Opinião GP: Farfus se consolida no DTM e mostra que categoria é uma opção competitiva à F1
Na segunda temporada no DTM, Augusto Farfus se coloca no grupo dos principais pilotos da categoria e é um dos candidatos ao título da temporada 2013. Mas a regularidade apresentada por Mike Rockenfeller, o líder do campeonato, dificulta consideravelmente a vida do brasileiro
A ETAPA DE OSCHERSLEBEN DO DTM, realizada no último domingo (15), foi vencida por Augusto Farfus, que, de quebra, assumiu a vice-liderança do campeonato e se tornou o único adversário de Mike Rockenfeller na briga pelo título da temporada 2013.
Mais do que isso, o momento de Farfus o coloca entre os principais pilotos da categoria já no segundo ano do brasileiro no principal campeonato de carros de turismo do mundo. Em uma comparação simples entre Farfus e Andy Priaulx, que se transferiram junto com a BMW do Mundial de Turismo para o DTM na temporada passada, entende-se um pouco do impacto do curitibano na categoria.
Relacionadas
Em 2012, o brasileiro terminou o campeonato na sétima posição, com 69 pontos, duas poles-position e uma vitória em Valência, a penúltima prova do ano passado. O inglês, tricampeão do Mundial de Turismo (em 2005, 2006 e 2007), concluiu a temporada de estreia no 13º lugar, com 24 pontos e um sexto lugar como melhor resultado. Neste ano, a diferença é ainda maior: Farfus é o vice-líder, com 91 pontos – tendo conquistado uma pole-position e duas vitórias -, e luta pelo campeonato, enquanto Priaulx é o último colocado, com apenas dois pontos.
Em que pese a diferença de idade entre os dois pilotos – Farfus é dez anos mais jovem do que Priaulx (30 anos contra 40) – é inegável que o brasileiro tem feito um bom trabalho e é hoje um dos principais pilotos da BMW no DTM ao lado de Bruno Spengler, campeão em 2012, sendo a aposta da equipe Munique nesta temporada para manter o título de pilotos.
Mas a vida de Farfus não será fácil. Além de a diferença entre ele e Rockenfeller ser grande – são 33 pontos, faltando apenas duas corridas para o final do campeonato – o alemão tem a regularidade como principal trunfo. Ele pontou em todas as corridas disputadas até agora, tendo como pior resultado um oitavo lugar na prova de abertura, em Hockenheim.
Enquanto Rockenfeller teve o pior desempenho na primeira corrida da temporada, Farfus venceu. Mas nas quatro etapas seguintes, o germânico conquistou 65 pontos, enquanto o curitibano somou oito, deixando de pontuar em três etapas – o que, evidentemente, faz a diferença nesta altura do campeonato.
Sendo campeão ou não, Farfus mostra que o DTM é uma das opções mais atraentes e um ótimo caminho para mostrar ao mundo que há, sim, vida fora do grid da F1. Reconhecidamente organizado e ultra competitivo, o campeonato alemão tem a seu favor o grande envolvimento de três das maiores marcas do mundo: BMW, Audi e Mercedes.
Augusto teve a coragem, como bem disse o diretor da Agência WARM UP e do site GRANDE PRÊMIO, Flavio Gomes, de mudar o rumo de sua carreira e acertou em cheio ao apostar em categorias de turismo. Deu bastante trabalho enquanto esteve no WTCC, o Mundial de Carros de Turismo, venceu e se firmou entre os pilotos de ponta. Depois, pelas mãos da BMW, estreou no DTM em 2012 e, agora, colhe os frutos em uma das categorias mais competitivas e bem servidas até do ponto de vista tecnológico.
"Não canso de dizer que esse rapaz, assim como o João Paulo de Oliveira, este no Japão, é um daqueles que soube mudar o rumo da carreira com coragem e, graças a muito talento e dedicação, vingou", disse Gomes.
A escolha de Farfus pode ser também a de Felipe Massa. E não seria demérito algum se Felipe optar por carros verdadeiramente competitivos e que lhe deem a chance de realmente lutar por vitórias e títulos em 2014, que, no fim, é o que todo piloto quer. E como Massa mesmo falou.
O Opinião GP é o editorial semanal do GRANDE PRÊMIO que expressa a visão dos jornalistas do site sobre um assunto de destaque, uma corrida específica ou o apanhado do fim de semana de automobilismo.
Siga o GRANDE PRÊMIO | Curta o GRANDE PRÊMIO |