Bernie Ecclestone pode ficar alguns milhões mais pobre para resolver seus problemas com a justiça alemã. A corte de Munique decidiu levar o britânico a julgamento por conta das acusações de suborno ao banqueiro Gerhard Gribkowsky.
Ecclestone e seu fundo familiar Bambino são acusados de pagar em 2006 US$ 44 milhões (cerca de R$ 105,2 milhões) para Gribkowsky, um ex-diretor do banco alemão BayernLB, que tinha uma fatia de 47,2% das ações da F1.
Bernie nega que o valor tenha sido suborno e alega que Gribkowsky ameaçou dizer ao HM Revenue & Customs, um departamento do governo britânico responsável pela coleta de impostos, que Ecclestone controlava o fundo, exigindo os US$ 44 milhões por seu silêncio.
Residente no Reino Unido, Bernie teria de pagar impostos sobre os US$ 4 bilhões (aproximadamente R$ 9,5 bilhões) do fundo se estivesse no controle. O dirigente, entretanto, nega veementemente essa acusação. Ecclestone afirma que pagou a Gribkowsky, pois sua falsa acusação resultaria em uma longa e dispendiosa investigação.
O banqueiro foi preso após assumir que recebeu propina enquanto representava o banco alemão BayernLB.
Pela primeira vez, Sven Thomas, advogado de Ecclestone, falou aos jornalistas e reconheceu que um acordo financeiro é possível para encerrar o caso, mas reforçou que Bernie está “preparado para lutar”. O britânico pode pegar até dez anos de prisão se for considerado culpado.
“Não acho que possamos chegar a um acordo antes do início do julgamento”, disse Thomas em entrevista ao jornalista Christian Sylt. “Durante o julgamento, acordos são sempre possíveis, mas não antes”, explicou.
Um porta-voz da corte de Munique, que vai receber o julgamento do caso de suborno a partir de abril, confirmou ao jornal britânico ‘Daily Mail’ que um acordo é um dos finais possíveis para o caso.
“De acordo com o sistema legal alemão, existe a possibilidade de, durante o julgamento, parar os procedimentos em troca do pagamento de uma soma acordada para uma instituição de caridade ou ao tesouro, se o acusado, os promotores públicos e também o tribunal concordarem com isso”, detalhou o porta-voz.
De acordo com o jornalista britânico, um acordo poderia custar cerca de € 300 milhões (aproximadamente R$ 983,9 milhões).
Na visão de Ecclestone, o juiz está em uma posição difícil, uma vez que colocou Gerhard Gribkowsky na prisão. De acordo com o agora ex-chefão da F1, o juiz afirmou que está disposto a considerar um acordo, mas o pedido teria de partir dos promotores.
“O juiz está em uma posição difícil. Ele prendeu alguém por oito anos e meio”, citou Ecclestone. “Ele disse que, se os promotores quiserem, ele consideraria, mas os promotores não pediram”, concluiu.