1º parceiro de Senna na F1, Cecotto fala em relação distante e ri: "Queria todas as melhores condições"

Em entrevista ao ‘Uol’, Johnny Cecotto relembrou relação distante com Ayrton Senna no período em que os dois dividiram os boxes da Toleman. Estreia do brasileiro na F1 completa 30 anos nesta terça-feira (25)

A estreia de Ayrton Senna na F1 completa 30 anos nesta terça-feira (25). Naquele distante março de 1984, a F1 estreava uma importante alteração de regulamento, uma primeira tentativa de reduzir os custos do Mundial. E foi neste cenário, como campeão da F-Ford e da F3 Inglesa, que o brasileiro, então com 24 anos, chegou à elite do automobilismo, defendendo as cores da modesta Toleman.
 
Em entrevista ao ‘Uol’, Johnny Cecotto, primeiro companheiro de equipe de Senna, relembrou a parceria com o brasileiro e a relação distante entre os dois sul-americanos.
Johnny Cecotto foi companheiro de Senna em 1984 (Foto: Rainer Nyberg/Forix)

De acordo com Cecotto, campeão das 350cc no Mundial de Motovelocidade de 1975, os dois iniciaram a temporada com um bom relacionamento, mas isso mudou ao longo do ano. 

 
“A princípio a relação era boa, próxima, andávamos juntos”, contou o venezuelano. “Depois, testamos o mesmo carro uma vez, em Donington, e eu fui um pouco mais rápido. Ele não ficou contente e, mesmo sendo o primeiro piloto, a partir deste dia a relação ficou mais difícil", continuou. 
 
Ainda, Cecotto lembra que era Senna quem recebia do time os melhores equipamentos, mas ressalta que era uma coisa normal para um primeiro piloto. 
 
"Ele queria todas as melhores condições para ele”, disse Johnny aos risos. “Ele tinha o motor novo, do ano, com injeção eletrônica – a minha era mecânica, do ano anterior. Ele fazia todos os testes, eu nunca testava. Havia diferença de potência e velocidade, que eram menores no meu carro. Tudo girava em torno dele”, explicou. 
 
“Era sua forma de ser, queria a equipe para ele. Mas creio que, para um piloto que quer ser campeão, é bastante normal”, opinou, reconhecendo que o time não tinha condições de dar o mesmo material aos dois pilotos.
 
Depois do distanciamento inicial, a relação entre Senna e Cecotto chegou ao fim nos treinos para o GP da Inglaterra daquele ano, disputado em Brands Hatch, quando Johnny quebrou as pernas em um acidente e deixou a F1.
 
“Não me visitou, não mandou mensagem. Eu creio que meu acidente o impressionou um pouco e não entendo… pelo menos uma saudação ele poderia ter enviado”, declarou. "Mas não importa. Depois de alguns anos, ele declarou em uma entrevista que eu fui o companheiro mais difícil que ele enfrentou. Fiquei surpreso e senti isso como uma prova de respeito comigo. Pode ser que essa rivalidade tenha tornado ele mais distante”, concluiu.

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