Di Grassi aprova ida de Senna para WEC e diz que, para ficar na F1, "devia ter nascido dez anos antes"

Piloto da Audi no Mundial de Endurance, Lucas Di Grassi analisou a falta de montadoras na F1 atual e a inversão do fluxo migratório dos pilotos nos últimos anos, que deixaram a F1 para se dedicar ao WEC e ao DTM, por exemplo

“Os tempos mudaram”. Assim Lucas Di Grassi definiu a fase atual da F1, que não conta mais com o apoio maciço das montadoras e gerou nas equipes a necessidade de contratar pilotos pagantes para completar seus orçamentos. Diante deste cenário, o brasileiro considera que se deu bem ao fechar com a Audi para competir no Mundial de Endurance e pensa o mesmo de Bruno Senna, que disputará o WEC com a Aston Martin em 2013. Mais do que isso: a mudança do compatriota para a categoria também deve ajudar a aumentar o alcançe do certame junto ao público brasileiro.

“Quando ele assinou, mandei uma mensagem, a gente conversou. Ele vai correr em Sebring, vamos nos encontrar. É sempre bom ter um amigo lá. Acho que a decisão dele é correta”, avaliou o piloto da Audi em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (6), em São Paulo. “Dos últimos quatro pilotos de F1 que o Brasil teve, dois estão no Mundial de Endurance. A mídia gosta bastante do Bruno e acho que ele pode impulsionar o crescimento do WEC no Brasil”, adicionou Lucas.

Bruno Senna é piloto da Aston Martin para 2013 (Foto: Divulgação/MF2)

Di Grassi brincou que, para ter dado certo na F1, “devia ter nascido dez anos”, mas negou que a debandada geral das montadoras da F1 no fim da última década tenha prejudicado sua carreira. “Nessa mudança da Audi, até agora, só tem pontos positivos. Estou mais satisfeito, mais focado”, disse. A situação contratual também é melhor, “melhor do que eu tive em qualquer época da minha vida na F1”.

“A F1 não tem mais o mesmo nível de montadoras e patrocinadores investindo que tinha no começo dos anos 2000 e na década de 1990. Outras categorias estão chegando com novos conceitos, novas propostas e ganhando terreno em relação à F1”, analisou o paulistano. Neste ano, apenas Ferrari e Mercedes terão times de fábrica no grid da categoria, e a Renault marca presença somente como fornecedora de motores.

A inversão do fluxo migratório dos pilotos, que estão saindo da F1 para se dedicar a outros campeonatos, é mais uma mostra disso: “Hoje em dia, a gente tem visto bastante piloto com talento saindo da F1 e migrando para outras categorias”. Além de Senna, ele citou também Timo Glock, que vai correr no DTM em 2013, e Alexander Wurz e Kazuki Nakajima, que defendem a Toyota no WEC.

Com relação ao comportamento das montadoras, Di Grassi se disse “extremamente impressionado com o profissionalismo” da Audi e com a “quantidade de tecnologia que precisa ser criada para investir” no Mundial de Endurance. “A Audi não entra para perder. Em todas as reuniões, a linha não foi ‘temos que ir devagar, poupar despesas, terminar a corrida’. Não. A gente está lá para ganhar a corrida e tudo que tiver que ser feito vai ser feito”, arrematou.

Campeã da primeira temporada do Mundial de Endurance, relançado pela FIA em 2012, a Audi vai brigar pelo bi neste ano, além de buscar sua quarta vitória consecutiva nas 24 Horas de Le Mans. Das provas que compõem o calendário do campeonato, Di Grassi competirá nas 6 Horas de Spa-Francorchamps e em Le Mans, e, talvez, nas 6 Horas de São Paulo. O primeiro desafio do ano, porém, não conta pontos para o WEC e está marcado para o próximo dia 16: a 60ª edição das 12 Horas de Sebring, nos Estados Unidos.

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