Em corrida distópica, Bird quase atropela membro da equipe, leva punição e ainda vence em Hong Kong

A abertura da temporada 2017/18 da Fórmula E teve de um tudo. Foi quase um drama distópico, onde dava tudo errado para todo mundo. E, em dado momento, deu tudo errado também para Sam Bird. O inglês, no entanto, tirou o melhor disso e, de forma impressionante, conseguiu uma das mais marcantes vitórias de sua carreira

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A abertura da temporada 2017/18 da Fórmula E, o eP de Hong Kong 1 deste sábado (2), foi daquelas provas que caracterizam a categoria nestes primeiros anos: uma loucura completa. Foi, na verdade, quase uma corrida distópica levando em consideração o quanto de gente teve problemas. Nem mesmo o vencedor escapou. Sam Bird foi brilhante para ultrapassar, mas quase atropelou membros do seu time quando foi para os boxes trocar de carro – e acabou punido. Contra todos os prognósticos, conseguiu abrir uma vantagem boa o bastante para sair disso tudo ainda com a liderança. Após tudo isso, sobrou levar o carro para o fim. É a sexta vitória de Bird na categoria.

O piloto da DS Virgin partiu da segunda colocação e nem teve oportunidade para tentar se aproximar do pole Jean-Éric Vergne pela circunstância da corrida: ainda na primeira volta André Lotterer acertou de frente a barreira de proteção, causou um engavetamento e forçou bandeira vermelha. A interrupção foi de quase 30 minutos. Assim que a prova foi reiniciada, ficou na cara que Bird era o piloto mais rápido na pista.
 
Após muito tentar, a ultrapassagem enfim chegou na 20ª volta. Dois giros depois, Bird foi aos boxes trocar de carro, errou na conta e quase pegou em cheio a tenda da equipe – por consequência, quase atropelou um membro de sua equipe, que teve de se atirar no chão para fugir da pancada nas pernas. Quando voltou à pista, foi punido com um drive-through. Nem a punição, entretanto, foi capaz de tirá-lo da frente. Bird voltou para a pista ainda líder e então apenas abriu.

Vergne, em segundo, teve mais que se preocupar com Nick Heidfeld. No fim da prova, o veterano alemão disparou em ritmo e tentou de todas as formas sacar o francês de sua frente. Tão forte a batalha que Heidfeld saiu do carro reclamando do rival não ter dado espaço. De qualquer forma, JEV terminou na segunda colocação enquanto Heidfeld completou o pódio.

 
Nelsinho Piquet, que chegou a subir na calçada antes da confusão da largada, foi escalando o pelotão e mostrando o que a Jaguar é capaz de fazer sem problemas. Completou na quarta colocação, seguido por Daniel Abt, António Félix da Costa, Felix Rosenqvist, Edoardo Mortara – estreante e que largou no fim do pelotão por conta de uma batida na classificação -, Alex Lynn e Nicolas Prost.
 
Favoritos naturais, Lucas Di Grassi e Sébastien Buemi tiveram problemas. Lucas era sexto colocado quando a roda traseira direita aparentemente ficou solta e teve de trocar de carro cedo demais – acabou sendo 18º colocado. Buemi estava logo atrás de Di Grassi e assumiu a sexta colocação, mas limpava terreno para encostar na briga por pódio quando, na entrada dos boxes, algo desligou no carro da Renault. Com o tempo perdido, ficou só em 12º.
 
A melhor volta foi para Jérôme D'Ambrosio, que sequer terminou a corrida, então ninguém leva o ponto. 
 
A segunda corrida em Hong Kong está marcada para o mesmo horário no domingo, 5h (de Brasília).
Engavetamento show na primeira volta (Foto: Reprodução/Twitter)

Confira como foi o eP de Hong Kong 1:
No circuito com nenhuma área de escape de Hong Kong, os primeiros metros trataram de mostrar todo o caos que o traçado tem capacidade de criar. Enquanto Jean-Éric Vergne escapou na frente e Oliver Turvey mergulhou do sétimo para o terceiro posto, a confusão apareceu mesmo no fim da fila. No segundo hairpin, Nelsinho Piquet subiu na calçada enquanto disputava espaço com Rosenqvist – uma manobra altamente arriscada e até perigosa. André Lotterer não respondeu rápido o bastante e foi incapaz de contornar a curva por fora. Mitch Evans ficou preso no carro preto e dourado da Techeetah e aí fechou de vez o caminho. Nicolas Prost, Edoardo Mortara e Neel Jani foram vitimados pelo engavetamento. Logo de cara, bandeira vermelha.

Enquanto a corrida estava parada, com os carros recolhidos para o pit-lane conforme as barreiras de proteção eram reparadas, saiu o resultado do FanBoost: Kamui Kobayashi, Daniel Abt e Luca Filippi foram os agraciados.

Quase 30 minutos após a interrupção a corrida enfim foi retomada sob a batuta do safety-car. De forma pitoresca, Edoardo Mortara passou por Neel Jani ainda no pit-lane. Um volta depois, bandeira verde para valer. 
Sam Bird (Foto: DS Virgin)
Sébastien Buemi, já pintando à frente de António Félix da Costa, encostou em Di Grassi. Ao notar o perigo, Lucas tentou uma ultrapassagem por fora no companheiro, Daniel Abt, que se defendeu. No embalo, Buemi foi para cima de Lucas no hairpin. Uma boa briga, com pouco espaço para ambos, mas onde Di Grassi se deu melhor na defesa por fora. Dez metros atrás, Lucas Filippi foi quem tocou Felix Rosenqvist quando tentava ultrapassar e acabou fazendo o sueco rodar e cair para o 15º posto.
 
