Calado pede regra de peso mínimo no WEC após episódio de desnutrição: “É perigoso”

James Calado revelou hospitalização e pediu introdução de nova regra no regulamento do WEC. BMW demostrou apoio ao piloto da Ferrari

A temporada de 2024 do Mundial de Endurance terminou no último dia 2, com as 8 Horas do Bahrein, onde o Porsche Penske #6 garantiu o título na LMDh. James Calado, piloto da Ferrari #51 no WEC, só agora expôs um problema de saúde que teve ainda na primeira etapa do campeonato, os 1.812 km do Catar, em março. No intuito de perder peso, o britânico foi parar no hospital.

A categoria dos hipercarros do WEC não possui regra de peso mínimo para os pilotos, então, qualquer grama a menos pode representar vantagem competitiva. Calado explicou que seus “70 e poucos kg” poderiam significar cerca de 0s5 por volta em algumas pistas na comparação com pilotos que possuem 20 kg a menos.

Por essa questão, Calado fez uma dieta bastante restritiva para a abertura do campeonato, mas acabou pagando um preço alto depois da corrida. O piloto da Ferrari pediu ao WEC alguma regra para que se tenha o peso mínimo do piloto.

“Fiquei doente esse ano, pois perdi muito peso. Fui ao hospital após a etapa do Catar com desnutrição. Fui medicado, porque eu estava correndo e não comia. Tentei de tudo para perder peso. É muito perigoso para mim chegar no peso que quero”, disse Calado.

Calado (esq.) venceu as 24 Horas de Le Mans de 2023 ao lado de Pier Guidi e Giovinazzi (Foto: WEC)

“Adoraria poder fazer a classificação, mas sou muito pesado. Amaria que fizessem algo mais equilibrado, como é no kart ou em outros campeonatos. Não é fácil administrar isso, pois é uma corrida de endurance, com três pilotos por carro. Sei disso, mas vamos tentar e fazer algo assim”, completou.

A Fórmula 1 possui 80 kg como peso mínimo para os competidores, então, o piloto que é mais leve obriga a equipe a colocar um lastro no carro para atingir esse valor. O próprio WEC teve algo similar no regulamento da temporada de 2015, quando a categoria principal era a LMP1. A média do trio deveria ser 80 kg — um peso extra era adicionado para chegar a esse valor. De fato, isso não tirou a vantagem que os pilotos mais leves possuem, mas igualou os carros do grid.

Andreas Roos, chefe do programa de automobilismo da BMW, revelou que tem pressionado a Federação Internacional de Automobilismo [FIA] e o Automóvel Clube de Ouest [ACO], que gere o WEC, a retornar com essa regra.

“Eles deveriam compensar os pesos dos pilotos como era com o LMP1 no passado. Estamos pressionando por isso”, declarou o dirigente à revista inglesa Autosport.

BMW tem programa nas categorias LMDh e LMGT3 do WEC (Foto: Charly Lopez/DPPI)

“Não deveria acontecer uma situação em que vamos olhar para os pilotos mais leves. Deveria ter uma forma em que todo mundo pudesse ser competitivo. É uma questão de segurança também. Pilotos tentam perder peso, mas é uma corrida de endurance, então pode ser muito perigoso”, completou.

Diretor-técnico da ACO, Thierry Bouvet admitiu que a ideia tem sido discutida para o WEC, mas nenhuma decisão foi tomada. “Quando se tem algumas ideias, a FIA e nós olhamos para os prós e contras e vemos se elas precisam ser adotadas ou não”, respondeu.

As regras para a temporada 2025 do WEC já foram aprovadas e publicadas, mas, vide regulamento, qualquer artigo pode ser alterado se houver unanimidade dos participantes.

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