“Um passo de cada vez”. Vencedor da etapa de abertura do DTM, em Hockenheim, Augusto Farfus não quer falar em título. Ainda. Desde que estreou na categoria, em 2012, o piloto tem adotado um discurso bem pés no chão, sem criar grandes expectativas que talvez não consiga alcançar. “No passo a passo eu chego lá”, diria o saudoso Chorão.
Farfus começou 2012 falando que seria um ano de adaptação, especialmente a primeira metade do campeonato. Antes do início da segunda metade, em entrevista aqui ao GRANDE PRÊMIO, falou que se sentia pronto para vencer corridas, e o fez, dois meses depois, em Valência na Espanha. Conversei de novo com Farfus na semana passada, entrevista que podem ler aqui, e ele foi cauteloso nas declarações, embora a pré-temporada tenha passado a impressão de que a BMW está forte em 2013.
O fim de semana mostrou que o brasileiro tem tudo para fazer bonito neste ano. Não vou dizer que Farfus é favorito ao título, até por que a categoria conta com outros pilotos de alto nível, assim como a BMW, que tem os campeões Martin Tomczyk e Bruno Spengler. Mas Farfus está pronto para andar de igual para igual com estes nomes.
Além disso, a BMW deu indícios de que está um passo acima de Mercedes e Audi, com um bom rendimento tanto no treino classificatório, quanto na corrida. Fez a dobradinha com Dirk Werner na segunda posição, um alemão que, também estreante em 2012, foi melhorando aos poucos e subiu ao pódio pela primeira vez. Dos oito carros da montadora bávara, cinco terminaram na zona de pontuação.
Nas últimas três corridas do DTM, Farfus largou na primeira fila e foi ao pódio em todas. O próximo passo é manter essa boa forma para se firmar como o líder da BMW em 2013. E o passo seguinte, aí sim, será a luta pelo título. As chances são boas.
Jovens promissores
A molecada que a Mercedes colocou na pista é mesmo das boas. Pascal Wehrlein e Daniel Juncadella mostraram bastante velocidade durante o fim de semana, apesar de terem concluído a prova fora do top-10, e Christian Vietoris, segundanista no DTM, subiu ao pódio. Gary Paffett e Roberto Merhi pontuaram.
Audi nem tão bem
Timo Scheider marcou a pole, mas o ritmo de corrida da Audi deixou a desejar. O bicampeão, assim como aconteceu no ano passado, quando marcou a pole em Zandvoort, rapidamente perdeu posições e deixou a briga pela vitória. Terminou em sexto. O outro Audi que pontuou foi Mike Rockenfeller, em oitavo.
Audi bem demais
Trocando de categoria, os alemães estão bem demais no WEC. Varreram a Toyota e fizeram a trifeta nas 6 Horas de Spa. André Lotterer, Marcel Fässler e Benoît Tréluyer venceram com Tom Kristensen, Allan McNish e Loïc Duval na segunda posição. Assim, os dois trios ficaram empatados na liderança do Mundial.
Pensando em Le Mans
A terceira posição foi do Audi #3 de Lucas Di Grassi, Oliver Jarvis e Marc Gené, que usou uma configuração diferente, com uma traseira mais comprida. Esse carro será usado em Le Mans, e, com ele, o brasileiro registrou o melhor tempo do treino classificatório. Foi bem demais, ele, mas, como a pole-position é definida pela média de quatro voltas lançadas registradas por dois pilotos diferentes, quem largou na frente foi o Audi #1.
Recorde
A volta de Di Grassi na tomada de tempos foi, inclusive, a melhor de um protótipo na história do circuito de Spa-Francorchamps: 1min58s934.
Toyota modelo 2013
Na classificação, os japoneses não tiveram um rendimento tão bom assim, mas o oposto aconteceu na corrida. O modelo de 2013, que estreou nas mãos de Alexander Wurz, Nicolas Lapierre e Kazuki Nakajima, chegou a liderar a corrida, só que abandonou pouco depois da metade da disputa com um problema no motor híbrido que estava causando o superaquecimento dos freios. Bom para a Audi abrir o olho, e bom também para os espectadores: devemos ter uma boa briga em Le Mans, no mês que vem.
Bruno Senna
Ótimo o desempenho dele em Spa. O natural seria que, por ter trocado de trio para competir com Frédéric Makowiecki e Rob Bell, fosse necessário um período maior de adaptação. Não foi. Senna, principal piloto do conjunto no fim de semana, contribuiu para a conquista da pole-position, na sexta-feira. No sábado, o #98 terminou na segunda posição da GTE Pro, atrás da Ferrari de Fisichella e Bruni e à frente da Ferrari de Kobayashi e Villander.
Antonio Pizzonia
Pancada forte demais, a dele, na Eau Rouge. A sensação de ter uma suspensão quebrada na curva mais famosa e desafiadora do planeta deve ser horrível. Pizzonia provou desse mal e, por sorte, não se machucou no acidente. Forte demais a batida.
Fernando Rees
A Larbre foi para o pódio mais uma vez na GTE Am. Após terminar na segunda posição em Silverstone, a equipe francesa ficou com o terceiro posto em Spa, com os pilotos Fernando Rees, Patrick Bornhauser e Julien Canal. O pódio, aliás, foi o mesmo da primeira etapa: a 8Star ganhou e a Aston Martin, que havia vencido na Inglaterra, fechou em segundo lugar.