de pilotos, com Marco Wittmann, e equipes, com a RMG. O resultado também garantiu o vice e o terceiro lugar no campeonato para Ekström e Rockenfeller.

As imagens da última etapa de 2014 do DTM
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