Newey recorda carreira na Red Bull e diz que 2021 foi “ano mais difícil” na Fórmula 1
Adrian Newey está deixando a equipe austríaca e próximo de ser anunciado na Aston Martin, mas relembrou momentos marcantes em quase 20 anos de parceria com os taurinos
Adrian Newey está se despedindo da Red Bull a partir de 2025 e relembrou sua trajetória de quase duas décadas trabalhando como engenheiro projetista no time austríaco. Para ele, que tem mais de 40 anos de Fórmula 1, o ano mais difícil, até hoje, foi 2021, quando Max Verstappen venceu Lewis Hamilton e sua Mercedes na última corrida, em Abu Dhabi, e ficou com o seu primeiro título mundial. O título é contestado até hoje por conta da maneira como a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) agiu nas voltas finais da prova.
“Veio a era híbrida e tivemos de trabalhar outras coisas, mas conseguimos continuar e, claro, 2021 acho que será comentado por muitos anos. Para sempre, provavelmente. Acho que, de todos os meus anos no automobilismo, esse foi o ano mais difícil”, afirmou o engenheiro durante o podcast Talking Bull, da Red Bull.
Ao relembrar sua trajetória com os taurinos, o britânico relembrou como tomou a decisão de fechar com a equipe e citou algumas provas vencidas que marcaram sua vida durante os quase 20 anos de equipe.
“Eu pensei: ‘Bem, é um grande desafio. É um grande risco para a minha carreira, mas é um risco que estou disposto a correr. Então, quando comecei, foi com a vontade e a esperança de que, em algum momento, pudéssemos vencer uma corrida”, afirmou. “Quando vencemos a primeira com Sebastian [Vettel] e sua Toro Rosso em Monza 2008 e na China, em 2009, já com a Red Bull, foi um grande marco. Depois fomos para a última corrida em Abu Dhabi 2010 e vencemos o campeonato contra todas as probabilidades. É algo que eu nunca vou esquecer”, admitiu Newey.
Aos 65 anos, Newey é considerado por muitos como um dos melhores engenheiros projetistas da história da Fórmula 1. Logo após se formar na Inglaterra em 1980, Adrian teve o primeiro contato com esporte por meio da equipe idealizada pelos irmãos Fittipaldi na Fórmula 1, que teve no corpo técnico nomes de peso como o brasileiro Ricardo Divila e o britânico Harvey Postlethwaite. Mais tarde, em 1988, liderou um projeto mais competitivo na modesta equipe March, acompanhando a transição do time para Leyton House. Em 1991, se transferiu para a Williams, onde começou a ter a fama reconhecida pelos projetos que foram campeões mundiais em 1992, 1993 e 1996. Foi também pela esquadra de Grove onde passou pelo pior momento da carreira, com a morte de Ayrton Senna.
Em 1997, se transferiu para a McLaren, onde ajudou o time a quebrar um jejum de vitórias que durava há 4 anos. Na temporada seguinte, em 1998, viu Mika Häkkinen levantar o primeiro título mundial da carreira, feito que se repetiu em 1999. Depois de uma tentativa frustrada de saída para a Jaguar em 2001, Newey desembarcaria em Milton Keynes em 2006. Agora, a equipe já era Red Bull e trouxe o projetista a preço de ouro. Com ele, veio o tetracampeonato de Vettel entre 2010 e 2013, além da atual sequência de títulos de Verstappen, entre 2021 e 2023.
Assim que o rompimento entre Newey e Red Bull foi confirmado, rapidamente as demais equipes do grid lançaram a sorte em busca do projetista, e a Ferrari surgiu como futura casa praticamente certa. Do lado dos italianos, um dos trunfos era Hamilton, com quem Adrian já admitiu que gostaria de trabalhar. Só que o salário muito alto e a vontade de ter um grande poder de decisão dentro do time de Maranello acabou esfriando as negociações.
O caminho de Newey, com isso, será a Aston Martin, que vem investindo pesado para ser competitiva no futuro. A equipe de Silverstone aguarda apenas uma permissão contratual para anunciar a contratação do engenheiro.
A Fórmula 1 faz a tradicional pausa para as férias de verão na Europa e volta de 23 a 25 de agosto em Zandvoort, para a disputa do GP dos Países Baixos.
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