Foi um fim de semana especial para a BMW. Envolta ainda ao sentimento de perda repentina causada pela morte de Charly Lamm, ex-chefe da equipe Schnitzer e um dos grandes nomes da história da marca bávara, o carro #25, pilotado por Augusto Farfus, Phillipp Eng, Connor de Phillippe e Colton Herta alcançou a vitória na classe GTLM. A tripulação do #24 teve de lidar com uma série de problemas ao longo da prova, mas conseguiu terminar a corrida em Daytona em nono lugar na classe — 32º na classificação geral —, a 18 voltas do carro vencedor.
Ainda que tenha lamentado os problemas sofridos durante a prova, Zanardi destacou que o gosto da estreia em Daytona “foi muito mais doce que amargo”. E aproveitou para exaltar a incrível performance de Farfus e também de Fernando Alonso com a pista encharcada de Daytona nas últimas horas antes da bandeira vermelha que acabou por encerrar a prova pouco antes do tempo previsto.
Alessandro Zanardi ao lado de Augusto Farfus em Daytona (Foto: BMW Motorsport)
“Veja quem são os vencedores: mesmo com dez pernas não teria exibido a magia mostrada por Fernando Alonso e Augusto Farfus”, comentou o italiano que, encantado com Daytona, aproveitou para lembrar que a F1 precisa voltar a emocionar. “Há algo que precisa ser buscado nas categorias americanas que a F1 perdeu há muito tempo”, disse.
Durante entrevista coletiva, Zanardi foi questionado sobre qual o sabor da sua estreia em Daytona. “Diria que agridoce. Mas, na realidade, foi muito mais doce que amargo”, explicou.
“Claro que, do ponto de vista esportivo, foi um pouco amargo. Estávamos buscando um resultado que acredito que tivesse sido tecnicamente viável. A equipe era forte, tão forte quanto a do #25. Inicialmente, tivemos este obstáculo ruim que nos deixou oito voltas atrás, e depois houve um grande empenho para recuperar e, na metade da corrida, estávamos só três voltas atrás. Então era possível mudar tudo mais uma vez”, disse.
“A velocidade estava lá, não era uma questão de não ter velocidade para corresponder. E, se tivéssemos voltado para a volta do líder, quem sabe?”, complementou.
Por fim, o bicampeão da CART e dono de quatro medalhas de ouro paralímpicas aproveitou para rasgar novamente elogios ao companheiro de equipe e amigo brasileiro.
“Acho que nem se tivesse dez pernas não conseguiria fazer o que Augusto fez nas duas últimas horas. Para mim, é incrível. Disse a ele há dois dias: o que você fez em Macau, aos meus olhos, é tão grande quanto Lewis Hamilton ter vencido o título da F1. Acho que o que ele fez hoje foi incrível, e disse a ele: ‘O que você fez hoje é mais do que fez em Macau. Ele deu o máximo”, finalizou.