5 coisas que aprendemos no GP de São Paulo, 21ª etapa da Fórmula 1 2024
O GP de São Paulo teve um superdomingo com classificação e corrida que vai ficar marcado. No fim, Max Verstappen deu um verdadeiro show, em uma das atuações mais memoráveis da carreira. E Lando Norris fraquejou de forma inacreditável
O GP de São Paulo simplesmente acabou com a temporada 2024 da F1. Se a matemática ainda não diz isso, a vida real demonstra claramente: não há qualquer chance de Max Verstappen perder o tetracampeonato. Neste domingo (3), o neerlandês deu um verdadeiro show no piso molhado de Interlagos e sobrou em todos os aspectos, da perícia ao arrojo, da velocidade à habilidade. Atuação genial, de novo.
O outro lado da moeda é o total despreparo de Lando Norris. O inglês fracassou de forma retumbante e pegou uma pole com grid todo favorável e a transformou em um medonho sexto lugar. 44 pontos separavam os dois antes deste domingo e, no momento em que as luzes se apagaram, isso caía para 19. Na bandeirada, viraram 62. Precisa falar mais alguma coisa?
Ainda teve espaço para a Alpine encaixar um pódio duplo que veio do absoluto nada. Aqui, destaque para Esteban Ocon, que fez um fim de semana todo quase perfeito, mas também para Pierre Gasly, que saiu de 13º para terceiro. Aula de pilotagem dos dois.
O GRANDE PRÊMIO separou cinco coisas que aprendemos no GP de São Paulo, 21ª etapa da Fórmula 1 2024:
Que show na chuva é esse? Verstappen brilha em São Paulo e já é tetracampeão
Não há muitas palavras para descrever a aula que Verstappen deu em Interlagos. E não é como se fosse a primeira vez. Não foi a primeira aqui, não foi a primeira na chuva. E certamente não foi a última. Mas talvez tenha sido a atuação da carreira, por ter saído de 17º para vencer, por ter controlado os nervos, sido tão agressivo, ter mostrado tanta habilidade, mas, principalmente, pela resposta que deu em meio ao maior momento de pressão imposto por Norris. Aqui, talvez, o único. Os dois não estão em patamares parecidos hoje e isso não pode ficar nem em discussão.
Norris fraqueja e mostra falta de preparo até na entrevista
E é aí que entra nosso outro personagem central. Norris teve a chance da vida de entrar para valer na disputa pelo título e, mais uma vez, refugou. Talvez tenha sido a pior das refugadas, aliás, dado o contexto: os pontos que teria descontado, os erros bizarros que cometeu, o carro que é tão bom, a fase de Verstappen que era de tantas dúvidas. No fim, saiu constrangido e ainda deu declarações bastante desconectadas com a realidade. A pior delas foi dizer basicamente que Verstappen teve sorte e não talento. Não cabe, né?
Ferrari some na chuva, mas milagrosamente é salva por fraqueza da McLaren
A Ferrari esperava alguma dificuldade, mas foi apagadíssima em Interlagos, principalmente na chuva. O quinto lugar de Charles Leclerc caiu melhor que encomenda, visto que o time não tinha ritmo nenhum. Só que a pontuação acabou sendo generosa. As falhas da McLaren e mais um dia daqueles de Sergio Pérez simplesmente fizeram a Ferrari sair viva do Brasil. Ainda há chance real de título por equipes, sim.
Ocon e Gasly mostram valor na chuva. E são muito melhores que Alpine
A Alpine se destacou tanto quanto Verstappen no que foi, provavelmente, a maior atuação da carreira do tricampeão. E isso é um tremendo feito. O pódio duplo veio de lugar nenhum, mas nenhum mesmo. Para se ter uma ideia, só hoje Ocon fez mais pontos que a Alpine na temporada toda. Mérito total dos pilotos, dois talentos menos prestigiados do que deveriam no paddock. E um ponto interessante sobre Gasly aqui: sprint na Bélgica e Países Baixos em 2023 e, agora, São Paulo: três pódios na chuva em duas temporadas com um carro que nunca foi mais que mediano. Espetáculo.
Russell perde chance na tática da Mercedes, enquanto Hamilton tem dia de ânimos aflorados
Não é exagero algum dizer que George Russell tinha chances reais de vitória em São Paulo. O inglês gosta de um tumulto, como o apresentado neste domingo. É verdade que às vezes se mete no meio do caos, mas sabe também como entrar em evidência em situações assim. Não fosse aquela tentativa de defender um undercut desesperado de Norris, poderia ter entrado na tática certa e, assim, talvez até vencer. Uma pena, mas boa atuação com um carro bastante problemático. O que não dá para se dizer de Lewis Hamilton, nem de perto. O ponto alto do dia e do fim de semana do heptacampeão foi guiar o carro histórico de Ayrton Senna, mas a pilotagem quando vestiu prata foi muito fraquinha. Totalmente desmotivado, além de ter um carro simplesmente ruim.
A Fórmula 1 agora tem duas semanas de descanso e volta apenas no fim de semana dos dias 21 a 24 de novembro, na segunda edição do GP de Las Vegas.
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