Em busca de “temporada limpa”, Farfus fala em expectativa maior e aprova novas regras do DTM

Antes da estreia na temporada 2013 do DTM, Augusto Farfus Jr. falou com exclusividade ao Grande Prêmio e revelou ter expectativa maior em relação ao seu ano de estreia na categoria, quando foi o melhor novato

Inspirado na F1, DTM abre temporada em Hockenheim com novas regras
As imagens da pré-temporada do DTM

O Grande Prêmio conversou com o único piloto brasileiro do DTM, Augusto Farfus Jr., melhor estreante de 2012, sobre a expectativa para o novo campeonato. Com a fase de adaptação concluída e com sucesso, haja vista a vitória conquistada no fim do ano passado, a tendência é que este ano seja melhor para o curitibano. Contudo, ele não quer estabelecer uma posição como meta: a cobrança é por um desempenho perfeito; os resultados serão consequência disso. Além disso, Farfus também opinou sobre o DTM a expansão para os novos mercados e a ausência de pilotos pagantes na categoria.

GRANDE PRÊMIO: Farfus, você fez um bom ano de estreia, inclusive ganhando corrida. Qual é sua expectativa para essa segunda temporada no DTM?
 
AUGUSTO FARFUS: Eu tenho que admitir que a temporada 2012 foi, de certa maneira, acima das nossas expectativas, tanto pela minha performance individual, quanto pela performance da BMW como equipe. É inevitável que a temporada 2013 comece com uma expectativa ainda maior, mas o meu objetivo é claro: o fundamental é a gente fazer uma temporada limpa. Eu quero chegar no fim do ano e falar: “com o pacote que a gente tinha, nós fizemos o nosso máximo”. Se o nosso máximo for estar lá nas cabeças, que assim seja.
Em 2012, 'Ninho' entrou para a história ao ser o primeiro brasileiro a vencer no DTM (Foto: DTM)

GP: A pré-temporada em Hockenheim teve a interferência de chuvas, mas a BMW liderou todos os quatro dias de treinos. Isso mostra que ela mantém a boa forma?
 
AF: É bom terminar a temporada na frente, mas vale lembrar que, no ano passado, a gente tinha tomado um segundo dos nossos rivais em Hockenheim. Na pré-temporada, você acaba não tendo uma leitura real do campeonato.

GP: No ano passado, você disse algumas vezes que, no DTM, é muito importante chegar no primeiro dia de treinos de cada etapa com um carro já bem acertado. Neste ano, a programação está ainda mais enxuta. Esse fator pesará mais?
 
AF: No ano passado, tinha o intervalo de sexta à noite para o sábado de manhã para fazer grandes mudanças. Se não fosse suficiente, depois da tomada de tempos, tinha mais tempo até o warm-up. Nesse ano, do jeito que começa a tomada, tem que largar. Então, a experiência de 2012 ajuda, ter uma biblioteca de dados, assim como ter um programa de simulação extremamente sofisticado para, no sábado de manhã, ter apenas que balancear o carro, não acertar.

GP: Você tem um novo companheiro de equipe em 2013, o Joey Hand, e essa será a única dupla não-europeia do DTM. Isso muda alguma coisa no trabalho e no desenvolvimento do carro?

AF: Não muda nada. Eu o conheço [Joey Hand] faz tempo, ele é piloto BMW de longa data nos Estados Unidos e as equipes são tratadas exatamente da mesma forma. Esse rodízio que aconteceu, essa troca, não muda nada. Somos todos filhos da mesma mãe. Tenho uma relação muito próxima com os meus mecânicos, os meus engenheiros, mas também entro no box da Schnitzer, em que já corri, da RGM, e tenho uma boa relação, porque somos todos filhos da mesma mãe.

GP: O DTM é a F1 dos carros de turismo?

AF: Sim. Não tem nenhum carro de turismo mais rápido que o DTM. Todo o estudo que tem por trás dos carros do DTM, eu tenho certeza que tem equipes de F1 que não tem a mesma capacidade. Vale lembrar que é a única categoria em que todos os pilotos são pagos pelas montadoras. Nenhum piloto comprou vaga. Ninguém lá é como na F1, que infelizmente acontece, que o cara literalmente compra a vaga. No DTM, todos os carros são oficiais e pagos pelas montadoras. Isso é o grande diferencial.

GP: O DTM, nos últimos anos, tem adotado algumas medidas semelhantes às da F1, como a pontuação e, neste ano, a asa móvel e os pneus supermacios. Você acha válido que exista essa aproximação entre as duas categorias?

AF: Sem dúvida. Tudo que gera interesse do público e faz com que as corridas sejam mais ativas é válido. O DTM colocou um pouco mais de pimenta. Pode acontecer de você largar na pole-position e não ter um carro bom para a corrida. Mas agora que a F1 consegue ter os pit-stops tão rápidos quanto os nossos, por exemplo, mas aconteceu muitas vezes no passado de equipes de F1 analisarem os nossos pit-stops por que eles são efetuados em menos de três segundos também. Só que a dificuldade de um pit-stop em um carro do DTM é maior que da F1, porque a roda vem de dentro do paralama e é muito maior e muito mais pesada. Então, a gente tem todo um sistema, todo um estudo que a F1 copiou de nós. Muitas ideias eles também tiraram do DTM.

GP: O DTM fechou um acordo de parceria técnica com o Super GT, do Japão, e anunciou a criação do DTM America. Como você enxerga essa expansão?

AF: Acho fantástico. É a prova de que a plataforma do campeonato dá certo. São carros extremamente tecnológicos, sofisticados e rápidos. O Super GT é um campeonato de altíssimo nível e acho que seria maravilhoso poder ter carros japoneses no DTM, assim como carros americanos e vice-versa. É isso que as montadoras crescem e existe um trabalho muito forte de BMW, Audi e Mercedes porque é bom para todo mundo. Estou ansioso para ver o carro do DTM correr nos Estados Unidos e no Japão e quem sabe ter uma categoria fortíssima no futuro.
 
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