80% das equipes mexem na dupla de pilotos para F1 2025 um ano após retenção histórica
Das dez equipes do grid da Fórmula 1, apenas duas vão para 2025 com a mesma dupla-base da temporada 2024. Mudança drástica em relação ao ano anterior
Nos últimos anos, muito se falou sobre o fato da Fórmula 1 ter portas fechadas no grid e poucas mudanças. A temporada 2024 marcou a primeira vez em toda a história em que o grid em nada mudou do fim de um ano para o começo de outro, afinal. Mas a situação mudou drasticamente para a F1 2025.
Apenas duas equipes vão para a temporada que vem com a mesma dupla-base com que começaram e terminaram a temporada 2024: as outras oito contam com ao menos uma modificação. É um contraste violento ao que aconteceu no ano passado, quando todas as dez equipes mantiveram as duplas que terminaram 2023 para iniciar 2024.
As duas esquadras que apostaram na continuidade são McLaren e Aston Martin. Pelos lados da atual campeã do Mundial de Construtores, o resultado fala por si só. O grupo comandado pelo CEO Zak Brown e pelo chefe de equipe Andrea Stella confia as chaves da companhia a Lando Norris e Oscar Piastri, que vão para o terceiro ano como dupla. Norris está na McLaren desde 2019. Os dois nunca defenderam outro time na categoria.
Já a situação na Aston Martin é diferente. Fernando Alonso e Lance Stroll também vão para o terceiro ano lado a lado, mas as contestações são muitas. Próximo de completar 44 anos de idade, Alonso renovou até o fim de 2026 e mostrou por diversas vezes ao longo das duas últimas temporadas que tem caixa para andar na F1, ainda que a equipe tinha piorado a olhos vistos em 2024 na comparação com o ano anterior. Já Lance Stroll, que defende as cores da Aston Martin desde 2019, quando a equipe ainda chama Racing Point e vestia a cor rosa em vez do verde, está sempre no olho do furacão. Apesar do ano ruim, o fato de ser filho do dono, Lawrence Stroll, oferece respaldo incomum.

Há um caso que funciona quase como coringa, que é o da Alpine. Ao pé da letra, o time francês vai para a F1 2025 com a mesma dupla com que terminou 2024: Pierre Gasly e Jack Doohan. Mas se trata de mero detalhe, uma vez que Doohan correu somente o GP de Abu Dhabi que encerrou o campeonato após a equipe concluir que poderia adiantar o fim do vínculo com Esteban Ocon, que já tinha contrato assinado com a Haas. Para uma compreensão real e não meramente teórica do grid, é possível levar em comparação que a Alpine teve em Gasly e Ocon, pilotos de 23 das 24 etapas, sua dupla do ano que passou.
Nas equipes de ponta, a grande mudança está na troca de Lewis Hamilton da Mercedes pela Ferrari. No time do Cavallino Rampante, fará dupla com Charles Leclerc nos próximos dois anos Pelos lados da Mercedes, George Russell recebe a companhia do novato Andrea Kimi Antonelli, o substituto do heptacampeão.
O Grupo Red Bull também fez das suas. Max Verstappen terá como companheiro de equipe Liam Lawson, que substitui o defenestrado Sergio Pérez. Lawson, que só assumiu a vaga na equipe B durante o ano, após a demissão de Daniel Ricciardo, dá um rápido salto ao time principal. Assim, o vácuo aberto na Racing Bulls pela mudança de Lawson fez com que outro novato, Isack Hadjar, assumisse a garagem ao lado de Yuki Tsunoda.
Outra equipe que fez mudança ao longo da temporada 2024 e agora mexe de novo é a Williams. Após demitir Logan Sargeant e entregar o carro nas mãos do jovem Franco Colapinto para as últimas etapas do campeonato que terminou, a equipe agora conta com a impactante contratação de Carlos Sainz. O ex-piloto da Ferrari, trocado por Hamilton, será parceiro de Alexander Albon.

Por fim, duas equipes mudaram totalmente a dupla de pilotos para o ano que vem. Uma delas é a Haas, que perdeu Nico Hülkenberg e resolveu encerrar a passagem de Kevin Magnussen. No lugar deles, trouxe Ocon vindo da Alpine e o novato Oliver Bearman, que correu pela equipe no GP de São Paulo de 2024, quando Magnussen esteve suspenso.
A última equipe foi aquela que menos pontuou. No ano derradeiro com o nome Sauber como o de batismo, já que a Audi completa a tomada de controle em 2026, a equipe suíça buscou Hülkenberg na Haas e contratou o campeão da Fórmula 2, Gabriel Bortoleto, para as vagas que eram de Guanyu Zhou e Valtteri Bottas. Bortoleto, assim, torna-se na F1 2025 o primeiro piloto brasileiro titular na categoria desde Felipe Massa, em 2017.
A última vez que 80% das equipes mexeram na dupla de pilotos de um ano para o outro foi em 2019, quando somente Mercedes e Haas seguiram com os mesmos pares do ano anterior.
Com o ano encerrado, a Fórmula 1 retorna apenas para os testes de pré-temporada, agendados para acontecer no Bahrein entre os dias 26 e 28 de fevereiro.
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