A briga pela vitória era real desde o começo. Sam Bird, ainda na sétima volta, colocou o bico na traseira de Vergne e mostrou que estava logo atrás. Por parte da volta, o inglês encostava, mas não conseguia se manter mais rápido por todo o tempo.
 
Se a dupla da frente abria espaço, atrás Abt conseguia a importante ultrapassagem para cima de Nick Heidfeld. Importante pelos pontos, claro, mas também para colocar um carro entre si e a dupla Di Grassi/Buemi. 
 
Apesar da boa largada, Turvey não conseguia se aproximar de Bird e claramente era mais lento que o pelotão que se enfileirava atrás dele. Abt começava a se aproximar, mas a direção do inglês da NIO também se mostrava bastante segura.
 
Um pouco mais atrás, Rosenqvist travava os pneus de forma furiosa para ganhar o 12º lugar de Mortara.
 
Na volta 16, então, Di Grassi entrou misteriosamente para o pit-lane. A equipe foi direto olhar o pneu traseiro direito, aparentemente solto. A corrida de Lucas estava severamente atrapalhada, então a decisão foi tentar uma estratégia ousada: trocar de carro. Com 27 voltas para o fim, Di Grassi precisaria contar com a sorte para conseguir um bom resultado.
 
Imediatamente na sequência, Turvey teve problemas e foi ficando lento na pista. Uma pena para um piloto que guardava a terceira colocação de forma até um tanto inglória. Foi ficando para trás e caiu para o fim do pelotão até trocar o carro. Aos poucos, outros pilotos foram trocando: Jérôme D'Ambrosio foi o primeiro a acompanhar. 
 
Na 20ª volta das 43, Bird enfim conseguiu atacar e levar a melhor para cima de Vergne com uma linda ultrapassagem. Logo na volta seguinte, Vergne foi trocar o carro. Na 22, foi a vez de Bird. O piloto da DS Virgin entrou atrapalhado no pit-lane e quase não conseguiu parar o carro. Chegou a tocar o bico na tenda da equipe e só não atropelou alguns membros do time porque houve quem se jogasse no chão. Alguns minutos depois, a notícia: um drive-through para o líder do campeonato.
 
E, num dia de caos, sobrava problema para todo mundo. Enquanto entrava nos boxes, Buemi parou. No rádio, em tom de voz 'Buemi Pistola', Seb reclamou que alguma coisa desligou no carro da Renault. Com tudo restabelecido, caiu para o 13º lugar.
 
Bird aproveitou o máximo que deu das últimas voltas na pista e, quando foi para o drive-through de 6s, tinha boa vantagem. Boa o bastante para surpreendentemente retornar do pit-lane à frente de Vergne e recuperar o controle da corrida. Superior em ritmo, era o dono da prova a partir daí se mais nada desse errado.
 
Nas dez voltas finais, então, duas batalhas duras se destacaram: uma delas entre Piquet e Rosenqvist. Outra, mais à frente, Heidfeld para cima de Vergne. Piquet levou a melhor na disputa com o piloto da Mahindra e mostrou que o ritmo da Jaguar realmente estava ali. Ainda conseguiu tirar Da Costa e Abt do caminho para subir a um quarto posto.
 
Por outro lado, a disputa dentro do pódio em que Heidfeld era mais rápido e tentava tirar Vergne da frente gerou toques entre os dois e por muito pouco não terminou em ambos fora da corrida. 
 
No fim das contas, Bird venceu a prova por 11s5. Vergne e Heidfeld completaram o pódio, enquanto Piquet, Abt, Da Costa, Rosenqvist, Mortara, Lynn e Prost fecharam nos pontos.

FE, Hong Kong 1, Classificação Final:

1 SAM BIRD ING VIRGIN DS 43 voltas
2 JEAN-ÉRIC VERGNE FRA TECHEETAH +11.575
3 NICK HEIDFELD ALE MAHINDRA +12.465
4 NELSINHO PIQUET BRA JAGUAR +15.324
5 DANIEL ABT ALE AUDI ABT +17.205
6 ANTÓNIO FÉLIX DA COSTA POR ANDRETTI +18.083
7 FELIX ROSENQVIST SUE MAHINDRA +19.174
8 EDOARDO MORTARA ITA VENTURI +19.797
9 ALEX LYNN ING VIRGIN DS +20.904
10 NICOLAS PROST FRA RENAULT +24.785
11 LUCA FILIPPI ITA NIO +25.500
12 SÉBASTIEN BUEMI SUI RENAULT +26.202
13 MITCH EVANS NZL JAGUAR +34.871
14 MARO ENGEL ALE VENTURI +35.752
15 KAMUI KOBAYASHI JAP ANDRETTI +48.422
16 ANDRÉ LOTTERER ALE TECHEETAH +59.073
17 OLIVER TURVEY ING NIO +1 volta
18 LUCAS DI GRASSI BRA AUDI ABT +1 volta
19 NEEL JANI SUI DRAGON +1 volta
20 JÉRÔME D'AMBROSIO BEL DRAGON +9 voltas
 
FIM DE UMA GERAÇÃO

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