1.500 fotos e 200 vídeos por R$ 96 mi: plano de extorsão à família Schumacher vem à tona

A promotoria alemã esmiuçou uma tentativa de extorsão à família Schumacher, que foi revelada no final do mês de setembro, e expôs Markus Fritsche, ex-segurança do clã, como mentor do plano, que tinha o objetivo de extrair € 15 milhões (R$ 95,6 milhões, na cotação mais recente) da parentela. Antes de ser demitido, Fritsche teria roubado 1.500 fotos, 200 vídeos, dados e prontuários de Michael Schumacher e pediu tal montante para não divulgar as informações. A revelação dos detalhes foi feita pelo jornal britânico Daily Mail.

Desde o acidente de esqui no final de 2013, o estado real de saúde do heptacampeão mundial de Fórmula 1 é praticamente um segredo. A partir de então, Corinna Schumacher, esposa de Michael, tem mantido privacidade sobre o caso e não existem mais detalhes ou imagens públicas do ex-piloto.

Uma das medidas tomadas logo na sequência foi fazer o acesso a Schumacher ser muito restrito. Por oito anos, Fritsche era um dos poucos que tinha contato com o ex-piloto e aproximação a procedimentos e tratamentos médicos de Schumacher. Além de segurança, ele auxiliou a família em problemas de TI ao longo dos anos em que trabalhou na mansão.

A trama chantagista começa após mudanças nos cuidados ao ex-representante da Jordan, Benetton, Ferrari e Mercedes na F1. Fritsche foi apartado do convívio mais próximo de Schumacher e entendeu que a demissão seria consequência futura. A procuradoria alemã relatou no caso que o ex-segurança recrutou Yilmaz Tozturkan, um amigo por mais de 20 anos, e o filho de Tozturkan, Daniel Lins, um especialista em TI. Juntos, teriam 1.500 fotos, 200 vídeos e prontuários médicos sobre Schumacher — dados que estariam armazenados quatro pendrives e dois HDs que o ex-segurança conseguiu subtrair da residência do clã antes de ser demitido, em 2021.

Os três envolvidos foram presos em junho, três meses antes de o promotor público de Wuppertal, Wolf-Tilman Baumert, revelar o caso e encerrar a investigação. A captura pelos acusados se deu por uma ação em conjunto da polícia suíça e alemã. A primeira audiência deve ser realizada em dezembro e a juíza do caso, Birgit Neubert, decidirá se existem evidências suficientes para o processo continuar. Já existem quatro datas marcas para as audiências seguintes, sendo que fevereiro de 2025 é a última delas.

A procuradoria está pedindo quatro anos de prisão aos envolvidos, mas especula-se que, caso sejam culpados, a pena pode ser superior em uma estância maior, devido às altas quantias pedidas.

Como teria acontecido a extorsão aos Schumacher?

O primeiro contato com a família Schumacher teria sido feito por Tozturkan, que realizou uma ligação com número bloqueado, no dia 3 de junho, dizendo ter posse de fotos e vídeos de Michael. Supostamente, ameaçou divulgá-los na internet.

No dia 11 de junho, Lins teria enviado quatro fotos para a residência dos Schumacher e deixado a mensagem de que eles teriam um mês para pagarem € 15 milhões em duas parcelas em troca do material. O câmbio seria feito no escritório dos advogados da família Schumacher — não se sabe se o montante chegou a ser pago ou não.

No dia 19 de junho, Tozturkan e o filho foram presos pela polícia alemã. Acredita-se que ambos estiveram sob vigilância. A publicação não deu detalhes sobre como Fritsche foi pego, mas ele trabalhava na fábrica da Mercedes-Benz em Dusseldorf quando foi preso.

Tozturkan foi acusado de extorsão e está em regime fechado desde então. Lins, apontado com cúmplice, e Fritsche foram soltos mediante fiança.

🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Fórmula 1 direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.