Costa diz que é “absurdo” ausência de autódromo no RJ: “Esporte está abandonado”

Em entrevista exclusiva ao GRANDE PRÊMIO, Nicolas Costa — que disputa o WEC em 2024 — tratou como "absurda" a ausência de autódromo no Rio de Janeiro, aprovou projeto para construção em Guaratiba e destacou importância de pista para a criação de novos talentos

Natural do Rio de Janeiro, o piloto brasileiro Nicolas Costa saiu do título da Porsche Cup do país diretamente para uma das maiores categorias do mundo, o WEC. O titular da United Autosports, que faz sua primeira temporada no Mundial de Endurance com a McLaren #59, conversou de forma exclusiva com o GRANDE PRÊMIO sobre o Projeto de Lei Complementar 162/2014, aprovado pela Câmara Municipal do Rio em junho, que autoriza a construção de um autódromo na região de Guaratiba, na Zona Oeste.

Segundo Nicolas, é um “absurdo” para um estado tradicional no automobilismo como o Rio de Janeiro ficar sem uma pista para que novos talentos possam se desenvolver. O piloto, inclusive, comparou o fim do Autódromo de Jacarepaguá a uma demolição do Maracanã.

“Acho vital a gente ter um autódromo no Rio de Janeiro”, disse Nicolas ao GP. “O automobilismo é um dos maiores esportes do nosso país, e um estado como o Rio de Janeiro não ter um autódromo e um kartódromo é um absurdo, não tem como pôr em diferentes palavras”, lamentou.

“Já foi um absurdo terem demolido o nosso autódromo, que era histórico – foi a mesma coisa que demolir o Maracanã para fazer qualquer coisa em cima –, e é um patrimônio histórico do estado que foi demolido. Mas a gente não ter outra praça é ainda pior para a formação de novos jovens talentos e pilotos, não só cariocas”, afirmou.

Nicolas Costa disputa a primeira temporada no WEC em 2024 (Foto: United Autosports)

Na opinião de Nicolas, a ausência de palcos para o automobilismo no Rio de Janeiro se dá por uma questão política. Enquanto São Paulo recebe a Fórmula 1 todos os anos — e agora novamente o WEC —, os cariocas não realizam uma corrida de formato mundial desde 2004, com a presença da MotoGP justamente em Jacarepaguá.

“O estado sempre recebeu eventos de nível mundial, como MotoGP, Indy, Fórmula 1, eventos que geraram milhares, centenas de milhões de reais para o estado, e há mais de dez anos esse esporte está completamente abandonado e deixado à deriva por uma questão puramente política, na minha opinião”, destacou.

“Acho muito legal esse projeto, espero que ele de fato seja concretizado, pois seria muito importante para o nosso estado. Como carioca, talvez um dos últimos cariocas a poder sair do país por ter tido um kartódromo, vejo isso com os melhores olhos possíveis. Mas a situação que a gente vive hoje em relação ao automobilismo, motociclismo e tudo que isso gera de volta é muito triste para o estado”, finalizou Costa.

O Mundial de Endurance passa por uma pausa e só retorna no dia 1º de setembro com a Lone Star Le Mans, corrida de 6 horas que acontece no Circuito das Américas, em Austin, nos Estados Unidos.

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