Acirrada classificação confunde favoritismo em GP estratégico na Inglaterra

A Fórmula 1 surgiu incrivelmente equilibrada neste sábado (13), em Silverstone. A Mercedes, é verdade, confirmou o favoritismo para a pole, mas viu a Ferrari, principalmente, e a Red Bull muito próximas. Apenas 0s183 separaram as três no top-4. Mas o que intriga mesmo e ajuda a embaralhar a ordem de forças é a estratégia de corrida. O domingo promete um interessante embate entre alemães e austríacos de um lado e italianos de outro

Somente 0s183 separaram o pole Valtteri Bottas de Max Verstappen, quarto colocado no interessante grid de largada da F1 na Inglaterra. Entre eles, Lewis Hamilton, segundo, a 0s006 do companheiro de equipe, e Charles Leclerc, terceiro, 0s079 atrás. Todos em diferentes planos estratégicos e com distintas armas para uma corrida que se desenha mais embaralhada até que o ótimo GP da Áustria, realizado há duas semanas. A questão gira em torno das escolhas táticas e dos pontos fortes de cada uma das três equipes, sem contar um elemento surpresa.
 
O cenário é o seguinte: a Mercedes tirou tudo que tinha para garantir a primeira fila, e isso faz dela uma favorita natural, mas nada é o que aparece. A equipe alemã tem a seu favor o ótimo rendimento de corrida apresentado por Hamilton na sexta-feira e que deve ser replicado no domingo, mas parte, a princípio, para uma estratégia de uma única parada, o que tem lá seu risco. Tal qual no Red Bull Ring, preferiu a segurança dos pneus médios/amarelos, para então mudar para os duros e tentar correr para o abraço, torcendo para que nada fora do normal aconteça ou ainda sem ser atacado por alguém com melhor borracha. Há a chance de uma segunda parada, é claro. As simulações mostraram certo desgaste dos pneus macios e médios, mas não do duro. 
Lewis Hamilton e Valtteri Bottas formam a primeira fila (Foto: AFP)

A vantagem está em sair na frente e ditar o ritmo desde o início, em um traçado que lhe é mais amigável. A boa notícia é que Bottas vem em um fim de semana muito mais sólido e com poucos erros. Hamilton cometeu seus equívocos nas duas tentativas finais e ainda encontra certa dificuldade com o asfalto novo inglês. Ainda assim, chega ‘mordido’ após a derrota na classificação. Apenas por isso, a prova promete.

 
Só que não é tudo. A Ferrari aparece como um elemento surpresa dos mais interessantes. Mesmo em um circuito que não lhe é favorável, há um carro vermelho colado na Mercedes na segunda fila. Charles Leclerc é, mais uma vez, o melhor homem da escuderia no grid e ainda com um desempenho que quase lhe fez roubar a pole. O monegasco já havia sido o mais rápido no treino livre 3 e repetiu a performance na tarde britânica. O ponto de interrogação é, de fato, a tática. Na segunda fase do treino livre, o ferrarista tinha desempenho suficiente com pneus médios para seguir até o Q3, mas a Ferrari decidiu mudar na última hora e tacou os vermelhos. Leclerc melhorou a marca, então larga de compostos macios. E é intrigante.
 
Ao longo do fim de semana, tanto Charles quanto Sebastian Vettel se queixaram do ritmo de corrida e demonstraram certa preocupação com o desgaste dos pneus macios e médios. Ainda assim, a equipe optou pelos macios, em uma atitude muito semelhante à da Áustria, só que as condições da corrida inglesa são consideravelmente diferentes, e a Ferrari deve ir mesmo para duas paradas. Vettel sai de trás de novo – o alemão se viu em apuros durante grande parte do dia. Enfrentou problemas com a asa móvel e não teve rendimento algum, em nenhuma configuração. O tetracampeão também vai se lançar com os pneus macios
Charles Leclerc é o melhor cara da Ferrari no grid – de novo (Foto: Ferrari)

Já a Red Bull, vencedora da etapa austríaca, seguiu de novo a Mercedes. Max Verstappen e Pierre Gasly – desta vez, muito mais próximo do companheiro e ainda à frente de um carro da Ferrari -, vão partir com pneus médios. A esquadra austríaca mostrou boa velocidade final e tem um ritmo de corrida igual ou melhor até que da Ferrari. Não seria surpresa uma repetição da excelente performance da etapa passada. 

 
“Como na corrida anterior, na Áustria, nós temos estratégias diferentes na Inglaterra. Isso torna tudo mais interessante. A estratégia de duas paradas é claramente a melhor opção, há uma série de variáveis quando se trata de táticas de pneus, no entanto. Estamos vendo algum desgaste nos compostos médios e macios, o que significa que a administração de pneus será necessária. Portanto, será o desgaste, e não a degradação, que terá influência em grande parte o tempo das paradas de boxes”, alertou Mario Isola, o chefão da Pirelli.
 
Definitivamente, as cartas estão na mesa. Cada qual com sua aposta. O GP da Inglaterra não parece ter, neste momento, um favorito claro e real. As estratégias diversas intrigam e ajudam a deixar as coisas menos previsíveis. Ainda há o clima nisso. A chuva não está descartada, nem as temperaturas mais amenas. No fim, a questão gira em torno de quem está mais certo na aposta: Mercedes e Red Bull, que jogam com a segurança, ou essa mais ousada Ferrari? 

A largada do GP da Inglaterra está marcada para 10h10 (horário de Brasília) deste domingo. O GRANDE PRÊMIO acompanha tudo AO VIVO e em TEMPO REALSiga tudo aqui.

 
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