Conta-giro: Público se queixa de falhas na organização das 6 Horas de São Paulo, e Fittipaldi é cobrado pela FIA

O público das 6 Horas de São Paulo de 2014 foi maior do que o das duas primeiras, mas a organização da prova deixou a desejar em alguns aspectos. Filas desorganizadas, ausência de transporte de estação de trem até a pista e preços abusivos incomodaram quem foi a Interlagos

Piloto à parte, o trabalho de Emerson Fittipaldi como promotor das 6 Horas de São Paulo deixou a desejar na terceira edição do evento. Leitores do GRANDE PRÊMIO que compareceram ao autódromo no último fim de semana para acompanhar a etapa brasileira do Mundial de Endurance se queixaram de uma série de problemas na organização, que também não satisfez plenamente a FIA.

Em geral, o público se queixou que a organização dentro do complexo de Interlagos era deficiente. As filas eram confusas e pouco respeitadas, a visitação aos boxes foi fechada antes do previsto, bem como eram fracas a checagem dos ingressos na entrada das arquibancadas e as revistas na chegada ao circuito.

Além disso, também não houve o prometido transporte por meio de vans entre a estação Primavera-Interlagos e a pista, como fora anunciado no Facebook do evento. E, para quem foi de carro, a ausência de um esquema especial de trânsito provocou um longo engarrafamento.

Público foi bom, mas queixou-se de problemas em Interlagos (Foto: Gabriel Pedreschi)

A reportagem do GP enviou à organização uma lista de questionamentos referente às críticas feitas pelo público:

_ Fechamento precoce da visitação aos boxes
_ Falta de organização nas filas das atrações e da visitação
_ Controle deficiente de ingressos
_ Falta de papel nos banheiros
_ Ausência de vans para transporte entre CPTM e autódromo
_ Ausência de esquema especial de trânsito
_ Pouco cuidado na revista da entrada
_ Falta de orientação e sinalização para o público

Os questionamentos não foram respondidos pela organização.

“O sucesso superou os problemas e a nossa expectativa”, disse Fittipaldi.

Não só para o público

Na sala de imprensa, a conexão de internet funcionou muito mal na sexta-feira e no sábado, e os monitores de TV só começaram a exibir imagens das atividades de pista no meio do terceiro treino livre, na manhã de sábado. Também foi constatada a falta de cabos suficientes para as câmeras usadas para a transmissão de TV.

Tais problemas fizeram Gérard Neveu, diretor-executivo do WEC, pedir desculpas aos jornalistas pela “fantástica” condição de trabalho.

Nos outros anos, Fittipaldi já tivera divergências com fornecedores que não foram pagos pelos serviços prestados às 6HSP. E, em 2014, ainda houve um entrevero envolvendo representantes do Paulista de Marcas e Pilotos, que fez escada para a prova do WEC. Esses representantes, na sexta-feira à noite, foram cobrar de Fittipaldi satisfações pelo cancelamento de um treino e o atraso do segundo. A alegação era de que uma taxa não fora paga — mas essa taxa havia sido paga. O imbróglio só foi resolvido com a intervenção de um representante da FIA, e a corrida aconteceu.

Ser piloto é bem diferente de ser organizador de corrida (Foto: Luca Bassani)

A cobrança da FIA

Neveu fez questão de ressaltar pontos positivos do evento. Ao avaliar o trabalho de Emerson como promotor, disse que, “às vezes na vida, é preciso ficar feliz com o que você recebe, e não com o que espera”. O francês mencionou o aumento de público — falou-se em 48 mil pessoas — e a tradição do Brasil no automobilismo e de Interlagos nas corridas de longa duração. Ter Lucas Di Grassi no grid é mais um ponto importante, e receber a visita de Felipe Massa na sexta-feira deixou o dirigente contente.

Um grande atrativo das 6 Horas de São Paulo, deve-se ressaltar, é a possibilidade de o público circular pela área interna do autódromo, onde é montado o ‘Village’. Esse espaço reuniu diversas atrações, como uma exposição de carros antigos, barracas com artigos relacionados a automobilismo, food trucks e brincadeiras para crianças. Há até uma roda gigante. Isso não acontece em provas como a F1 e a Stock Car. Os preços acessíveis dos ingressos também merecem destaque. De fato, a prova cumpriu um de seus objetivos, o de aproximar e envolver mais o público.

Porém, ao se referir especificamente a Fittipaldi, Neveu afirmou que o bicampeão “com certeza é um piloto fantástico”.

O dirigente também salientou que a estrutura do autódromo de Interlagos precisa melhorar, pois não comporta mais eventos da magnitude do WEC, cujas equipes necessitam de muita estrutura. Neveu disse que já viu o projeto de reforma da pista e crê que ele deve atender plenamente às necessidades da categoria.

O WEC permanecerá distante de São Paulo na próxima temporada, substituindo a cidade por uma etapa em Nürburgring, na Alemanha. Tudo indica que a prova brasileira voltará a acontecer em março de 2016, abrindo o campeonato, porém a FIA e o Automóvel Clube do Oeste querem garantir que a estrutura dará um salto de qualidade. “A meta é voltar para São Paulo, e há discussões em curso com todas as partes. Marcamos uma reunião para o inverno para ver se todas as condições foram atingidas. Como vocês sabem, o WEC está crescendo muito, e temos que garantir que a organização vai melhorar sempre. Como disse no começo, alcançamos o limite. Não dá para gastar milhões para fazer algo artificial, esse não é o espírito de Le Mans. Nós acreditamos que, com as novas instalações, será possível”, disse Neveu.

Na nota enviada ao GP, Fittipaldi disse que foi elogiado. “O pessoal da FIA se surpreendeu com as arquibancadas lotadas e a animação do público brasileiro. Este evento já se estabeleceu como um dos melhores do WEC depois da prova de Le Mans. Recebi muitos elogios pelo meu trabalho e de toda a minha equipe”, relatou.

Fittipaldi também disse que tem contrato para promover as 6 Horas de São Paulo por mais dois anos. No entanto, como apurou o GP, é cogitada uma mudança, e Carlos Col, ex-promotor da Stock Car, é o nome forte.

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AMNÉSIA E CONCUSSÃO

Mark Webber bateu muito forte o Porsche #20 na Curva do Café. Faltando 25 minutos para o final das 6 Horas de São Paulo, o australiano se envolveu em um acidente com a Ferrari #90 de Matteo Cressoni.

Por causa do acidente, Webber teve uma concussão e se queixa de dores por causa da batida. O australiano disse que não se lembra do impacto.

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GENUINAMENTE FELIZ

Rubens Barrichello Quando foi obrigado a deixar a F1 no fim da temporada 2011, o veterano simplesmente se recusou a parar de correr. Uma aposentadoria forçada estava totalmente fora de cogitação. Ainda tinha energia e paixão genuína pelas corridas, por isso, nunca desistiu de voltar ao campeonato em que esteve durante 19 anos, mas o danado destino o levou para outros caminhos.

Mais de uma vez, Rubens disse que a Stock está lhe dando a chance de as pessoas o conhecê-lo. Mas talvez esteja lhe dando a oportunidade de também se conhecer melhor. E tirar um proveito ainda maior da experiência de 19 anos na F1.

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CARRO VELHO

A Caterham, sob administração legal desde outubro, recebeu permissão especial da FIA para utilizar em 2015 o mesmo carro usado em 2014, o CT05. Dessa forma, a firma Smith & Williams, que está comandando o ex-time de Tony Fernandes, espera uma contrapartida mais interessante para atrair um comprador.

De acordo com o administrador legal Finbar O'Connell, um dos responsáveis pela Caterham, a permissão significa um atrativo aos possíveis novos donos.

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